Publicado em 11/12/2017 | Atualizado em 21/02/2022
Não vamos nos repetir. De acordo com a informação do TCE-PE, muito bem explicado e sintetizada na matéria Índice de Transparência 2017 da Prefeitura e Câmara de Vereadores, a prefeitura de Panelas não está boa, mas está menos ruim do que no ano passado. Já a câmara superou as expectativas de quem quer que tenha estimado algum resultado. Nosso desgoverno conseguiu ficar mediocrimente na média (quase que literalmente) conseguindo ficar em 51 no raking de transparência. A Câmara deu um salto impressionante na sua estreia, fincando com o 16° lugar em transparência, portanto, entre os vinte mais transparentes. Para um vereador novato, presidente novato e, de certo modo, político novato; Genilson Lucena (PSB) mostrou uma capacidade de liderança acima da média. Tirando a parte que ele ainda é um puxa saco do sergianismo que o boicota em todas as grandes coisas que ele se predispõe a fazer, ele é um bom vereador-presidente.
Mas não discutamos isso tão previamente sem pensar nos motivos que fizeram o desgoverno ficar menos ruim e os ‘porquês’ de não ficar bom. Porque, cá entre nós, não ficar, pelo menos, entre os 10 melhores é difícil tendo em vista que basta mostrar o que se está fazendo. Nada mais. Publica-se tudo o que é público (ou deveria ser), deixa-se claro os passos dos processos na medida em que eles acontecem e pronto. Não tem como dar errado. A resposta para a segunda questão é mais fácil. Não ficaram bons porque são ruins mesmo. Simples assim. A incompetência não os deixa avançar.
A primeira questão (motivos que fizeram o desgoverno ficar menos ruim) é discutível, mas por qualquer lógica não viciada por partidarismos baratos fica fácil constatar. Ora, a prefeitura vivia anunciando que era transparente quando as pesquisas diziam o contrário, ou seja, ela não sabia que não estava sendo transparente e por isso não podia melhorar. Quando nós, tanto do panelaspernambuco.com quanto do Movimento Cultural Panelense, começamos a tocar no ponto, éramos constantemente acusados de ignorantes da oposição (pleonasmo) que não sabiam o que estavam falando”. Aí vinha o TCE-PE e demonstrava que estávamos certos e que a transparência não só estava ruim como piorando.
Ainda com pesquisas oficiais, provas do Tribunal de Contas, pedidos meus nas redes, nos vídeos, pessoalmente etc., o desgoverno dizia que era transparente e que cumpria os compromissos etc., blá, blá, blá (as asneiras que ‘o coisa’ fala na rádio). Enfim, a prefeitura municipal das Panelas não sabia que estava errada ou mentia na cara dura. Em outras palavras, não tinha como melhorar por não saber que tinha que melhorar. Não assumia o erro para concertar e parar de errar. Não admitiam, não tinham a humildade de dizer: “realmente, Pierre Logan, seu gênio lindo, não somos transparentes”. Tudo bem; o lindo é exagero meu, mas ela poderia admitir que precisava melhorar, mas nem isso fazia. Então o que fez a classe desgovernante ficar menos ruim? A resposta é logicamente: nós!
Sim. Parem para observar como depois do Panelaspernambuco.com e do Movimento Cultural Panelense começar a buscar mostrar que tem certas coisas óbvias que passam batidas, o desgoverno começou a trabalhar de verdade em vez de ficar somente maquiando as coisas. Observem como resolveram o problema da calçada da prefeitura, o problema do reajuste dos professores, as estradas do Jundiá e até o “coisa” parou de aparecer em todas as fotos de obras (só aparece nas que considera mais importantes agora). Veja como o olhar atento e inteligente de toda população com seus aparelhos móveis e suas críticas construtivas e desprendidas de medo têm ajudado a prefeitura a desviar dinheiro com muito mais dificuldade (risos).
Não pense que políticos são transparentes em sua maioria por vontade própria. Não esqueça que tiveram que aprovar uma lei para que fossem de tal forma e mesmo com a lei ainda ficam no rabo das listas de transparência. Agora imaginem se dependesse apenas da boa vontade desses déspotas caudilhescos de cidade de interior. Ainda bem que a lei existe e que as pessoas livres do município cobram, compartilham e mostram que é preciso demonstrar insatisfação com o que não é satisfatório para que a administração tome uma coisa que normalmente ela não tem. Atitude!
A câmara está de parabéns por não precisar ser cobrada para fazer o que é sua obrigação. Outra obrigação é ficar independente do executivo, essa parece que nem com as súplicas mais recorrentes tem jeito. O executivo panelense, infelizmente, ainda acorda em câmera lenta, mas não se preocupem, sempre haverá pessoas chatas, malucas, idiotas etc., para cobrar os direitos e garantias previstos na Constituição Federal. Os espertinhos sergianistas preferem calar e se vender pelo exato valor que têm. Entre o menos e o mais do mesmo, fiquemos com o menos ruim.
Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. Contato: [email protected]
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