Publicado em 16/09/2019 | Atualizado em 21/02/2022
No dia 13 de setembro deste mês a prefeita foi até a Rádio Agreste FM, de Cupira, para não dizer absolutamente nada. O ex-prefeito do município de Panelas, ocupando o lugar de fala da prefeita, se manifestou sobre algumas questões, entrou em contradição, falou muita bobagem e deixou claro que é um seguidor do conselho de Lênin (1917-1924): “Acuse seus adversários do que você faz, chame-os do que você é”. Pelo menos, ele deixou claro logo no início da entrevista que sua preocupação principal é a campanha política do ano que vem e realmente durante toda entrevista fica claro que é somente com isso que ele se preocupa.
O ex-prefeito fez um desafio logo no início, ele desafiou as pessoas a dizerem se ele já usou o palanque, a rádio para maltratar quem quer que seja (4:00). Desafio aceito. Quando houve aquela cortina de fumaça chamada profissão perigo, possivelmente utilizada de maneira esperta para encobrir a visibilidade de outra operação, a cosa nostra, que investigava, inclusive, a prefeitura de Panelas pelo desvio não de um milhão, mas de cerca de 100 milhões, o ex-prefeito chamou um dos acusados de crápula, cachorro (link). Portanto, ainda que ele diga que estava nervoso, mentiu, pois ofendeu, como ele disse “quem quer que seja”. Está gravado e provado. Espero que o Rolando Lero (figura que apresenta argumentos tão bons quanto os dele) consiga sair dessa sem justificar com “violenta emoção”.
Depois de cometer alguns equívocos, inclusive, o de ir numa rádio regional se manifestar sobre questões locais, porque ele provavelmente acha que a Cabanos FM, rádio de Panelas, não está a altura dele. Ele se comporta como se odiasse Panelas e para provar isso até mora fora, em Caruaru, por opção. Deixou claro que apesar de não ter nenhum cargo eletivo, lidera o grupo e que as reuniões são feitas em sua casa.
O que se pode perceber no discurso do ex-prefeito é o fenômeno da paralaxe cognitiva. Depois dos 24:00minutos ele começou a discorrer sobre Sizino Moura, eleito pelo PFL, sem o chamar pelo nome, e aduzindo que ele deixou meses com salário dos funcionários em atraso, o que ele esqueceu foi de contextualizar, que é o princípio básico para o argumento não ser convertido em falácia. O ex-prefeito parece não saber, mas Panelas fica no Brasil e tudo entre 1993 e 1996 ainda estava caótico, mas se organizando ainda por conta do Plano Real. Quando o ex-prefeito Sérgio Miranda assumiu, em 1997, o país já estava praticamente com a economia interna organizada. Sizino não foi culpado, pois a crise era nacional.
Aos 26:02 o ex-prefeito pergunta qual foi o reajuste que a prefeitura não pagou e ainda afirmou que pagava o piso. Mentiu. O piso salarial dos profissionais do magistério público da educação básica, com formação de nível médio, modalidade normal é de R$ 2.557,74 (dois mil quinhentos e cinquenta e sete reais e setenta e quatro centavos) o que representou um aumento de 4,17% em janeiro de 2019. Lembrando que esse valor é correspondente ao vencimento inicial dos profissionais da educação básica.
Para não alongar esse texto, vamos adiantar para parte em que ele fala sobre nossas pautas. Já que ele mesmo afirmou que será secretário de governo por questões políticas. Não tem jeito de se livrar da boquinha. Por isso odeiam concurso público. É ex-prefeito pai, filho de ex-prefeito, irmão de prefeita, sobrinho etc.
A parte mais constrangedora do discurso do ex-prefeito foi a que ele fala da Guarda Municipal. No início ele diz: “A gente sabe que a legislação exige o concurso público”. Pronto. A partir daí não precisa mais dizer nada, pois a administração pública é obrigada a seguir a lei. Depois ele diz que a Constituição Federal diz que “o dever de prover a segurança é do Estado” e continuou “a questão do patrimônio público é do município, mas a segurança pública é do Estado”. Segundo ele a Guarda Municipal é diferenciada, formada por pessoas competentes e preparadas para “enfrentar a bandidagem, não que seja papel deles”. A contradição vai piorando. “Se fizer concurso público a gente não sabe que pessoas vão passar”. Parabéns ao ex-prefeito que acabou de descrever justamente o princípio da impessoalidade. Apesar de ele mostrar grande desconhecimento sobre o assunto é justamente por isso que exige-se o concurso público; para que todos tenham a mesma oportunidade. Ele quer pessoas, segundo ele, com perfil de “enfrentar a bandidagem” precisa ser alguém com experiência e que tenha condição de ANDAR ARMADO. Ficou claro que temos em Panelas hoje é uma polícia municipal, o que é ilegal, equivocado, além de ser um precedente perigoso. Se a prefeitura não segue a lei, ninguém mais precisa seguir. Esse único parágrafo revela toda contradição na fala do ex-prefeito.
A parte do concurso eu vou deixar para comentar em outro texto porque foram muitas bobagens, mas o ex-prefeito que não é de Panelas, não mora em Panelas, por opção, criticou bastante porque a maioria dos aprovados não são de Panelas. Resta ao povo analisar o que foi dito por ele e até mesmo o silêncio da prefeita eleita.
Coluna Política // Por Pierre Logan é
Advogado, Bacharel em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Formado em Filosofia, é licenciado pela Universidade Cruzeiro do Sul, Pós-graduando em Direito Processual Civil pela Escola Paulista de Direito. Filósofo. Membro do Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho, da comissão de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil e Jovem Advocacia de São Paulo.
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