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SÉRGIO E RILDO DE MANO VS LOURINHO E MANOEL SARAIVA

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Publicado em 11/07/2016 | Atualizado em 21/02/2022

Sei que a maioria quer que tratemos do nome de Sérgio Miranda na lista dos “sujinhos” da política, mas quem acompanha minha coluna sabe que isso não é novidade porque já escrevi diversas vezes sobre o fato e citei processo por processo, inclusive, disponibilizando os arquivos PDF para quem quisesse comprovar que a “picaretagem não tem limites”.

O título enseja que talvez Sergio fosse candidato e Rildo seu vice ou coisa do tipo. Sabemos que isso é impossível, no entanto, pretendo mostrar que; apesar de não ser, é como se fosse. Inicialmente, é sempre bom desconstruir a ideia de que Rildo ou qualquer outro seja um “traidor” por abandonar o barco furado do Papagaio. Para haver traição alguém precisa ser enganado e para ser enganado é preciso que em algum momento alguém tenha sido da confiança do sujeito que se sente traído.

Sabemos que Lourinho nunca confiou em Rildo e vice-versa. As várias possibilidades da política nunca são bem avaliadas pelo Macunaíma e ele acreditou erradamente que, impondo antidemocraticamente sua candidatura, faria com que todos da oposição ficassem com ele ou o apoiasse de fora. Nem pensou na possibilidade de um: “foda-se sozinho!”.

Não penso política com a visão imediatista de alguns, tão pouco com a superficialidade de outros. Acredito que há uma razão para se estudar ciência política e que há uma ainda maior para que poucos homens dominem muitos e esses muitos aceitem a dominação. Existe uma tranquilidade patente na falta de responsabilidade. Vamos abandonar este introito e partir para o que interessa.

Sou da opinião de que esta pode ser a ultima candidatura de Lourinho. Sou da opinião de que Rildo de Mano e Manoel Saraiva estão apenas começando. Sabendo disso podemos traçar uma linha de raciocínio deste ponto até as mudanças nos anseios populares dos últimos anos. Alguns discordam quando digo que Panelas está dentro do Brasil e participa da “roda da mudança”, mas quero reforçar este fator porque sem ele a equação não funciona.  É bastante simples, todavia, precisamos entrar no campo hipotético para exemplificar melhor.

Digamos que o povo esteja cansado da bipolaridade estúpida que existe entre Sérgio Miranda (situação) e Lourinho Macunaíma (falsa oposição). Digamos que o povo almeja alguém novo. Algum indivíduo que não se encaixe em nenhum dos dois grupos. Alguém que tenha um projeto sério, interesses sérios e que represente tudo o que os outros não passam nem perto de representar. Digamos alguém que diga o que ninguém diz, pense como os outros não pensam, comporte-se de um modo diferente ou tome atitudes que só ele toma. Seria uma grande esperança.

Agora imaginemos que Rildo de Mano e Manoel Saraiva aparecem e dizem que serão candidatos independentes. Notaremos com facilidade que a questão política mudaria. A bipolaridade deixaria de existir e passaríamos a ter mais opções (mais esperança). Não estou falando em ganhar ou perder. Isso é secundário. Independentemente do resultado de tal disputa a situação mudaria porque teríamos mais interesses e mais pessoas interessadas no campo político. Sérgio Miranda sai de cena porque não pode mais concorrer. Lourinho sai também porque ninguém merece… (risos). Teríamos outros dois candidatos e mais aquele que Sérgio teria apoiado. Conclusão: o sistema político panelense mudaria de vez. Agora vamos sair do campo hipotético e voltar para os fatos.

Quando Rildo se junta com Sérgio ele passa obviamente a fazer parte do grupo da situação. Quando Manoel Saraiva se junta com o Macunaíma ele passa a fazer parte do grupo da “oposição”. Como Sérgio vai sair da história porque não pode se reeleger, Rildo fica para tentar nas próximas. Como Lourinho vai continuar perdendo sempre, ele uma hora para, então, fica Manoel saraiva. Em outras palavras, a bipolaridade continua com outros nomes.  

Sabemos que as manifestações de 2013 e as que se seguiram demonstraram a insatisfação do povo com a política arcaica. Dilma sofre um processo de impeachment, Temer assume, Cunha renuncia, mas o povo não fica satisfeito. Simplesmente porque não é dos políticos que discordam necessariamente, mas sim do sistema político. É do teatro que denunciei no meu texto anterior que não aguentamos mais.

O que estou tentando dizer é que, tanto Rildo de Mano como Manoel Saraiva, abandonaram o “caminho da independência” para se filiar a uma das polaridades presentes em nosso município há décadas. Será a substituição do antigo patente pelo antigo latente. O velho que imita o novo na aparência, mas permanece obsoleto na essência. A repetição que trás certa segurança para alguns, mas causa apenas tédio em outros. A prova de que não vivemos numa democracia pura, mas numa aristocracia barata que sai cara demais para um povo que não tem como pagar essa conta.

“Os políticos são vistos como escória, mas tratados como autoridades”

Diante de tudo o que falei não será difícil concluir que a bipolaridade continuará a empobrecer o debate. O debate continuará irritando o povo que não aguenta mais tanta asneira. As asneiras serão repetidas de tantas formas que o povo se acostumará com elas e continuará de mãos atadas, no meio de um debate pobre, bipolar e ridículo. Os políticos continuarão sendo vistos como escória, mas tratados como autoridades (costume antigo), mas sejamos sinceros, caros leitores, todos já sentimos que o pavio está quase no fim.

Coluna Política // Por Pierre Logan

Formando em Direito, Licenciando em Filosofia, Formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado.


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