Publicado em 27/11/2017 | Atualizado em 21/02/2022
Eu confesso que não queria escrever mais um artigo falando da estulta digestão municipal que somente se supera em incompetência, néscia e nepotismo disfarçado. Comecei apenas vendo as fotos que me enviaram das estradas do Jundiá (fizemos uma matéria sobre a inobservância dos princípios básicos da administração pública). O que ocorreu foi que enviaram máquinas para região da mata (onde fizemos a matéria), mas apenas maquiaram as coisas, afinal, “arrumaram” as vias principais e deixaram as outras abandonadas. Ignoraram o fato de que se um cidadão adoece na sua casa, antes de chegar na via principal precisa passar por vias locais…. É mais do que óbvio, mas essa turma não consegue juntar causa e consequência. É o típico exemplo do subnitrato de bosta, porque essa “gestão” superou o próprio conceito da bosta, com todo respeito é claro. Superaram os limites do ridículo. Depois que comecei as pesquisas dessas questões, juntando depoimentos de pessoas do sítio, áudios da própria prefeita, inclusive, prometendo resolver etc., encontrei uma imagem de uma tal “gestão democrática” e não demorou para que me enviassem o vídeo com o discurso do “coisa”.
Diante desse insulto à inteligência do panelense decidi que deveria responder à altura, mas como a altura deles é rasteira demais, não conseguirei rastejar tão baixo. Portanto, façamos como a bota que atinge vermes de cima para baixo.
Em primeiro lugar quero deixar claro que na minha próxima visita ao município vou querer a palavra com direito ao microfone nessa tal de “gestão democrática”. Se “o coisa” tem o direito a palavra eu também tenho. Ser ex-prefeito e não ser ex-prefeito é exatamente a mesma coisa. Não vejo motivos para deixarem um cidadão comum falar e não deixar outro e, ainda que inventem a desculpa de que “o coisa” é um ex-prefeito, não tem problema; eu ligo para Fred e podemos fazer isso juntos. Que tal? Princípio da igualdade. Minha única dificuldade numa situação como essa seria olhar para pessoas que outrora admirei sem cara de nojo, ou talvez segurar a ânsia de vômito na frente do “coisa”.
O fato é que não é normal uma prefeita sentar um pouco atrás de um ex-prefeito (veja a foto). Não é normal uma prefeita pegar o microfone e durante os poucos segundos do discurso (discursinho vagabundo), fazer mais referência ao ex-prefeito do que ao assunto em pauta ou virar mais de sete vezes para olhar para ele enquanto fala. A única coisa normal é o “coisa” mexer muitos os braços enquanto fala, pois é uma característica patente de alguém que quer desviar o foco, não sabe o que está dizendo e percebe o mico que está pagando. É a epilepsia do mentiroso apavorado, pode pesquisar na internet. É psicologia comportamental, todo picareta faz a mesma coisa (assista o vídeo).
Mas o que cargas d’água seria “gestão democrática”? Perguntar ao povo o que ele quer? Perguntar ao povo onde está o problema se o problema muitas vezes se encontra na calçada da própria prefeitura e os “engenheiros” precisam refazer três vezes para acertar o que um servente de pedreiro acertaria de primeira? O que é “gestão democrática” senão passar o poder para prefeita eleita e deixá-la governar sem pagar mico? (se é que é possível) O que é “gestão democrática” se não permitir a alternância de poder? Para que serve, afinal, o Plano de Governo se não para ser seguido? Já pararam para pensar que a palavra “plano” significa algo tipo um…, plano? E o Plano Diretor não trata das diretrizes basilares que impulsionarão o município? Não estão seguindo? Agora perguntem-se: dizer que numa cidade de pouco mais de 26 mil habitantes, onde todos conhecem todos, onde até quem está em São Paulo (amém) consegue saber do que acontece na calçada da prefeitura, nos sítios, na câmara, no gabinete do “coisa” (ou melhor, da prefeita) e até no whatts da prefeita (ou pelo menos nos dos cidadãos para quem ela envia áudios prometendo coisas), precisam gastar dinheiro público para perguntar ao povo o que está errado? Na era da comunicação o próprio modelo da “gestão democrática” é um sinal do atraso que existe na cabeça oca dos que se submetem a isso. Basta olhar para cara dos que estão ao redor e ver que até os presentes ali estavam para agradar e não porque achavam uma boa ideia. Pior que os cidadãos comuns percebem isso e comentam sobre o quanto é ridículo, mas conforme o conto da “roupa nova do rei”, somente alguém verdadeiramente desprendido das imbecilidades interesseiras tem condição moral de apontar e dizer: “o rei está nu!”.
A digestão democrática nada mais é, na minha humilde opinião certa, do que um tipo de reunião política fora de época em que todos os inúteis puxa-sacos e interesseiros vão elogiar o que não foi feito, parabenizar quem não merece e se sentir importante num evento pobre, desnecessário e miseravelmente composto de figurantes emburrecidos e figuras sem legitimidade moral ou intelectual que pegam o microfone para não dizer nada. Repetem a mesma conversa porque sabem que a repetição da mentira não gera nenhuma mudança, mas mantem a população na inércia. Dessa forma os funcionários contratados pela barganha e troca de favores continuam se sentindo cidadãos honrados enquanto o cidadão humilde continua chamando de “dotô” os que não merecem nem o título de “amigo do povo”. A principal coisa a ser resgatada em Panelas é sem dúvida nenhuma a vergonha na cara, pois se fossem tratados como os cavalos de um “certo alguém” jamais lhes faltariam cuidados, comida e ÁGUA. Panelas tem a digestão mais estúpida porque não percebe que nenhuma riqueza construída com a pobreza dos outros tem valor. E a prova é tanta que todos nós, ainda que não assumamos, conhecemos gente que ganhou dinheiro e continua sendo um bosta, e com isso prova que dinheiro não é merda nenhuma. Eu até pediria desculpas pelas palavras que usei, mas o que são palavras pesadas diante de das cenas de terror institucional que Panelas vive?
Coluna Política // Por Pierre Logan
Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. Contato: [email protected]
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