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PANELAS, PROFESSORES, PALHAÇOS E POLÍTICOS

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Publicado em 31/07/2017 | Atualizado em 21/02/2022

Quase todo mundo ouviu falar do que ocorreu na Câmara de Vereadores de Panelas na última reunião. A explicação é muito simples para os que não conseguiram entender o óbvio ainda: vereadores foram os políticos que sempre foram. Ponto. A educação nunca foi valorizada em lugar nenhum do País. Desde que comecei a estudar ouço reclamações dos mestres sobre a desvalorização dos professores. Os salários dos Vereadores, por exemplo, foram reajustados assim como o da prefeita, mas para reajustar o deles não tivemos tantos entraves.

Mesmo já tendo se passado quase três mil anos depois que o Rei Salomão (966-926 a.C.) se foi, ainda não há nada de novo debaixo do sol. Sim, política agiliza tudo. Politicagem só atrapalha as coisas. Se você se perguntar o que fazer para resolver o problema (que não precisava existir), bastava apenas que se cumprisse a lei. Não precisavam causar tanta balbúrdia e nem fazer tanto escândalo. Pega-se a Lei Federal 11.738/2008, que como o próprio nome já indica não necessita de aprovação e nem de reunião de Câmara Municipal nenhuma, tendo em vista que é Federal e está em vigência desde o ano da sua vigência (óbvio).

Por que tanto barulho? O vereador Edson Rufino (PCdoB) verificou que o projeto continha uma armadilha que poderia prejudicar os professores, tendo em vista que não recebem seus direitos há tempos. Decidiu acrescentar ao projeto uma emenda que citava a Lei Federal 11.738/2008. A emenda foi rejeitada, pois os vereadores da base aliada da excelentíssima Drª Joelma Duarte (verdadeira causadora do desastre) decidiu aprovar o projeto que atropelava os direitos garantidos já atropelados mais de uma vez pela atual digestão municipal. Em outras palavras, a prefeita enviou o projeto de lei e pediu (obrigou) vereadores submissos, omissos e irresponsáveis a aprovar o projeto sem emendas. Fizeram exatamente como manda o gabarito. Gabaritaram, portanto, a prova de descompromisso com a educação panelense. Uma questão que deve ser observada e repetida até grudar na cabeça da população é que as contas do ex-digestor que foram enviadas com apontamentos para REJEIÇÃO pelo TCE, foca também na falta de compromisso com os profissionais da educação. Aquela velha história do permanecer no erro é burrice, pois é: prêmio do jumento do ano vai para…vereadores de Joelma & cia.

A questão é que o desgoverno municipal não cumpre com o seu papel desde o Paleolítico e a prova foi a reunião que nos remeteu ao período da pedra lascada. Os professores utilizaram-se de seus conhecimentos para promover um dos momentos mais democráticos que tivemos o prazer de ouvir falar; visitaram a câmara aplaudiram quem concordava e apoiava sua luta e vaiaram aqueles que descumpriam seu papel representando o executivo. Resultado: o vereador Zé Julho disse que alguns presentes só visitavam a Câmara para fazer palhaçada. Por alguma razão os profissionais da educação discordaram da falta de educação dele. Na minha humilde opinião, não há um só professor que se preze que tenha ido a Câmara para fazer palhaçada, pois já estão cansados de ouvirem piadas ruins de Sérgios, Joelmas e Zés Julhos da vida. Cada um dos presentes estava simplesmente cobrando um direito garantido por Lei (nem mais e nem menos) que não é cumprido pelos desgovernantes que recebem MILHÕES por ano da educação e não oferecem nem sequer educação em troca. São representantes de si, despreocupados com a população e com cada um daqueles que confiaram e deram seu voto.

Vereadores como Weliton Saraiva, Denival, Deço, Quiterinha e Zé Julho, por exemplo, deveriam ter lembrado que não representam os desmandos mandados pelo executivo, mas sim a população que clama por representatividade. Se foram espertos ou covardes vai depender muito do que entendem por esperteza e covardia, mas sabemos apenas que justos eles não foram. Se as palavras de Zé Julho foram bem colocadas ou mal colocadas na tribuna, penso que pouco importa, pois seu voto (que importa de verdade) ele deu contra a classe trabalhadora da educação municipal e isso ofende mais que qualquer palavra que ele tenha vomitado no microfone.

O SISMUP fez um papel muito importante, provou categoricamente que a briga por uma educação de qualidade com mais recursos e menos desvios depende da participação ativa e constante de educadores, cidadãos de bem, imprensa e internautas. Quando se melhora a educação, se reduz a violência, o desemprego, a marginalidade e a politicagem barata. Chega uma hora em que devemos questionar os políticos amestrados e tirar o sono de cada um deles para que nenhum jamais consiga ser eleito para coisa alguma. Essa é a melhor lição que podemos dar. Lembrando que professores são formadores de opinião nas escolas, nas ruas, nos bares, nas calçadas, nas casas, na Câmara e devem apertar mais ainda o cerco, de modo que essa última tentativa de humilhação seja o dia que nenhum vereador da base aliada tenha possibilidade de esquecer.

“Os professores dão o fogo do conhecimento e o conhecimento é a luz que transforma o mundo”

Se o poder emana do povo e é exercido por meio de seus representantes, por que seus representantes ousam erguerem-se contra a vontade do povo? Quando se nega direitos de professores não se nega apenas direitos aos professores, mas a toda comunidade que precisa ser educada. Se nega direito as crianças, jovens e todos os futuros profissionais de todas as áreas. Nega-se futuro a quem ainda não encontrou o caminho. Nega-se possibilidade de crescimento a quem precisa respirar progresso. Nega-se tudo a todos, pois os professores dão o fogo do conhecimento e o conhecimento é a luz que transforma o mundo. Ninguém nos mostra a chave para abrir as portas certas da vida, mas a porta errada se encontra sempre aberta e com mensagem de boas-vindas. A falta de educação pode ser deficiência nos estudos ou falta de caráter, no caso da Câmara Municipal de Panelas, especificadamente no caso desse projeto, concluímos que faltou os dois.

Coluna Política // Por Pierre Logan

Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. OAB-SP 218968E.


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