Lembro-me de ter dito um pouco antes de anunciarem o fim da seca em Panelas: “A seca de hoje é a mesma seca de ontem e será a mesma seca para sempre se depender do atual grupo político”. Não esqueci que, salvo engano, na década de 90; Sérgio Miranda escreveu um artigo (O nordeste pede socorro) onde falava do problema da seca. Quase vinte anos depois estamos com o mesmo problema. O que mostra que: ou ele não tem a mínima vontade de resolver ou ele é ainda mais incompetente do que pensávamos. Se a questão fosse só a falta d’água ainda estaríamos bem. O problema é que ano que vem todos os fantasmas voltam ao mesmo tempo.
Um dos fantasmas que sempre volta é o da beligerância da campanha política. Aquelas velhas ofensas e intrigas pessoais de pessoas que passaram anos sem cobrar, acompanhar e muitas vezes sem sequer tocar na questão política. Pessoas que ficaram completamente por fora de tudo que diz respeito ao social e as questões que afetam diretamente toda comunidade. A pior parte é que tem gente desse tipo que quer ser candidato a prefeito. Um exemplo claro é o Lourinho Macunaíma. O indivíduo não pisou na câmara de vereadores (um dos poucos lugares para se fazer oposição de verdade) nem uma vez. Até eu que moro em São Paulo frequentei a Câmara mais do que ele este ano.
“Não se pode construir uma imagem de trabalhador com o entulho das coisas que destruiu ou das coisas que deixou de construir”
Outro fantasma é justamente esse que falei. Políticos (eleitos ou não) que passaram anos sem tocar na palavra política municipal e hoje querem mostrar trabalho. Não adianta. Tiveram quatro anos para arrumar a casa e mostrar trabalho. Se não o fizeram até agora o que vier ano que vem será pura propaganda política. Não se pode construir uma imagem de trabalhador com o entulho das coisas que destruiu ou das coisas que deixou de construir. Caso contrário ficará igual o Juacir Alves que se elegeu com a AMUB (Associação de Moradores Unidos do Bairro) e a “fechou” assim que foi eleito. Agora aparece com suas palavras de “fiz requerimentos”. Até um papagaio consegue requerer alguma coisa.
“O líder tem iniciativa, toma a frente e resolve o problema”
Os fantasmas dos natais passados retornaram mais uma vez na falta de liderança. Já disse e vou repetir: se alguém está esperando outra pessoa dizer que ele pode ou não se candidatar então esse alguém não é um líder, é um picareta disfarçado como tal. O líder tem iniciativa, toma a frente e resolve o problema. E se alguém sabe que é o melhor para administrar o município, qual a razão de esperar mais quatro anos para o “rei” dar a ordem? Esse é um dos piores fantasmas. A falta de liderança para mostrar um norte.
Chega de tanto fantasma voltando ao mesmo tempo. Não, ainda tem mais. Além do fantasma da seca, da beligerância, da ignorância, dos políticos preguiçosos e omissos e da falta de liderança, temos um novo. O da crise.
Sabemos que o Governo Federal, tão criticado pela direção do município, foi muito generoso com nossa cidade. Ano passado foram mais de 51 milhões enviados para Panelas. Nosso prefeito não conseguiu fazer muito com esse dinheiro, mas arrumou um jeito de aterrar o açude e de ter contas rejeitadas e umas pedaladas (rombo na previdência) “só pra variar”. Agora o que será que ele vai fazer quando o Governo enviar menos dinheiro? Além de botar a culpa nos outros, como sempre faz, eu não tenho a mínima ideia.
Entre todos os fantasmas que existem e que chegarão com mais força ano que vem só um me assusta. Somente esse me assombra e não me deixa descansar. Esse fantasma é o responsável pela continuação de todos os outros. É o que dá força para os outros e os mantêm vivos e fortes. É o fantasma do proselitismo político. É aquele que faz com que o cérebro das pessoas seja tomado pelo sentimento de companheirismo partidário e transforma as pessoas em escravos da vontade do outro. Brigam sem saber o porquê, ofendem quem não conhece, votam em quem nunca fez nada e caminham pelas ruas gritando o nome de um candidato que eles nunca ouviram falar e que sabem que só se candidatou porque Sérgio Miranda ordenou. A pior parte é que sabem que é uma figura montada para se eleger, mas votam. Esse fantasma é terrível.
Mas a campanha acabará. A espiral do silêncio voltará com toda sua força. A oposição se calará. As pessoas continuarão saindo de Panelas para trabalhar. A seca continuará a nos assombrar. Lourinho desaparecerá (como sempre). Sérgio retornará um dia (o mal sempre volta) e nós diremos às nossas crianças que fantasmas não existem, mas nunca explicaremos o motivo de tanta gente viver em baixo da cama.
Coluna Política // Por Pierre Logan
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