Mais uma vez sou obrigado a explicar que usamos “oposição” como um modo de falar. Não é novidade e não vamos nos ater às trivialidades das discussões que versam sobre a inoperância da “oposição”. É fato e não se pode discutir que a “oposição” não fez e nem faz oposição. Eu pediria desculpa pela redundância, mas neste caso a repetição é necessária.
“O único lugar que se pode fazer oposição é na Câmara de Vereadores de Panelas”
Já tratamos muitas vezes do tema (enquanto a oposição dormia) e em outras oportunidades dissemos que “o único lugar que se pode fazer oposição é na Câmara de Vereadores de Panelas”. Na rua se faz protesto. Nos palanques se faz discurso. Na campanha se faz campanha. Oposição se faz na Câmara (de preferência fora das campanhas também). Ponto. Não sou eu que invento essas coisas, isso é menos do que o básico.
Muito bem, agora vem a pergunta chave: Para que diabos serve uma oposição? Ora, em um sistema democrático elegemos políticos por maioria. O que, obviamente, determina que seremos governados porque a maioria assim o quis (mentira, Manoel Caboclo foi eleito por média). Então, para que serve uma oposição? Ela não é eleita pelo povo, na verdade a oposição é geralmente quem perde. Não se engane. Todo opositor tem um valor quase tão importante quanto quem é eleito.
“A oposição representa o povo sempre que o grupo de situação tenta extrapolar”
É sabido que muitos governantes quando chegam ao poder abusam dele. As leis estabelecem algumas regras que impedem quase todo tipo de abuso, mas quem cria as leis? Exato. Políticos criam leis. Se políticos querem abusar do poder, mas são impedidos pelas leis que eles mesmos criam, é natural que tentem criar leis que não os impeçam de fazerem isso. E é justamente aí que entra a oposição e seu importante papel. A oposição faz o contra peso. Ela equilibra as forças. Por essa razão uma das possíveis definições para contrapeso é “qualquer força que diminui o efeito de uma força contrária”. Em outras palavras, a oposição representa o povo sempre que o grupo de situação tenta extrapolar. É (ou deveria ser) um das barreiras que impedem a implantação do autoritarismo. Ou seja, se ela não fizer isso, ela não só estará sendo complacente com o desgoverno; ela estará agindo contra o povo.
Partindo do pressuposto que um amigo nada mais é que um inimigo bem comportado, a “oposição” é hoje uma grande aliada de Sérgio Miranda. Quando o digestor quer aprovar o parcelamento do rombo na previdência, a oposição se cala. Lourinho não pisa na Câmara (nem quando promete que vai), Rildo de Mano (um tipo de Lourinho endinheirado) também não. A única preocupação desses dois, aparentemente, é com a imagem (olha a ironia). Comportando-se dessa forma, eles não lutam pelo povo como fazem questão de dizer em alto e bom som, eles lutam contra o povo.
Contemos desde o primeiro dia em que o primeiro projeto “contra o povo” foi votado na Câmara. Qual dos dois se pronunciou sobre a questão? Lourinho não apareceu nem na porta da casa dele (na Câmara então…). Rildo de Mano nem existia ainda. O “grupo de oposição” não falava nada, exceto o vereador Edson Rufino, que vem lutando a mais de vinte anos praticamente sozinho.
“Dificilmente um político ruim na oposição será bom na situação”
Antes que os amantes da hipocrisia digam que a crítica a Rildo de Mano não é válida porque ele não estava nem aí para Panelas na época, quero deixar claro que a crítica é justamente porque ele não estava nem aí para Panelas; e se estava não demonstrou. Uma das semelhanças entre os dois pré-candidatos da oposição é que enquanto Lourinho perdia em Panelas Rildo de Mano perdia em Agrestina. Uma das coisas indiscutíveis na política é que, dificilmente, um político que é muito ruim na oposição será bom na situação.
Na análise que faço a “oposição” vem lutando constantemente contra o povo de Panelas. Aumento da taxa de energia elétrica, parcelamento do rombo na previdência, falta do concurso público, contas do prefeito, fantasmas da Câmara etc. Tudo isso contou com a omissão e, portanto, complacência desse grupelho. Poderíamos dizer que ela não cumpre seu “poder-dever” de oposição e, dessa forma, comporta-se de modo perigoso e nocivo, atacando assim a democracia.
“A oposição caminha de mãos dadas com a situação”
O atual digestor faz o que quer porque assim a “oposição” quer. Se não quer permite sem querer, enfim, difícil não entrar em paradoxos quando tratamos de um caso de amor tão delicado. De mãos dadas a “oposição” caminha com a situação. De punhos fechados ambas tratam a população de Panelas. Pelo andar da carruagem blindada da oposição, na campanha deste ano, veremos mais do mesmo, o que chega a ser confortável, já que de tanto ver esse filme conhecemos as próximas cenas.
Coluna Política // Por Pierre Logan
Bacharelando em direito na FMU, formação em
Filosofia e Filosofia Geral, Fundamentos do Direito Público,
Ciência Política e Teoria Geral do Estado.
Filosofia e Filosofia Geral, Fundamentos do Direito Público,
Ciência Política e Teoria Geral do Estado.
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