Passei dois dias em Panelas. Reencontrei alguns amigos, fiz novas amizades, me meti em algumas confusões e participei de muitas reuniões. Algumas coisas me surpreenderam e outras, nem tanto. Uma surpresa boa foi ter encontrado pessoas de diferentes posições políticas (oposição e situação) que me trataram com respeito, carinho e até abriram mão de seu tempo para conversar. Entretanto, percebi que aquela já citada “tendência beligerante” das eleições municipais se refletia também na campanha presidencial. Tinha pessoas, por exemplo, que dizia que jamais votaria “com Sérgio Miranda”, outros diziam estar com “Lourinho outra vez!”, como se os candidatos não fossem Dilma Rousseff e Aécio Neves.
Percebi também nesse curto, mas proveitoso tempo que passei em Panelas que aquela nossa previsão de que levaríamos uns dez anos para construir algo sólido e edificante em nosso município devem ser multiplicados, no mínimo, por três. Não são só as obras que estão atrasadas. As pessoas ainda não estão preparadas para tratar políticos como devem ser tratados.
Passei praticamente em todos os distritos e, honestamente, me assustei com o abandono de algumas estruturas físicas de algumas salas de aula, de algumas escolas e de certas praças públicas.
O que se pode notar é que o atual governo não tem pressa para começar ou terminar nada e que a oposição também não está se mexendo. Não há, ou há poucas pessoas envolvidas em causas sociais. Não consegui vislumbrar nenhum possível futuro candidato a vereador com ações beneficentes, financiamento de associações já existentes ou algo do tipo. A impressão que isso nos passa é que; muitos acreditam que só devem se mover para ajudar a população quando eleitos, o que é um erro não só político, como também, estratégico.
Uma coisa se mostrou quase que inquestionável: Deve-se investir pesado, muito pesado, mas muito pesado mesmo em educação. E não estou falando só de investimento da parte do governo municipal, estou falando de um investimento político-social, que deve partir de muitos lados das posições políticas do município, sendo ou não eleitos, já que o bem comum é um desejo de todos.
Uma coisa que, particularmente, doeu em mim; foi encontrar pessoas de diversas idades e grau de escolaridade dizendo: “já perdi meu valor. Votei.” Isso é, no mínimo, preocupante. Essa frase parece ser só uma frase feita e usada repetidamente por pessoas de diversos grupos sociais, no entanto, é mais do que isso. É um exemplo claro de como as pessoas se sentem em relação a políticas e políticos. Pouca gente recebe tanta atenção quanto àquela dada em período de campanhas eleitorais.
O cidadão não se sente representado, mas sim usado. Ele não tem esperança na mudança, ou em uma possível melhora, pois não acredita mais nas promessas, nos projetos, na beleza de escolher um representante. Tudo o que algumas pessoas conseguem enxergar é: A bajulação em campanhas eleitorais e a falta de atenção depois das campanhas eleitorais. No valor que não é dado ao cidadão, mas sim a seu voto porque seu voto é, em tese, a única coisa de valor. Isso é muito triste.
A primeira coisa que se deve buscar é reeducar a população, trazer de volta a alta cultura e trazer também a autoestima porque sem esses três elementos a tão sonhada “política limpa” não poderá sequer ser posta no papel.
Por Pierre Logan
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Tudo em nossa cidade si resume a política partidária ! =/
Acompanhei O Grande Pierre Logan Em Uma Bela Parte De Sua Viagem E Confirmo Tudo Que Nesse Artigo Foi Publicado…O Descaso é Grande Meu Caro
Basicamente isso mesmo. A política de Panelas está resumida à política partidária.
É triste, Reni, muito triste!
Valor. Como cidadã, em época de eleição eu me vejo como um voto perambulante, talvez também como um potencial militante. Só para isso que eu tenho “valor” nessa época. E só para isso somos usados. Essa frase é para mim, como uma daquelas piadas que as pessoas contam, mas que por traz a uma tremenda e genuína mágoa.