“As fogueiras das campanhas foram acesas e surgiu uma grande cortina de fumaça que impediu que eleitores pudessem enxergar além do que os políticos querem que vejam.”
As férias de junho são realmente uma benção. O São João de Caruaru chega com tudo, todo mundo sai animado para dançar e aproveitar o melhor que nossa tão rica cultura tem para oferecer nessa época. As fogueiras trepidam e o cheiro de fumaça transforma-se em um tipo de cortina mística que tem o poder de reforçar ainda mais o clima de festa junina. Parece que tudo pode ficar para depois. Se você pensa parecido com isso saiba que os políticos do nosso município também pensam assim e diminuem até a energia gasta com articulações políticas, tirando a oposição que nunca faz nada mesmo e a Câmara de Vereadores que tanto fechada quanto aberta serve para uma única coisa: nada!
Estamos no fim do primeiro semestre de 2015 procure saber quantos projetos a Câmara fez nesse ano. Não estou falando de requerimento, estou falando de projeto. Não adianta procurar na página do face, não está lá. Não adianta procurar no site, pois não existe. Não adianta ir até a Câmara, está fechada. O dinheiro público é torrado como um milho esquecido na fogueira; e o povo sempre acaba dançando, só que nessa época dança literalmente.
Sérgio fez uma reunião e depois disso houve um completo silêncio. Nenhum vereador, suplente, candidato, bajulador ou sombra do prefeito (Rubens) se manifestou para nada que tenha relação com a política. Até os boatos de que Ivan Nogueira seria candidato foram abafados por algum tipo de “ordem superior”. E o suposto preferido de Sérgio, o atual vice, pessoa que considero mais desqualificada para assumir o executivo continua sendo a sombra do atual digestor do município.
A única pessoa da situação que eu arriscaria dar um voto de confiança seria Ivan Nogueira. Pena que ele não percebe que o povo o quer como prefeito. No entanto, e, aparentemente, Sérgio Miranda tem medo de que alguém descubra a fragilidade do seu grupo. O silêncio esconde muita coisa, mas revela outras que são incrivelmente esclarecedoras. Na ultima campanha municipal, o atual prefeito do município venceu por pouco mais de mil votos (1.053 –, o que corresponde a 36,78%). O que significa que se qualquer um do seu grupo decidir lançar-se candidato independentemente, essa atitude levará o atual grupo da situação à derrota. O mesmo acontece com a oposição, pois o Macunaíma (quero dizer; Lourinho) teve 1.053 a menos que o candidato eleito, cerca de 31,80%; o que significa que se a oposição for dividida, ainda que por alguém despreparado como Mica (PP), ela estará fadada ao fracasso (se é que me entendem). Se bem que, se Lourinho se candidatar novamente, perderá também (“Ai! que preguiça!…”).
Panelas tem 21.128 (vinte e um mil cento e vinte oito) eleitores. Se fizermos as contas de quantos frequentam as reuniões do legislativo teremos uma média anual de 0,2% (não estou contando com a imprensa). Pode se dizer que uma parte, mais ou menos 7.771 (sete mil setecentos e setenta e um), vota em qualquer um que o atual digestor apoiar (a maioria desses não vota em Lourinho nem a pau). Lourinho teve na campanha municipal de 2012 exatos 6.718 (seis mil setecentos e dezoito votos), a maioria desses não vota em Sérgio Miranda nem que os cavalinhos dele tussam. O problema é que uma parte desses eleitores de Lourinho também não vota mais no próprio Lourinho (eu sou uma prova disso e muitos que conheço da oposição). Em suma, quem for dividido por quem quer que seja perderá e feio. Se não surgir outro candidato para substituir Lourinho, perderá bonito (risos).
Por que estou dizendo tudo isso? Ora, porque ninguém está dizendo nada. Ou ninguém teve coragem de falar dessa fragilidade dos grupos ou passou despercebido. Eu faria algumas perguntas para o atual sistema político do município: por que alguém tem que ser necessariamente oposição ou situação? Por que não pode haver um candidato neutro nessa história? Por que sempre existem apenas dois (Sérgio x Lourinho)?
As fogueiras das campanhas foram acesas e surgiu uma grande cortina de fumaça que impediu que eleitores pudessem enxergar além do que os políticos querem que vejam. A fumaça foi além do que os políticos queriam e a cegueira tornou-se quase que generalizada. Poucos que ousam questionar essa dicotomia ridícula e arcaica são taxados de “indecisos” ou “loucos”, essa ultima recebo com mais frequência do que as faltas do Mica na Câmara. Enfim, já falei que Lourinho era o Macunaíma, mostrei que há algo de podre na política municipal, assim como demonstrei que a política municipal está em crise, que a cidade caiu na espiral do silêncio, agora vou comer um milho, ouvir Luiz Gonzaga e, assim como Hamlet, descansar, pois “o resto é silêncio!”.
Coluna Política // Por Pierre Logan
Formando em direito na FMU, formação em
Filosofia Geral, Direito Eleitoral, Fundamentos do Direito Público,
Ciência Política e Teoria Geral do Estado.
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