Polícia Federal faz operação para desarticular organização criminosa na região. O esquema de fraudes em licitações investigado envolve pelo menos 10 prefeituras do Agreste de Pernambuco, inclusive a de Panelas.
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (15/02) a Operação “Cosa Nostra”, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que se instalou em diversas prefeituras dos municípios do Agreste de Pernambuco. Além da PF, paricipam da ação o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral da União-CGU, e Tribunal de Contas do Estado.
De acordo com a PF, a organização criminosa contava com a participação de agentes públicos municipais para fraudar processos licitatórios com direcionamento de seus resultados. Os valores de recursos públicos destinados às empresas investigadas de modo a beneficiar políticos, parentes e empresários gira em torno de R$ 100 milhões em empenhos suspeitos envolvendo 10 prefeituras.
O assessor de imprensa da Polícia Federal, Giovane Santoro, disse em entrevista em Caruaru-PE, que o esquema funcionava no momento da abertura de processos licitatórios. “Existiam os processos para a compra de mercadorias em áreas como saúde, infraestrutura e educação. As investigações mostram a formação de um cartel, principalmente pelos parentes de políticos, que ganhavam sempre a licitação”, diz.
Prefeituras investigadas pela PF no esquema de fraudes em licitações
O cartel tinha atuação nos munícipios de Agrestina, Panelas, Jurema, Água Preta, Lagoa dos Gatos, Bom Conselho, Jupi, Iati, Riacho das Almas e Angelim. Ao todo, estão sendo cumpridos 17 mandados de busca e apreensão nos municípios de Agrestina, Caruaru, Garanhuns e São João. Não está comprovada até o momento a participação das gestões municipais desses municípios no esquema.
As investigações da PF tiveram início em junho de 2016, a partir de denúncias de um vereador de um dos municípios investigados. Fora identificadas diversas irregularidades envolvendo a contratação de empresas, valendo-se de favorecimento a determinado cartel compostas de sócios-laranjas, que de forma reiterada vinha se sagrando vencedoras em licitações para execução de obra públicas com verbas federais especialmente na área da saúde e da educação e infraestrutura.
Oito pessoas serão indiciadas pelos crimes de frustação de caráter competitivo de licitação, fraude na contratação, corrupção ativa e passiva, crime de responsabilidade, cujas penas somadas ultrapassam os 30 anos de reclusão.
Fonte das informações: G1/Pernambuco | NE10
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