Ano novo. Mesma história. Nunca vi tanta hipocrisia. Ou melhor; claro que vi. Todos sabem da imensa capacidade que os políticos têm de superar todos os limites da hipocrisia. Na reunião extraordinária (que aprovaria o concurso público no município) a maioria dos vereadores do prefeito (literalmente) faltou. Curiosamente apareceram dias depois para desejar um “feliz ano novo”. Piada pronta para rirmos de nossa própria desgraça. Os discursos se repetiram, as frases feitas se propagaram e a história se repetiu, paradoxalmente, protagonizada pelos mesmos vereadores que prometeram mudança.
“Há possibilidade de se comportar sempre da mesma maneira e obter um resultado diferente?”
Já perguntei várias vezes, mas vou repetir a pergunta porque prefiro a redundância que o esquecimento: “Há possibilidade de se comportar sempre da mesma maneira e obter um resultado diferente?”. Para os vereadores há, pois a pesar de terem deixado de fazer jus ao salário (altíssimo) que receberam o ano inteiro eles querem mais quatro anos de vida boa. Perceba que grande parte dos projetos aprovados pela Câmara de Vereadores de Panelas veio do executivo. Em outras palavras, a Casa legislativa simplesmente deixou de cumprir seu principal papel. Deixou de criar projetos e praticamente aprovou tudo o que o executivo “ordenou” que aprovassem (e sem questionar).
Foi uma verdadeira zona: aprovaram doação de terreno (dispensaram licitação) a uma empresa de Cupira (?). Aprovaram o parcelamento do rombo da previdência sem sequer saber qual o valor que estaria sendo parcelado. Atrasaram a elaboração do Plano Municipal de Educação. Mas no fim do ano fizeram questão de dizer que foi um ano de batalhas, de trabalho e de vitórias. Penso que estejam mesmo é rindo e ironizando. Vereadores como Mica, Juacir Alves, Manoel Caboclo (esse último eleito por média), não fizeram nenhum projeto que seja digno de ser citado. Requerimento fizeram alguns (será?), mas, como já disse, até um papagaio consegue requerer alguma coisa. Não precisa ser vereador para isso.
O ano, apesar dos pesares, não foi atípico. Foi um ano como qualquer outro fora de campanhas eleitorais. A oposição dormindo (menos Edson Rufino e Quiterinha), o prefeito com seus surtos “semiditatoriais”, Lourinho como político sendo um bom farmacêutico, o povo se ferrando com os aumentos das taxas de energia elétrica aprovadas pelos vereadores, a violência crescente e dominante assaltando o resto das coisas que os políticos não levaram etc. Foi um ano difícil, não obstante, comum.
Este ano será um ano como qualquer outro ano de campanha eleitoral. O prefeito possivelmente vai escolher alguém igualmente incompetente (difícil ter alguém pior) para sucedê-lo, os políticos correndo para todos os lados tentando recuperar a confiança que perderam durante três anos, Sérgio Miranda fazendo aquelas inaugurações de campanha fajuta, promessas vazias que não enganam mais ninguém, palavrões, ameaças, politicagem de quinta categoria, adeptos do sergianismo defendendo um governo que paga para isso, Lourinho voltando com aquela máscara de defensor do povo que ele mesmo esqueceu por três anos, músicas ofensivas, ofensas pessoais e essas coisas que gente medíocre e demagoga faz para defender uma classe que ofendem diariamente: políticos. Penso que as eleições seja o momento máximo de imbecilização da população. Além de você sustentar toda a campanha com impostos, ainda vai gastar seu tempo defendendo pessoas que vão passar mais quatro anos no poder não representando nada além de interesses pessoais e partidários.
“O ano começa com cara de velho. Velhos comportamentos nocivos. Hábitos abomináveis. Posturas intempestivas. Pouco ou nenhum trabalho para se mostrar. Menos ainda para comemorar”
A história se repete. Os discursos se repetem. O ano começa com cara de velho. Velhos comportamentos nocivos. Hábitos abomináveis. Posturas intempestivas. Pouco ou nenhum trabalho para se mostrar. Menos ainda para comemorar. O que salva, talvez, sejam novos nomes que surgem no mundo da política municipal. Leo Lima, André Muniz, Clélio Jaime e outros que podem renovar a Câmara. Fora isso não há tecnicamente nenhuma novidade. E é justamente por este ano não apresentar nenhuma novidade plausível que, neste primeiro artigo de 2016, desejo a todos os panelenses um feliz ano velho!
Coluna Política // Por Pierre Logan
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