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FALTA ÁGUA, COERÊNCIA E CAPACIDADE

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Publicado em 04/03/2019 | Atualizado em 21/02/2022

A falta de água está incomodando em demasia, especialmente porque não se pode falar em seca quando há água nos reservatórios e mesmo assim não chega nas torneiras da maioria dos cidadãos penelenses. Todas essas reuniões que estão fazendo com “autoridades” da COMPESA já aconteceram antes e o problema não foi resolvido. Esses encanamentos também já foram feitos, por exemplo, em Boca da Mata, e até hoje o povo espera que o desgoverno municipal cumpra com sua promessa. Tudo isso causa um grande problema para o cidadão e, por outro lado, a classe política, especialmente a dos vereadores, fica encalacrada, pois é impossível não ser contraditório numa situação em que o desgoverno que se quer defender não dá condições de defesa.

Estou acompanhando algumas ações dos vereadores do município. É impressionante como eles dizem que estão fazendo algo para “ajudar” o povo e em seguida elogiam o desgoverno do município sem perceber que estão entrando em contradição. Defender o indefensável é complicado, pior ainda é ir com as outras “Marias” para o barranco político sem se comprometer com a causa perdida. A maioria dos vereadores está tão desmoralizada que até quando aparecem nos meios de comunicação locais, aparecem somente para passar vergonha.

Quem anda fazendo uma “campanha” muito ativa utilizando a bandeira da falta de água é o vereador Denival de Cruzes. Sempre postando fotos e divulgando o quão interessado está em deixar o povo ‘assistencializado’. O grande problema é que não há como distribuir água por sua própria conta sem com isso dizer que o governo municipal não está fazendo. Não tem como fazer um trabalho que não é estritamente de sua função, sem denunciar a incompetência de quem deveria estar fazendo. Então, na verdade, todo vereador que se presta a garantir uma assistência, está na verdade confessando que o sistema municipal está falhando em algum ponto, pois se não estivesse, não haveria necessidade de um tipo de assistência suplementar.

É nessa hora que você pensa: “Mas a prefeitura não tem obrigação de distribuir água, isso é obrigação da Compesa”. É quase uma verdade. Acontece que quando elegemos um representante, por óbvio, ele tem que nos representar. E representar não é somente tirar fotos, gravar vídeos e sair propagandeando seu governo, mas resolvendo de fato a questão. A prefeitura tem obrigação, portanto, de cobrar da Compesa resultados e não somente desculpas. Vamos para um exemplo prático. No caso do concurso público do município a prefeitura se precipitou em processar a ADM & TEC para impedir o andamento natural do concurso. Para isso ela se achou legítima, mesmo sendo ululante que ela não tinha razão nenhuma para isso, e que gastaria dinheiro com advogados (eles contratam de fora) em um caso perdido. O curioso é que a prefeitura das Panelas não se acha legítima para processar a Compesa por não cumprir nem de longe seu papel para com a população. Interessante, não é? Como para uma coisa o desgoverno é rápido, mas para outra não é. Parece até caso pensado.

Além de Denival de Cruzes, que anda denunciando sem perceber a incompetência da prefeitura, o vereador Zé Júlio também o fez na sua última entrevista na rádio Cabanos FM. Segundo esse vereador, todos os meses ele ajuda pessoas com transporte e também gasta uma nota com remédios. O que ele não percebe é que está fazendo uma crítica ferrenha ao desgoverno, pois quando diz que faz por obrigação, já que vê pessoas passando necessidade, ele está dizendo que a prefeitura não está fazendo. Segundo esses vereadores, são obrigados a prestar assistência, pois o atual grupo político (do qual eles, inclusive, fazem parte) está deixando as pessoas desassistidas. Claro, nenhum dos dois tem condição cognitiva de compreender que suas palavras e ações vão em um sentido oposto dos elogios que fazem ao eu grupo político. Não dá para dizer que o governo faz e que você tem que fazer porque as pessoas precisam sem cometer uma contradição teratológica.


Segundo o presidente da Câmara, ele próprio irá sair da política porque não aguenta mais prestar assistência e ver o povo constantemente necessitado de tudo. Ele disse que está sobrecarregado porque é o único vereador que mora na cidade e a demanda de pessoas carentes de assistência é grande demais. Existe um jeito melhor de dizer que o grupo do executivo é incompetente? Se o governo do município cumprisse com seu papel restaria para os vereadores pequenos requerimentos, deliberações de leis, fiscalização orçamentária, pequenos projetos e pronto. Mas, tento um executivo tacanha, medíocre e incompetente sobra para os vereadores prestar a assistência que o governo nega.

Meu conselho para os vereadores, além de parar de defender o executivo, é que se afastem e escolham outro grupo ou montem um novo para ajudar a população a se livrar do atual. Esse peso vai pesar no lombo de vocês e vocês vão ficar cada vez malquistos aos olhos da população que quanto mais necessitada e carente mais vai exigir coisas e com razão, vão recorrer aos nobres edis. Quando vocês estiverem suprimidos não poderão mais ajudar e a culpa será imediatamente colocada em vocês. Por isso é de bom alvitre que quando a liderança estiver ruim que a troque. Quando o governo estiver ruim que seja trocado. Lembrando sempre que “fraudas e políticos devem ser trocados com frequência pelos mesmos motivos”. O atual grupo político está acabando e qualquer um que tenha dois neurônios já sabe disso. O ex-prefeito está cada vez mais desequilibrado e decadente. Ele perdeu a noção do ridículo e agora, o grupo incapaz de escolher um líder novo, está patinando no lamaçal da miséria.

Coluna Política // Por Pierre Logan
Advogado, Bacharel em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Pós-graduando em Direito Processual Civil pela Escola Paulista de Direito. Filósofo e licenciando em filosofia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Membro do Seminário de Filosofia – Olavo de Carvalho e da Jovem Advocacia de São Paulo. Compositor e intérprete, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente faz parte do Sindicato dos Compositores e intérpretes do Estado de São Paulo, também é comentarista político na Trianon AM 740 e colunista do Jornal SP em notícias. 


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