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FALSO MÉDICO TRABALHAVA HÁ 10 ANOS NO HOSPITAL REGIONAL DO AGRESTE – HRA

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A imagem é a mesma, o caso é semelhante, mas o médico é outro.

O falso médico procurado pela Polícia Federal em Pernambuco atuou 10 anos como cirurgião geral no Hospital Regional do Agreste, em Caruaru, a 130 quilômetros do Recife, e em uma clínica particular de Olinda (Hospital Prontoolinda). Leonardo Moura Cintra, de 36 anos, chegou a estudar Medicina na Universidade de Pernambuco, mas não concluiu o curso. Desde então, usava uma inscrição falsa no Conselho Regional de Medicina e trabalhava normalmente. Ele foi denunciado pelo Cremepe, e seria autuado em flagrante na última segunda-feira mas não compareceu ao trabalho.

Segundo o corregedor André Longo, do Cremepe, um paciente operado na última semana pelo acusado encontra-se em estado grave em unidade de terapia intensiva.

– É uma situação preocupante, porque ele exercia uma especialidade, a cirúrgica, sem comprovar sua habilitação para isso.

O registro do Cremepe usado pelo falso médico pertencia a um cardiologista e só foi descoberta a fraude porque uma paciente teve sua licença médica rejeitada na empresa que trabalha, porque o registro do Cremepe não coincidia com o apresentado no atestado.

A ficha funcional do médico e cópias de pagamentos bancários foram apreendidas. Cintra será indiciado por exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica.

O falso médico não só realizou cirurgias como chegou a chefiar o setor de emergência do Hospital Regional do Agreste. Não havia um contrato de trabalho. O vínculo entre ele e o hospital foi estabelecido verbalmente. Para surpresa de todos, o único documento que consta no HRA é uma cópia da carteira de identidade do falso médico.

Como não foi preso em flagrante e não há mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça, ele não é considerado foragido. No momento, a Polícia Federal está apenas investigando o caso.

A Divisão de Controle Acadêmico da Faculdade de Ciências Médicas da UPE informou que Leonardo de Moura Cintra foi aprovado no vestibular e ingressou na Faculdade de Medicina em 1993. No segundo semestre do ano de 2000 ele fez matrícula no último período do curso, mas não colou grau porque não cumpriu a carga horária. A faculdade considera, neste caso, que houve abandono do curso.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a contratação de todos os médicos para a rede estadual é feita por meio de análise de documentação e comprovação da experiência do candidato. E que foi justamente através da atualização dos dados de pessoal no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, sistema de informações do Ministério da Saúde, que foi possível descobrir a fraude.

FONTE: G1


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