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EUNUCOS DE OPINIÃO PRÓPRIA EM PANELAS

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Publicado em 12/11/2018 | Atualizado em 21/02/2022

O eunuco é um homem castrado, que teve os testículos e/ou pênis removidos. No sentido figurado muitos usam esse termo para significar “estéril”, “impotente”, “fraco” ou “inútil”. Eunucos existiram na história da humanidade porque se precisava de homens para cuidar de haréns, como na China, ou também para camareiros de rainhas, princesas como ocorria na Europa da Idade Média. No livro do escritor Tom Hickman, intitulado “Um Rabisco de Deus – o Pênis, da Criação aos Dias de Hoje” (disponível para venda na livraria do Movimento Cultural) ele fez uma revelação interessante, ele disse que alguns eunucos eram voluntários. Isso porque muitos homens preferiam o conforto e a segurança dos muros dos castelos do que a guerra, as ameaças, os perigos do mundo; mesmo que para isso tivessem que serem submetidos a castração. Provavelmente aquelas expressões como: “honre o que tem no meio das pernas”, ou “você não tem colhões?” ou até “seja homem” surgiu tendo como referência os eunucos. Mas como e quando eles chegaram em Panelas?

Como fica claro no título, os eunucos panelenses são aqueles que “venderam suas bolas”, deixaram de ter opinião própria, abandonaram aquela postura de “cabra macho” tão característica do povo nordestino. Não só passaram a “afinar a voz” para falar com políticos ou coronéis, assim como alguns eunucos que eram castrados quando crianças para terem voz mais agudas, como também morrem de medo de discordarem dos déspotas. Estão sempre andando em turminhas e se garantindo na influência, no poder ou no dinheiro do seu corrupto de estimação. Falam grosso com mulheres, brigam em bares com seus pares, são machos brabos e corajosos contra homens do seu meio, mas qualquer sinal de divergência com alguém que tenha o “poder da demissã no local, se dobram com uma facilidade, com uma submissão e obediência canina.

Temos alguns exemplos famosos no município. Vimos casos de homens que queriam ser candidatos, mas depois de uma “batida de pé” do chefe, não tinham nada entre as pernas além do rabo. Alguns, inclusive, se diziam amigos meus, mas não queriam conversar sobre os bons tempos em público porque poderiam serem vistos como oposição e serem “prejudicados”. Obviamente não mantive a amizade com esse tipo de inseto-humano. Nada contra. É uma sociedade livre e graças a essa liberdade se pode escolher com quem andar.

Outro exemplo, e esse mais recente, conversei com dezenas de pessoas durante a eleição e afirmei que era ridículo ficarem defendendo dois lados opostos ao mesmo tempo. Discutiram, disseram que eu estava errado, que sempre defenderam aquele posicionamento e que eu não poderia convencer eles do contrário. Alguns dias depois um certo ex-prefeito anunciou que estaria retirando o seu apoio ao candidato e imediatamente, aqueles mesmos que não mudariam jamais de opinião, estavam postando coisas completamente opostas do que haviam postado dias antes. Simplesmente não tiveram coragem de ficar ou sair por conta própria. É de uma fraqueza, uma baixeza, uma flacidez de caráter incomensurável.

Eunucos de opinião própria. Gente sem coragem para discordar, questionar, opinar, divergir dos que estão no poder. Não têm firmeza moral. Defendem políticos como muita prontidão, mas não por coragem, defendem por medo do que podem perder por serem homens. Eunucos de opinião própria. Castrados de independência. Serviçais inférteis dos déspotas mantenedores das oligarquias locais.

Assim como alguns eunucos eram voluntários pelo conforto e segurança das vantagens do castelo e dos reis, muitos se castram de vontade própria pelo conforto e segurança dos que estão no poder. Outros preferiam morrer do lado de fora do castelo, na guerra, de fome, de doenças do que viverem aos pés dos soberanos.

Nada paga o preço de viver sem liberdade. Os valores morais devem ser postos em primeiro lugar para que se construa uma sociedade sem os vícios que estamos cansados de saber que são os fundamentos da mediocridade sergianista. Nota-se que não é somente pobreza intelectual que leva a cultura dominante de Panelas para o penhasco da imoralidade. É a convivência, falsos elogios e a covardia que elogia a pusilanimidade e semeia vícios.

Estou falando de ter um pouco mais de noção do ridículo e ter um pouco mais de postura, um pouco mais de dignidade porque essa bajulação, esse puxa-saquismo, esse comportamento de torcida organizada não só empobrece o debate como é broxante. Se submeter a um desgoverno autoritário, obtuso, descarado, por comodidade é um reflexo da impotência calhorda que já me parece que se tornou crônica.

Não quero com esse texto ofender a masculinidade de nenhum cidadão panelense, até porque Panelas tem pegadores de carteirinha (que se orgulham disso), mas, nós homens, somos mais e temos mais que um rabisco, um pauzinho, um troço, um anexo, um membro. Somos atitude, somos ideias, somos energia. Se não for pela atitude, pela postura, pela coragem, pelo que somos de fato; podemos facilmente sermos substituídos por um peru de borracha. 



Coluna Política // Por Pierre Logan

Advogado, Bacharel em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Pós-graduando em Direito Processual Civil pela Escola Paulista de Direito. Filósofo e licenciando em filosofia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Membro do Seminário de Filosofia – Olavo de Carvalho e da Jovem Advocacia de São Paulo. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente também é comentarista político na Trianon AM 740 e colunista do Jornal SP em notícias. 

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