Publicado em 25/04/2017 | Atualizado em 21/02/2022
Muito bem, agora que as ameaças foram sufocadas pela sinceridade da minha presença física, do meu silêncio e, por que não, das palavras ditas em alto e bom som nas ruas da cidade; vamos direto ao ponto. Encontrei nesta minha viagem ao município, velhas e novas amizades, políticos, ex-políticos, professores, ex-professores, amigos e ex-amigos. Procurei encontrar um ponto convergente. Algo que todos concordem de alguma forma. Encontrei.
Mudança. É ela e não outra coisa que as pessoas buscam mais nesta cidade agredida pela administração ruim e pela seca. Mais pela primeira do que pela segunda. Não estou falando de mudança referente apenas ao poder público ou ao meio politiqueiro daqui. As pessoas sentem, no fundo dos seus corações cansados de decepções, que algo novo precisa acontecer.
Notei com mais facilidade do que gostaria de admitir que até mesmo os olhares de algumas crianças (as mais inteligentes) eram olhares cansados e com aquela maldita certeza que nós, os exilados, tínhamos quando éramos mais jovens: a de que logo não restará outra saída senão sair de Panelas para ganhar a vida e poder ajudar a si e a família, pois os que ficaram (maioria) provaram que caíram na armadilha da dependência sergianista. Podemos dizer que caíram nas arapucas da democracia de caudilho.
Os políticos, principalmente alguns eleitos, desfilam pelas ruas da cidade com vidros fechados ou cumprimentam as pessoas mantendo aquela distância que conhecemos. Alguns tentam fazer algum esforço para parecerem simpáticos e atenciosos, mas, honestamente, prefiro atuação no teatro ou no cinema. Na vida real, ainda mais na vida pública, o falseamento das atitudes ou sorrisos; tornam-se máscaras. Máscaras cuja utilização é tão constante que muitas vezes se esquece quem a está usando.
Mas e o povo? O povo percebeu há tempos que está abandonado. As pessoas não são mais tão ‘inocentes’ quanto alguns politiqueiros julgam que são. Alguns poucos ainda optam pela humilhação em troca de contratos. Aceitam gritos e ofensas até de filho de coronel e isso não é inocência é outra coisa. O ex-prefeito tem todo direito de achar que os panelenses são burros a ponto de não entenderem o ridículo circo sem graça (mas com muito palhaço) que ele montou. O problema é que pelo que percebi nas dezenas e dezenas de conversas que tive é que essa imbecilidade típica dos sergianistas, não soam menos babaca que uma piada ruim. Ele pode achar o povo burro, mas o povo não é. É inteligente e está cansado.
Alguns dirão que eu pego pesado. Assumo que as vezes faço, mas cá entre nós; desgovernar o município, eleger o pior governador da história, colocar um fantoche na cadeira do executivo, pedir parecer jurídico para parar a obra que limparia a barragem e continuar ‘aparecendo para dar ordens’ na nossa cidade como se ninguém desconfiasse do que ele está fazendo, é pegar pesado demais. Se ele pode eu também posso. Quer saber o que é pegar pesado mesmo? Então vamos lá.
Pegar pesado não é só pensar como um déspota, agir como um ogro e falar como um picareta (espere ele falar na rádio e tire suas próprias conclusões), pegar pesado não é somente fingir ser um bom político, ser a favor da reforma da previdência e brigar com os seus porque discordam dele (ficou bravinha com o protesto do sindicado dos trabalhadores rurais). O esperneio é livre, dotô. Pegar pesado mesmo é a Joelma Duarte ganhar as eleições e não ter trocado as fotos das escolas e lugares públicos. Pode olhar, na maioria das paredes ainda estão dependuradas as fotos do ex-prefeito. Isso, caro leitor, é pegar pesado.
Troquem essas fotos já! De preferência, coloquem a bandeira do município ou a foto do Batoré. No caso da bandeira do município estaremos deixando de promover políticos ou politiqueiros e estaremos promovendo espirito de unidade do povo panelense; no caso da foto do Batoré é porque ele é mais bonito, mais engraçado e menos picareta. Tudo bem, peguei pesado, mas o Batoré é inteligente e tem senso de humor. Vai me perdoar pela terrível comparação.
O fato é que estou em Panelas e reforço ainda mais minha luta e minha consciência de que os caminhos que escolhi serão difíceis. Assumo a total responsabilidade por cada uma de minhas palavras e ações. Enfrentarei cada um e quantos forem necessários para defender as ideias que tenho e aquilo que acredito ser o melhor para o município. Vejo e sinto que os panelenses são pessoas inteligentes, talentosas e guerreiras. Cabe a mim a missão de mostrar que antes uma morte de pé do que uma vida inteira de joelhos. Essa é a principal mudança que proponho para os que querem alguma mudança. E quando me encontrarem pelas ruas falem comigo. Não precisam ter receio. Eu não tenho. Vamos mudar a partir daí. Sejamos irmãos unidos para um propósito maior. Esqueçamos a bipolaridade estúpida de oposição VS situação e unamo-nos para mudar. Mudemos para mudar. Já sabemos que o “rei” não será humilde, então façamos com que cada cidadão humilde se transforme em rei ou esqueçamos essa ideia boba de realeza e poder pelo poder, afinal, ser feliz, honesto e capaz é melhor que ser rei.
Pierre Logan às 02:55h, Panelas – Pernambuco
24/04/2017
Coluna Política // Por Pierre Logan
Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. OAB-SP 218968E.
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