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ELEIÇÕES: MAIOR TERMÔMETRO EDUCACIONAL

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Atualizado em 21 de Fevereiro de 2022

A escolarização nos ensinou que são as provas que avaliam nosso conhecimento. Enquanto cultura é aquilo que cultivamos em relação ao conhecimento universal e inteligência é a capacidade de compreender a realidade e resolver problemas (o que faz com que muitas vezes inteligência seja algo inato), escolarização é o conjunto de conhecimento básico, lastro mínimo para ingresso em universidades etc. Então, sabendo que, grosso modo, cultura, escolarização e inteligência são coisas diferentes que dentro de suas esferas de competências nos preparam para determinados caminhos da vida, qual seria a forma de sabermos se nossa cultura, escola e inteligência andam bem?

Imagine que você chega em determinado local para conhecê-lo melhor. As pessoas daquele local estão todas ocupadas e por essa razão decidem escolher o cidadão exemplar, o indivíduo que resume as características daquela comunidade. Eles então selecionam esse indivíduo e chamam ele de representante, ou seja, ele será a voz, aparência, decisões daquele povo. O que ele decidir será decidido pela população que, sem tempo para perder com toda aquela diplomacia, pelo contrário, tendo que trabalhar para sustentá-la, deixa tudo nas mãos do escolhido. Pouca gente percebe, mas em linhas gerais é disso que se tratam as eleições.

Representação vem do latim representationis, ou seja; representar, imagem, retrato, em teoria política significa “conjunto de pessoas designadas para simbolizarem um grupo maior”, portanto, o eleito é a síntese média da população que o elege. Sua postura, suas palavras, sua coragem, sua retidão moral, sua busca ética é basicamente a construção simbólica da imagem do povo. Em outras palavras o representante não é o irmão, o filho, a esposa, a tia, o amigo ou o vizinho, mas aquele que faz o que você faria, que faz o que você gostaria de fazer, que luta pelo que você defende, que busca algo que o povo quer. Daí vem a máxima do advogado e filósofo Joseph-Marie de Maistre (1753 – 1821) “Toda nação tem o governo que merece” (Toute nacion a le gouvernemment qu’elle mérite).

É uma expressão pesada quando compreendida com a devida profundidade. Se o representante rouba, significa que ou ele enganou o povo fingindo ser honesto ou o povo o elegeu sabendo que ele era ladrão. Na primeira hipótese o povo seria inocente, teria agindo com culpa por ser negligente ou imprudente. Na segunda hipótese o povo também seria desonesto.

Já foi dito em meus escritos em outras oportunidades que: “não há como analfabeto representar professor e nem vagabundo representar quem trabalha”. Você não manda alguém que você não confia, que é mal-educado, sujo, imoral falar por você em ocasiões importantes ou solenes, pois assim também deveria ser quando buscamos um representante na câmara ou no executivo.

Hoje, infelizmente, muitos não percebem a seriedade que é eleger um representante, seja prefeito ou vereador. Se busca votar no “amigo”, em quem “fez determinado favor” (muitas vezes já pensando no voto), ou até mesmo em alguém que “é tão bonzinho”…, as vezes o honesto não é competente, outras vezes o competente não é honesto, o bem-intencionado pode ser incapaz, o capaz pode ser mal-intencionado…; é uma linha tênue que pode ser encontrada através de uma boa educação, uma escolarização bem-feita e uma inteligência média.

Sem dúvida é importante estudarmos as matérias escolares e conseguirmos boas notas nas nos testes e vestibulares. A escolarização nos preparará para a universidade, a universidade para profissões específicas. A cultura nos ajudará como seres humanos e a nos entendermos, nos aceitarmos no mundo. A inteligência nos dá condições para resolver problemas de todos os níveis. Uma coisa une tudo isso: a realidade. Uma sociedade só é evoluída se a sua evolução se mostrar presente no plano concreto da realidade.

Uma sociedade que reelege alguém manifestadamente laranja, idolatra um ídolo de carne que ofende a população constantemente de “hiena, incapacitado, incauto”, que diz que só comem fezes; uma sociedade que reelege um vereador que disse que recursos específicos da educação serão utilizados em saúde (Weliton Saraiva) etc., não pode ser a primeira em educação jamais. Algo deve ter acontecido na hora da prova (não se deve confiar em informações oriundas de ditaduras). A Educação é o maior termômetro, pois ela mostrará quem de fato representa o povo, qual é a sua imagem. Se alguém se elegeu comprando voto é porque o povo se vendeu, se alguém se elegeu mentindo, o povo é inocente, se alguém se elege sem mostrar serviço, enfim; a chave ainda é ensino, o termômetro é a educação e a prova real é o resultado tanto das provas quanto das eleições.


Coluna Política // Por Pierre Logan

Advogado, Bacharel em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Formado em Filosofia, é licenciado pela Universidade Cruzeiro do Sul, Pós-graduando em Direito Processual Civil pela Escola Paulista de Direito. Filósofo. Membro do Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho. 

Contato: 
pierreloganoficial@gmail.com


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