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COMO IDENTIFICAR A PICARETAGEM ELEITORAL

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Publicado em 15/08/2016 | Atualizado em 21/02/2022

Quantas vezes vou ter que dizer que é mais questão de consciência do que de medo? Será tão difícil assim de entender? Ora, o negócio está pior do que música sertaneja universitária, você tem que repetir a passagem até o indivíduo decorar (ainda que a contragosto) o repertório da rádio que passa o dia inteiro repetindo e repetindo e repetindo a mesma coisa. Vou falar pela última vez: “Só me ajoelho para um Ser no universo, e ele não pertence ao nosso mundo!” (e olhe que estou pensando no caso). Por que razão eu deveria ter medo de prefeito, vereador, bandido (com o perdão do pleonasmo) ou quem quer que seja? Pense, caro leitor, se dentro da lei todos somos iguais, não há razão para temer. Se agirem fora da lei para nos causar um dano, fora da lei somos ainda mais iguais, já que não há limite de ação, dano, agressão. Em outras palavras, dentro da lei somos iguais pelos limites impostos por ela. Fora da lei somos iguais pela falta de limite que a não-lei nos proporciona.

Já falei em outro texto sobre a luta pelo direito. Expliquei que a garantia do direito é apenas a de que ele exista. Você deve lutar energicamente para usufruí-lo de fato. Um exemplo claro é de que a Constituição Federal garante saúde e educação gratuita e de qualidade para todos os brasileiros, mas não temos. Então para garantirmos aquilo que a lei nos “promete” temos um longo e doloroso caminho pela frente. Essa luta deve ser diária, mas é na época de eleição que ela fica, em tese, mais patente. Em primeiro lugar temos a aparição fantasmagórica dos políticos. Aquelas entidades que nunca se preocuparam em organizar projetos (de verdade) precipitam-se em gritar seu nome e imprimir cartazes reluzentes com frases já batidas. É nessas horas que aparecem os “homens do povo”. Sim, aqueles indivíduos que não andam nas lotações apertadas (e caras), não se balançam nos ônibus da vida, não caminham pelas ruas de terra, não colocam seus filhos em escolas públicas são os que se dizem legítimos representantes do povo.

Esses demagogos passaram a vida inteira em Panelas e nunca colocaram os pés na sua calçada, mas em ano eleitoral chegarão dizendo de peito estufado e semblante amigável: “Eu sempre estive aqui”. Sim! Finalmente os salvadores invisíveis se mostraram. A população é contaminada de repente por uma espécie de epilepsia ideológica cujo principal sintoma é a amnésia. Esquecem-se do aviso shakespeariano “Com o aspecto de devoção e piedade adoçamos o próprio demônio”. Sem o mínimo de reflexão ou pensamento crítico entregam-se ao pandemônio de musicas ridículas, promessas vazias, fotos de almoços, sorrisos doentios, semblante de sofredor e a leitura quer qualquer ser pensante faz da situação é: o limite da imbecilidade humana.

“Os políticos tem sua forma de agir e é sempre a mesma”

Os políticos tem sua forma de agir e é sempre a mesma. Como identificar então aqueles que não merecem nosso respeito, atenção e logicamente o voto? Vou responder porque não estando eu de nenhum dos lados (Lourinho Macunaíma ou Joelma Laranja Lima) não sou suspeito para falar. É bem mais simples do que você imagina.


Vamos começar pelo geral. Apareceu onde não aparecia antes da eleição, almoçou onde não almoçava, falou com quem não falava, agiu como não agia, fez o que não fazia antes da eleição, então, com certeza, é picareta. Prometeu o que teria condições de fazer ainda que não fosse candidato. É picareta. Partiu para abstrações triviais como “educação, saúde e segurança” sem especificar como faria, mostrar projeto ou coisa do tipo; é picareta. Mudou de lado apenas por facilidades eleitorais: é muuuito picareta.

Para os vereadores é ainda mais simples. Se prometeu colocar calçamento na sua rua é porque é picareta ao limite. Isso não é função de vereador e nem está ao alcance de sua competência. Prometeu iluminação? Idem. O vereador além de apresentar projetos, convencer seus opositores (é uma assembleia não um trono), fazer com que seu projeto seja aprovado, direcionar recursos, acompanhar a implantação e o desenvolvimento, criar leis e, sobretudo, fiscalizar o executivo, não pode fazer muita coisa. Prometeu mais do que isso é picareta. 

Vereadores que agem como se fosse mulher do prefeito. Vereadores que elogiam em demasia o executivo. Vereadores que sempre tiram uns segundos do seu discurso para o puxa-saquismo é muito, mais muito picareta. A maioria dos que querem se reeleger nem preciso falar. se não fizeram nada precisam de quatro anos para continuar não fazendo.

Agora tem aqueles que quando não conseguem na base da lábia partem para ameaças. Para esses você pode denunciar pelos mecanismos que tem na justiça eleitoral ou, caso peguem mais pesado, leia o primeiro parágrafo e tome uma decisão. O conselho é que use a lei até o último recurso. Pois depois disso estará mais uma vez sozinho e terá que escolher entre a liberdade marginal ou a submissão sistemática e nuclear. A solução é identificar a picaretagem e convencer o maior número de pessoas a não eleger essa gentalha. 

Pierre LoganColuna Política // Por Pierre Logan

Formando em Direito, Bacharelando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado.


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