Publicado em 12/07/2010 | Atualizado em 02/10/2022
O cajueiro é uma planta originária do Brasil e a região Nordeste corresponde cerca de 95% da produção nacional de caju. No município existe muitos cajueiros ou, como é popularmente conhecido, pés de caju.
O cajueiro, nome científico Anacardium occidentale, da família Anacardiaceae, é uma árvore originária do norte e nordeste do Brasil, com troncos tortuosos e relativamente baixa. Na natureza existem dois tipos: o comum (ou gigante) e o anão. O tipo comum pode atingir entre 5 e 10 metros de altura, mas em condições muito propícias pode chegar a 20 metros. O tipo anão possui altura média de 4 metros.
Seu fruto, a castanha de caju, tem uma forma semelhante a um rim humano; a amêndoa contida no interior da castanha, quando seca e torrada, é popularmente conhecida como castanha-de-caju. Prologando-se ao fruto, existe um pedúnculo (seu pseudofruto) maior, macio, piriforme, também comestível, de cor alaranjada ou avermelhada; é geralmente confundido como fruto. Designado como maçã do caju, esta estrutura amadurece colorido em amarelo e/ou vermelho e varia entre o tamanho de uma ameixa e o de uma pêra (5-11 cm). Tem, ainda, os nomes científicos de Anacardium microcarpum e Cassuvium pomiverum.
Além do fruto, a casca da árvore é também utilizada como adstringente e tônico. O tronco do cajueiro produz uma resina amarela, conhecida por goma do cajueiro que pode substitui a goma arábica, e que é usada na indústria do papel até a indústria farmacêutica.
Sua madeira, durável e de coloração rosada é também apreciada.
As flores são especialmente melíferas e têm propriedades tônicas, já que contêm anacardina. Da seiva produz-se tinta. A raiz tem propriedades purgativas.
Suas folhas são obovadas (isto é, têm a forma de um ovo invertido), apresentando-se coriáceas e sub-coriáceas. As flores dispõem-se em panículas.
- Taxonomia
Copa com ramos terminais piloso. Tronco tortuoso, com ritidoma cinza e fissurados com placas. Folhas simples, coriáceas, concolores, glabras, alternas, espiraladas ovadas e obavadas, com ápices arredondados e bases agudas; as margens são inteiras e nervação broquidódroma. Nervuvas salientes salientes na parte abaxial e domáceas nas axilas das nervuras secundárias. pecíoladas ou sésseis, sem estípula. Flores de cinco pétalas livres, de cor rosa. Frutos são nozes de até 3 centimetros de cor cinza, pseudofruto vermelhor ou amarelado suculento e carnoso.
Referências bibliográfica: MANOEL CLAUDIO.100 Árvores do Cerrado. Quia de Campo: Rede de sementes do cerrado, 2005
- Outros nomes
Também é conhecido pelos nomes derivados do original da língua tupi (acayu): acaju, acajaíba, acajuíba, caju-comum, cajueiro-comum, cajuil, caju-manso, cajuzeiro e ocaju. Em Moçambique é ainda conhecido como mecaju e mepoto.
O nome inglês cashew é derivado da palavra portuguesa de pronúncia similar, caju, que por sua vez provém da palavra indígena acaju. Na Venezuela o cajueiro é denominado merey, mas em outros países da América Latina é chamado maranon, provavelmente devido ao nome da região onde foi visto pela primeira vez, o estado do Maranhão, no meio norte do Brasil.
- Outros nomes do Caju e do Cajueiro:
Português: caju, cajueiro, pé de caju, castanha de caju, maçã de caju;
Francês: cajou, acajou, anacardier, cachou, noix de cajou;
Cajus prontos para serem colhidosInglês: cashew, cashew tree, cashew nut, cashew apple, cashew kernel;
Espanhol: marañon, nuez de marañon (Equador); cajuil, pajuil (Porto Rico, Costa Rica, Cuba, México, Peru, Colômbia, Panamá, El Salvador); merey, mereke (Venezuela); acayouba (Argentina);
Italiano: anacardio, noci di anacardio;
Holandês: cashew;
Alemão: Acajuban, Kaschunuss;
Dialetos Africanos: kazuwa, tazwa, diboto (Zaire, Congo); mkanju, korosho (Suahili); Bibbo, Bibs (Somália); Cajoutier, Mabida, Mahabibo (Rep. Malgaxe);
Dialetos Asiáticos: Kajus, gajus, Janggus, kanjus (Malásia); Jambu-gajus, Jambu-monyet (Java); Gaju, Jambu-mèdè, Jambu-erang (Sumatra); Boa-frangi (fruta de Portugal – Molucas); Kaju (estados do norte da Índia); Caju-gaha, Cadjú, Paranji-handi (noz de Portugal) – (Estados do sul da Índia e Ceilão); Kasoy, Kasui, Kasul, Kachui (Filipinas).
Importância Nutritiva
O caju é riquíssimo em vitamina C (seu teor é bem maior que o da laranja). Contém ainda vitamina A e do complexo B. Também é rico em proteínas, lipídios, e carboidratos. É ainda uma boa fonte de sais minerais como cálcio, fósforo e ferro, além de zinco, magnésio, fibras e gordura insaturada, que ajudam a diminuir o nível de colesterol no sangue. O caju tem ainda quantidades razoáveis de Niacina.
Por ser rico em fibras, o caju é indicado para aumentar a movimentação intestinal.
História
Crônicas dos primeiros colonizadores da costa brasileira contam que, na época da frutificação dos cajueiros, nações indígenas do interior vinham ao litoral, território dos tupinambás e tupiniquins, e com eles travavam guerras pela colheita dos frutos: eram as “guerras do acayu”.
Durante o domínio holandês no Nordeste do Brasil, diversos autores ressaltaram o valor da fruta do cajueiro, especialmente suas virtudes terapêuticas. Maurício de Nassau chegou a baixar uma resolução que fixava a multa de cem florins por cajueiro derrubado (“visto que o seu fruto é um importante sustento dos índios”). O cajueiro é a árvore símbolo da Cidade do Recife-PE.
Presume-se que o cajueiro chegou em Goa, principal colônia de Portugal nas Índias Orientais entre 1560 e 1565, para a estabilização de taludes e para lutar contra a erosão. Os portugueses levaram a planta para a Índia, entre 1563 e 1578, onde ela se adaptou extremamente bem. Depois da Índia foi introduzida no sudeste asiático, chegando à África durante a segunda metade do século XVI, primeiro na costa leste e depois na oeste e por último nas ilhas.
As primeiras importações de amêndoas de castanha de caju da Índia foram feitas em 1905 pelos Estados Unidos. O comércio mundial de amêndoa de caju teve início de forma efetiva depois que representantes da empresa americana General Food Corporation descobriram essas nozes durante uma missão na Índia no início da década de 1920. Além de embarques regulares para os Estados Unidos, pequenas consignações foram enviadas para vários países europeus, particularmente para o Reino Unido e Países Baixos. Em 1941 as exportações indianas de amêndoas de castanha de caju já alcançavam quase 20 mil t. Hoje a castanha é um importante item no comércio mundial. O valor total de vendas, após agregação de valor, supera a soma de US$ 2 bilhões.
Fonte: O Nordeste
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