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Avestruz em Panelas

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Título estranho não é? Não tão estranho quanto o “vereador” Mica ir à rádio para falar que vai apoiar esse ou aquele grupo. Todos nós sabemos que a única coisa que ele sabe fazer é mentir e passar a reunião da Câmara inteira com a cara no celular. Mica foi o único vereador que se dizia de oposição a votar no Mané Caboclo para presidente da “Casa do povo”. De acordo com as suas fétidas desculpas ele “só vota em quem vai ganhar”. Na época escrevi um artigo sobre a triste cena (Panelas e a moral dos fracassados). Pode-se dizer sem medo nenhum que Mica é definidamente o vereador mais inútil que já existiu na história recente do município (talvez em toda história). Se o problema fosse apenas esse não precisaríamos nos preocupar. O grande problema é que, a maioria dos políticos panelenses, e, cada um do seu modo, foi se transformando em um avestruz.

“O indivíduo sabe da ilicitude de tudo o que está acontecendo, mas enterra a cabeça num buraco e finge que não está vendo nada”

A Suprema Corte Norte-Americana desenvolveu uma teoria que chamou de “Ostrich Instructions” (Instruções de avestruz) ou “Willful Blindness Doctrine” (Doutrina da cegueira intencional), ou ainda “Conscious Avoidance Doctrine” (Doutrina do ato de ignorância consciente). Essa teoria versa sobre situações em que agentes (como os políticos de Panelas) fingem não enxergar a ilicitude da procedência de bens, direitos, valores etc., com o intuito de aferir vantagens. Em outras palavras, caros leitores, o indivíduo sabe da ilicitude de tudo o que está acontecendo, mas enterra a cabeça num buraco (daí o avestruz) e finge que não está vendo nada. Exatamente o que a maioria das pessoas da situação faz (para obter vantagens) e tecnicamente todos da oposição também (por preguiça mesmo).
O interessante a teoria do avestruz ou da cegueira deliberada é que ela busca a punição das pessoas que usam o “se fingir de bobo” para obter certos ganhos ilicitamente. Em nossa cidade as “autoridades” não se importam muito com coisas da política (especialmente se o assunto for cientifico), por essa razão quem deve fazer com que a miserável realidade mude é o eleitor.
Pense bem, quando elegemos pessoas como Mica, Mané Caboclo, Tita da maternidade, Sandrinho, Juacir Avestruz – quero dizer: Alves – estamos optando por jogar mais de 25 mil reais por mês no lixo. Exatamente. Se você contar o salário de cada um mais benefícios e calcular o quanto eles produziram (praticamente nada) verá que não vale a pena. São mais de 300 mil reais por ano. Renovar os mandatos desses edis e, consequentemente o prejuízo causado a população, seria o mesmo que enfiar a cabeça num buraco (como no mito do avestruz), aderir a um tipo de cegueira consciente e largar nossa querida cidade a deriva num mar de sangue causado pela violência causada pela incompetência e aperfeiçoada pela má gestão.
Não quero ofender, mas na próxima campanha muitas pessoas sairão às ruas com bandeiras, faixas e adesivos prolatando sentenças e defendendo sua posição política, alegando que “fulano fez”, “beltrano não fez”, “ai, papai”, enfim, posições ridículas para pessoas igualmente ridículas. Um bando de avestruz que tira a cabeça dos “buracos da omissão” apenas para defender a ineficiência (que julga eficiente) do seu grupo e ofender as ideias do grupo contrário sem sequer analisá-las. É a velha história do “chame-os do que você é e acuse-os do que você faz”.
O que fazer para não ser um avestruz da política municipal? Simples. Não admita ilícitos. Não finja que não enxerga a corrupção que está a menos de um palmo da sua cara. Não admita que seu silêncio seja o auxiliar daqueles que agem de má-fé para obter vantagens. Não tolere “raposas” no seu circulo de amizade. Não se omita diante de fatos simples que já foram amplamente discutidos em textos como: “A morte do açude de Panelas”, “A cidade e os três macacos”, “A espiral do silêncio”, “Um festival para jerico nenhum botar defeito” e tantos outros.

“Gritem panelenses, antes que arranquem sua voz”

A cura para esse mal é a repreensão. Quem age de modo ilícito para obter vantagens geralmente conta com o fato de ninguém estar notando e/ou o fato de que se estiverem notando não abrirão a boca, pois ou são seus amigos, parentes etc., ou são cidadãos acuados que não ousariam tirar sua cabeça do buraco para levantar sua voz contra os “operários do rei”. Não somos assim. Somos da terra dos cabanos, guerreiros que lutaram até a última gota de suor e sangue. Sejamos, então, pessoas que não se entregam. Pessoas que, por amor a terra, escolhem os riscos. Se esse é nosso destino, temos que aceitá-lo e deixar o “buraco de avestruz” ocupar um lugar no passado. Gritem panelenses, antes que arranquem sua voz: “até cordeiros virarem leões!”.

Coluna Política // Por Pierre Logan

Bacharelando em direito na FMU, formação em
Filosofia e Filosofia Geral, Fundamentos do Direito Público,
Ciência Política e Teoria Geral do Estado.


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