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A nova certeza dos estúpidos

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Faltam poucos dias para os grupos assumirem publicamente sua unificação (estranho) ou divisão (suicídio). E até agora não apareceu sequer uma proposta, projeto ou ação no sentido de provocar uma mudança efetivamente relevante para o desenvolvimento do município. Nota-se claramente que os políticos do município, de ambos os lados, mas especialmente da oposição, agem de maneira ofensiva para com a inteligência do povo de Panelas. Não só por negligenciar as bases do mínimo necessário para a boa e velha representação que é, em tese, o que um candidato almeja, mas também por abandonar a técnica e caminhar de maneira espúria, falsa e desonesta.

Ultimamente a oposição de Panelas vem me incomodando bastante. São coisas pequenas e aparentemente irrelevantes, como aquelas pequenas feridas que quando negligenciadas nos tomam um membro ou até a vida. O diabo mora nos detalhes. Tenho lido e ouvido com mais frequência do que gostaria de admitir coisas do tipo: “Fulano só sabe falar”, “Tem muito cientista político em Panelas”, “O que fulano fez por Panelas?”, “Fulano não tem peso na política” etc. A nova certeza dos estúpidos não consiste somente na crença de que só eles estão certos (essa é a antiga), mas consiste em, sem nenhuma base científica, auferir a capacidade de outras pessoas (que nem conhece) usando sua própria capacidade como unidade de medida.

Muito bem. Sei que não estão, mas digamos que estivessem se referindo a mim quando dizem que “fulano só sabe falar”. Ora, durante anos a oposição nem isso chegou a fazer. Se falar é fácil o que explica os tantos anos de silêncio absoluto? Por que todas as vezes que me manifestei contra o desgoverno atual em vídeo, em texto ou pessoalmente na Câmara ao longo de vários anos não ouvi a voz do senhor Lourinho, ou Rildo ou quem quer que seja? Não penso ser possível levar a sério políticos que não entendem a importância da produção cultural que é o que viemos fazendo há tanto tempo. Sim, meus amigos, eu sei falar. Me expresso de maneira clara e, ao contrário de alguns políticos da “oposição” panelense, entendo isso como uma qualidade não como um defeito. Malgrado me manifeste quase sempre de longe, entrego a minha querida cidade o melhor de mim; que é o que adquiri ao longo de uma vida toda de estudos.

Quando vereadores semianalfabetos dizem que existem “muitos cientistas políticos em Panelas”, penso que não saibam exatamente o que significa cientista político. Eu mesmo estudei ciência política, Teoria Geral do Estado; estudei as grandes obras da política e não me vejo como um cientista político (não é falsa modéstia é senso de realidade). Conheço muitos técnicos de campanhas, cabos eleitorais, ditas lideranças, todavia, nenhum desses são sinônimos de cientistas do que quer que seja. É preciso mais do que se imagina para comparar o conhecimento de quem nunca passou na porta de uma sala de aula com o conhecimento de quem estudou e dedicou uma vida inteira à sua área, seja ela qual for.

Outra coisa que os “líderes de oposição” vêm proferindo é aquela boa e velha: “O que fulano fez por Panelas?”. Algumas vezes parece que a pergunta implicitamente trás a resposta: nada. Bem, caros leitores, é isso o que aqueles que querem nos fazer acreditar que são a melhor opção para Panelas pensam sobre o maior registro da história recente do município. Sim. É isso o que o site Panelaspernambuco.com é. Foi este, e não outro, o motivo de iniciarmos uma coluna política. Muitos me acusaram de “querer aparecer”, no entanto, deixaram de questionar o verdadeiro criador da ideia. Deixaram de perguntar a Guilherme Amarino, criador do site e de tantas outras ideias geniais, o verdadeiro motivo para escrevermos tanto sobre os problemas de nossa terra. E se hoje o maior acervo sobre política municipal, história recente do município, registros de acontecimentos importantes, denúncias da malversação do dinheiro público etc., não são importantes, então, não fizemos nada.
Sei o que incomoda. O fato de eu não fazer proselitismo político. O fato de querer uma mudança pragmática na forma de agir e na postura dos políticos do município. O fato de não concordar com discursos sem lógica. O fato de enxergar muito além de festas de aniversários suntuosas, fotos nas mesas com autoridades políticas etc. A forma de caminhar da oposição do município é a mesma da década de 90. A oposição de Panelas perde desde a década de 90 porque não mudou. Confúcio foi quem alertou que somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam. Sábia a oposição não é. 

Coluna Política // Por Pierre Logan

Bacharelando em direito na FMU, formação em
Filosofia e Filosofia Geral, Fundamentos do Direito Público,
Ciência Política e Teoria Geral do Estado.


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