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A contraditória política educacional de Panelas

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Publicado em 22/09/2016 | Atualizado em 21/02/2022

Ao acordar e dar uma olhada nos principais sites jornalísticos do nosso país, deparei-me com as medidas fósseis, porém já esperadas, do governo Temer para a educação brasileira. Senti-me tentada a escrever sobre elas, destacando o retrocesso que cada uma delas implicaria aos avanços educacionais que conquistamos a duras penas. Recuei (por enquanto), pois outro assunto tem tomado o interesse de muita gente, falo dos resultados conquistados por Pernambuco, principalmente por Panelas, no IDEB-2015 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

Panelas fica na 7ª colocação no resultado do IDEB-2015
Panelas-PE, IDEB-2015.
Segundo o site oficial do IDEB, o estado de Pernambuco ultrapassou a meta projetada para o ano de 2015 que era de 4.2, atingindo a nota de 4.6, marca que colocou o estado pernambucano no topo do ranking nacional das redes estaduais de ensino, desbancando todas as demais 26 unidades da federação. Outro ponto importante diz respeito ao cumprimento das metas estabelecidas, apenas Pernambuco e Amazonas conseguiram tal feito. Muito desses resultados podem ser atribuídos às escolas integrais (335 unidades) que hoje correspondem a quase um terço de toda rede pernambucana.
Dito isso, passo agora ao que entendo por política educacional contraditória. De acordo com os resultados apresentados aqui, Pernambuco deveria ser um dos estados a reconhecer e valorizar sua classe docente, mas infelizmente não é bem assim. Todo ano presenciamos a luta dos professores para fazer valer a lei do piso salarial, esse ano, inclusive, não foi diferente. Durante muitos anos Pernambuco liderou o ranking de pior salário pago à classe docente, no ano passado, ficamos atrás apenas de Sergipe, Pará, Ceará e Santa Catarina. Mas alguns apaixonados pelo governo Paulo Câmara poderão dizer: “ah, mas o resultado saiu agora, talvez ele melhore a vida dos professores daqui pra frente!” Sinto informar que há seis anos Pernambuco se mantém acima da média estipulada pelo IDEB e mesmo assim a classe docente continua sofrendo retaliações e recebendo os piores salários do Brasil.
Seguindo a lógica da política educacional do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, a prefeitura de Panelas tem se mostrado adepta da arte de marginalizar aqueles que mostram resultados, basta observar a legislação municipal e como o executivo vem contratando e remunerando os professores panelenses. Hoje, inclusive, houve paralização nacional dos professores e, segundo o Sintepe, os motivos foram vários, entre eles, a luta em defesa da lei do piso e contra os projetos de lei que visam limitar os planos de carreira, congelar o piso do magistério, desvincular os royalties do petróleo para a educação, a reforma da previdência e a lei da mordaça. Os professores panelenses (concursados) também aderiram à paralização, um dos motivos é a insistência do prefeito em não pagar o aumento salarial de acordo com a lei.

“Diga-me como tratas os profissionais da educação que eu te direi o quanto te importas e quem és”

Panelas ultrapassou as metas estabelecidas para o ano de 2015, atingindo as marcas de 5.9 (até o 5º ano) e 4.0 (até o 9º ano). Tais resultados seguem a dinâmica do que aconteceu no estado de Pernambuco e mostram que é possível atingir bons resultados, mesmo quando não se tem o reconhecimento profissional e financeiro. Sem querer desprestigiar os resultados alcançados, sabemos que uma educação de qualidade está longe de ser medida apenas por um único índice avaliativo. A valorização dos profissionais da educação é um dos pilares que mantém a qualidade educacional da nossa sociedade, um profissional motivado é um instrumento de transformação nas salas de aula deste Brasil. A ‘boa intenção’ destes que de quatro em quatro anos colocam a educação como prioridade em seus planos de governo, mas a escanteiam meses depois não me convencem mais, fica aqui o alerta para todos nós: diga-me como tratas os profissionais da educação que eu te direi o quanto te importas e quem és.

Sheila Alves - Colunista sobre EducaçãoColuna Educação // Por Sheila Alves

Professora, graduada pela UPE em Letras e 
especialização em Ensino de Língua Portuguesa e suas Literaturas.
E membro fundador da Associação Comunitária de São Lázaro (Panelas-PE).


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