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A COISIFICAÇÃO DO PANELENSE

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Atualizado em 21 de Fevereiro de 2022

O tirano não tem amigos, ele tem cúmplices e quando se reúne com seus servos não faz associação, elabora conspiração. Essas reflexões sobre tirania e servidão voluntária não são minhas, são de um humanista e filósofo francês chamado Étienne de Lá Boétie (1530 – 1563). Nas cidades do interior ainda existem as figuras dos tiranos, especialmente aqueles que se assemelham aos coronéis dos tempos do caudilho.

Hoje, utilizam as prefeituras para dar e tirar das pessoas o sustento, mantendo assim essas pessoas sob seu chicote e, dependentes desse sistema coronelista, acabam se submetendo aos desmandos e tornando-se cúmplice do projeto criminoso de perpetuação no poder. Em Panelas é assim, e no frigir dos ovos do processo político semi-democrático municipal, muitos acabam se “coisificando”, ou seja, tornam-se meros objetos nas mãos de quem detém o poder ilegitimamente e faz questão de insultar a inteligência da população.

A pior parte é que a corrupção moral não parte somente dos políticos, mas do próprio cidadão coisificado pelo poder público, ou seja, o próprio cidadão que sabe que é utilizado como um instrumento eleitoral para manutenção do poder do déspota coronelista, aceita sua condição de instrumento, se contenta com uma parcela de “benefício” e defende a bandeira das “facilitações” com unhas e dentes. Até mesmo os professores, tão humilhados tanto pelo ex-prefeito quanto pela atual governanta, foram convocados para visitar os alunos e “dar aulas” em casa (correndo o risco de ser contaminado, contaminar e disseminar o famigerado coronavírus de casa em casa, de família em família). Nem a secretária de educação se pronuncia, nem a secretária de saúde dá seu parecer sobre o fato, mas a prefeitura grita no judiciário para não chamar os remanescentes do concurso público de 2017 o quão assustador está o quadro crescente de coronavírus. Não há piedade, nem amor ao cidadão, apenas interesse político.

Recentemente, e talvez uma das imagens mais vergonhosas, foi publicada numa página do Facebook por uma funcionária com uma turma de outros cinco funcionários, tudo indica, dizendo que “a turma do 15” estava promovendo tal ação. Vejam que não havia alusão há “funcionários trabalhando pelo povo”, mas sim “a turma do 15”. Uso indevido da máquina pública pelos dirigentes, mas o que se diz sobre o funcionário que se presta a esse papel?

Pessoas continuam sendo chamadas para o “trabalho” e não se sabe como isso é possível depois de tanta recomendação do Ministério Público. Apesar de saberem que estão sendo chamadas por causa das eleições e que serão demitidas no dia seguinte pela própria equipe que os contratou, continuam aceitando as contratações, pois a necessidade fala mais alto (e muitas vezes a moral se cala). O cidadão se acostumou…, e talvez isso seja um dos piores desserviços já prestados pelo sergianismo no município; acostumar o panelense com pouco, iludi-lo com quase nada e fazer o panelense acreditar que a “esperteza” é virtude e que ser honesto é um grande defeito.

Essa forma de insultar a inteligência do panelense é tanto implícita quanto explícita. Na maneira mais latente, o ex-prefeito diz que não governa quando todos sabem que ele manda na prefeita, fala por ela, lidera o grupo político que quer ser manter eternamente no poder para se beneficiar.

Explicitamente a ofensa é ainda pior, se diz que o panelense é incapacitado, que o povo de oposição é hiena, que como merda etc., se diz que o professor é incauto e chamam os rivais de “esses porras aí”, tudo isso registrado em áudio ou vídeo, mas para ofender ainda mais a inteligência do povo, o mesmo indivíduo que prolatou todas essas asneiras, o vulgo Coroné, diz que não disse. A covardia tem nome e sobrenome e ela aparece a cada quatro anos com obras em todo município, tentando apontar para uma falsa ideia de desenvolvimento.

O ano de 2020 está sendo emblemático, pois até na Cabanos FM, rádio comunitária panelense, o ex-prefeito participou. Algo inédito! Ele já veio várias vezes para a de Cupira, a líder em audiência Agreste FM, e de Cupira mesmo voltou para sua residência em Caruaru. Este ano não, pois o Santo ano Eleitoral não cansa de fazer o milagre.

A arrogância foi diminuída no santo ano eleitoral, a prepotência se dilui e sob os trapos falsos de uma humildade inexistente, o diabo volta a se apresentar. Mano Brown, nunca foi tão assertivo quando disse: “oferece dinheiro, conversa com calma, contamina seu caráter, rouba a sua alma e depois te joga na merda sozinho”. Tem sido essa, e não outra, a imagem triste da falsa democracia panelense que tem uma história de perseguição, sofrimento, humilhações, agressões e, dizem, até morte.

O desgoverno panelense pode amar o concreto, mas não ama pessoas, pois se gostasse do ser humano investiria mais em professores e menos em prédios novos, pois destruiu muitas escolas no município para construir outras escolas no município, centralizando a educação, dificultando o acesso e prejudicando novas gerações.

As irregularidades estão em todos os lugares. O Ministério Público precisa de reforço e cada cidadão é importante na vigilância e luta pelos seus direitos garantidos, e constantemente negados por quem deveria zelar por eles.

Coluna Política // Por Pierre Logan
Advogado, Bacharel em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Formado em Filosofia, é licenciado pela Universidade Cruzeiro do Sul, Pós-graduando em Direito Processual Civil pela Escola Paulista de Direito. Filósofo. Membro do Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho. 

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pierreloganoficial@gmail.com


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