Publicado em 09/03/2017 | Atualizado em 21/02/2022
Manoel Santiago de Miranda que viveu no limiar (inicio) do século XIX não poderia imaginar que ao comprar por 600$000 (seiscentos mil réis) aquela gleba de terra que tem como localização geográfica 8°39’49.9”S 36°00’4”W (onde se situa hoje a paróquia de Bom Jesus dos Remédios e igreja matriz) pra ser bem preciso, nunca presumiria que essa gleba de terra se tornaria trincheira para grandes heróis populares (esquecidos por muitos) tais como: Antônio Timóteo e Vicente Ferreira de Paula pequenos proprietários de terras que dariam suas vidas e inspirariam homens escravos e livres a lutarem contra opressores, pelo maior direito fundamental do homem a “liberdade!”.
Aproximadamente 185 anos se passaram, e percebemos que ainda há prisioneiros e carcereiros que continuam colocando grilhões nos homens e mulheres desta terra que hoje conhecemos por Panelas, mas, esses grilhões não são como os de antes feitos de aço e ferro, no entanto, podemos chama-los de “grilhões mentais”. Usa-se da carência intelectual do povo panelense para impor-lhes um “cabresto”, usa a Prefeitura como “manso senhorial”. Se você não estiver intendendo eu explico.
Quem teve a oportunidade de lustrar os “bancos” ou cadeiras de uma escola deve se recordar da matéria de historia, especificamente ao conteúdo sobre Idade Média ou Período Medieval onde se destaca o sistema de organização politico e social intitulado de feudalismo. Nesse sistema havia a seguinte divisão social:
- O rei detinha todo o poder da época e o domínio de todas as terras.
- O clero tinha como função oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político sobre uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política era desconhecido. Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão e criação de justificativas religiosas, revoltas e contratações camponesashttps://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismo.
- A nobreza (também chamados de senhores feudais) tinha como principal função a de guerrear, além de exercer considerável poder político sobre as demais classes. O Rei lhes cedia terras e estes lhe juravam ajuda militar (relações de suserania e vassalagem).
- Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa: estavam presos à terra, sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestarem serviços à nobreza e a pagar-lhes diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar. Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra “escravo” seria imprópria. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senhores, juravam-lhe fidelidade e trabalho. Por sua vez, os nobres, para obterem a posse do feudo faziam o mesmo juramento aos reis.
- Os Vassalos oferecem ao senhor ou suserano, fidelidade e trabalho em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem estendiam-se por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.
Se você já identificou alguma semelhança com o atual sistema de governo do município de Panelas não é mera coincidência, historicamente diz-se que esse sistema politico durou cerca de 1000 anos, mas vemos que as sombras do feudalismo ainda existem, pelo menos em Panelas-PE. Convido vocês a fazermos um exercício alegórico, comparando o atual sistema politico panelense com o sistema feudal, imagine então o seguinte:
- O rei na imagem do Prefeito, que manda e desmanda em todos os poderes (que deveriam ser harmônicos, mas independentes) da cidade inclusive no legislativo, judiciário (no caso especial de Panelas-PE).
- O clero seja aquele grupo de religiosos (católicos, evangélicos, espiritas e etc..) panelenses que são covardes o suficiente para lutarem apenas pela “outra vida” ou hipócritas para deixar-se ser subjugados por falsos “mestres ou senhores” calando-se perante os atos danosos cometidos por esses tais “senhores” aos seus fiéis e irmãos da fé quando a bíblia diz claramente: Abstende-vos de toda a aparência do mal – (1 Tessalonicenses 5:22).
- A nobreza seriam os funcionários públicos (Secretários, Subsecretários, Diretores, servidores públicos de grau médio em geral) ou os “amigos” do rei ou ainda famílias “tradicionais” que apoiam o rei, que dominam ali o “manso servil” ou um determinado “espaço” delimitado pelo rei.
- Os servos seriam a classe mais humilde de trabalhadores os funcionários de baixo escalão com os menores salários, os escravos são aqueles que recebem uma bolsa miséria no valor de R$200,00 (Duzentos reais) e trabalha 8 horas por dia e cinco dias por semana no manso senhorial (prefeitura e seus anexos).
- Os vassalos seriam os comerciantes, construtores e oportunistas que formam alianças com o rei a fim de enriquecer as custas do dinheiro público e que em troca lhe juraram fidelidade e militância politica, além de uma parte dos “lucros”.
Após esse exercício histórico ficou fácil identificar o sistema politico e social que vigora em Panelas ainda hoje?
Pobre Manoel Santiago de Miranda deve está se revirando no tumulo ao vê que a terra antes de guerreiros cabanos destemidos esta repleta em sua grande maioria de covardes, que usam a miséria de um povo como moeda de troca e prende suas almas em grilhões de covardia e medo.
Mas a hora chegará e já vejo o preludio, de que o verdadeiro espirito cabano ressuscitará dentro de cada panelense oprimido e unirão forças para derrotar esse sistema que ainda desconstrói Panelas de Manoel Santiago de Miranda, de Antônio Timóteo, de Vicente Ferreira de Paula, de Gregório Bezerra, de Diva Pacheco, de Brito Lucena, de Walter Silva, de Pierre Logan e de tantos panelenses que nunca tiveram nem vez e nem voz, e olharam pela janela do tempo e conseguiram lutar e vê dias melhores para seus filhos e filhas, e as correntes da maldade nunca conseguirão aprisionar os nossos pensamentos e sonhos.
Por JOSIAS ANDRADE
Licenciando em História,
cofundador do Movimento Cultural Panelense, Blogueiro
Via e-mail para o Panelaspernambuco.com
cofundador do Movimento Cultural Panelense, Blogueiro
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