Depois da discussão sobre a violência na cidade, guarda municipal e despreparo dos policiais, os profissionais mais preparados do município deram inicio a mais um episódio do programa “casos de família”, exibido na quinta-feira, dia 11 de dezembro de 2014, na Câmara de Vereadores de Panelas. De um lado os vereadores de oposição que defendem o legítimo direito de ser de oposição, e, do outro lado, os vereadores da situação que defendem o direito de ser da situação. Aí você me pergunta: “E onde é que o povo entra?”, pois é, meu amigo, não entra. Essa briga não é pelo povo, mas pela presidência da câmara. Se o vereador eleito Deço (PSD) não falasse somente em salário “maior que o que ele recebia”, daria até para acreditar que a preocupação é com o grupo e não com o bolso.
“Todo mundo tem direito a se candidatar”, esse foi o bordão, no entanto, dessa vez, não foi um uníssono já que cada um tocava em um tom e a dissonância imperava na acústica do ambiente. Parecia que a câmara era a Torre de Babel, onde cada um falava um idioma diferente e, juntos, causavam um verdadeiro desastre, levando nosso município à ruína, não pelo castigo de Deus, mas pela autoflagelação da moral e da falta de discernimento de quem vota sem responsabilidade.
Qual a pauta? Boa pergunta! Penso que eles também não sabiam e por isso cada um falava uma coisa diferente. “Alienação”, “Praça da cidade”, “fim da vida política”, “Não submissão ao executivo” até chegar ao “trapaceiro e cale a boca”. As más línguas podem falar que essa briga toda pela liderança da Câmara tenha a ver com o salário que é de mais ou menos R$ 4.800,00, para um vereador qualquer e R$ 9.600,00, para quem for presidente da câmara, mas tenho certeza que não tem nada a ver com a discussão. Dinheiro não deve ser o problema. O problema é o idioma.
Primeiro, Weliton Saraiva (PMDB), atual presidente do legislativo, cometeu um erro de lógica muito infantil, disse que todos tinham direito a reeleição, quando na verdade só quem já foi eleito pode se reeleger, no caso, ele mesmo. O que os outros têm é: direito a eleição. Ele estava nervoso e o erro foi aceitável, mas o de Juacir Alves (PTB), não foi. Esse nosso representante disse que todos devem votar com consciência, sem “se alienar”. Parece até que ele se elegeu sem partido, não é? Será que ele não sabe que se existem dois grupos, que fazem oposição entre si, e, você se coloca de um lado, é óbvio que se alienou ao lado do grupo que escolheu. Ou, por acaso, você se junta a um time com o intuito de fazer gol contra? Pelo menos ele não chamou nenhum eleitor de “doido” e “derrotado”, como fez no facebook.
Edson Rufino (PT) começa bem e depois fala que a praça está demolida (tudo a ver com o assunto tratado). Também disse que sua vida política está prestes a acabar em Panelas. De volta à tribuna, Weliton Saraiva, fala em alto e bom som que “é muito fácil falar mal dos outros” e disse algo sobre não querer terminar o mandato com a ficha suja e algo sobre ter inimigos políticos (Edson Rufino, Deço e Quiterinha). Esqueça o “lutar pelo povo”, pois a briga é entre eles. O que acho positivo no discurso do atual presidente da câmara é que foi dito que apesar da “inimizade política” ele os respeitava. Mas quando Deço vai à tribuna e dá uma indireta certeira em Weliton, este volta à tribuna e chama Deço de trapaceiro e, segundo o que dizem, não acreditei nessa parte, Weliton manda Deço calar a boca (Isso é que é respeitar os inimigos, hem?). Mudar da água para o vinho assim, a meu ver, é sinônimo de natureza política ou fraqueza de caráter, no fim, pode ser que dê no mesmo.
Não houve discurso sobre o que já foi realizado por esse ou aquele vereador que é, ou já foi presidente. Não houve exposição de ideias, tentativa de persuasão, argumentação ou coisa do tipo. Como votar sem “alienação” se ninguém apresentou seu lado, pelo contrário, já chegaram com conversinhas, aparentemente, preparadas pelo grupo? Como votar sem “alienação” se ninguém expôs os motivos que fazem com que mereça ser eleito? Nossos representantes falam e agem como os ébrios, mas sem a originalidade desses. Só a incoerência das palavras, a falta de equilíbrio e de noção de realidade. Pelo menos ninguém precisou socar uma mesa para chamar atenção. O gritinho da insensatez resolveu o problema.
Nada disso nos choca. A coerência nunca foi o ponto forte deles. Resultado: mais um dia perdido, não votaram, aprovaram ou reprovaram nada. Só a briguinha e fim.
O que você, caro leitor, tem que saber é que no dia 23/12/2014 haverá a eleição para Presidente da Câmara de Vereadores de Panelas. Só não recomendo (aos vereadores) votar em alguém que soca mesas, xinga colegas, manda calar a boca (onde o trabalho é justamente falar e deliberar sobre vários assuntos), pois o próximo “cala a boca” pode ser para você, cidadão panelense. Só espero que, pelo menos, Mica (PP), Quiterinha (PR) e Sandrinho (PTB) apareçam para “trabalhar” dessa vez. Só para marcar presença, porque na realidade não fazem falta.
Por Pierre Logan
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