Estamos em um nível de ignorância vergonhoso. As últimas pesquisas realizadas no Brasil mostram que nossos universitários leem entre um e quatro livros por ano. No entanto, somos os que mais consomem perfumes no mundo e o terceiro maior consumidor de cosméticos. Adoramos investir em aparência.
Você passa quatro horas em uma sala de aula, sai do trabalho e volta para seu quarto onde passará mais umas cinco horas estudando, pesquisando, vendo vídeos até altas horas da madrugada. Segue essa rotina durante anos, mas quando for comentar algo com seus amigos sobre algum assunto, especialmente aquele que você passou horas estudando e lendo uma extensa bibliografia, sempre virá um gênio do facebook dizer que discorda e que você não sabe o que está falando. Porque todos têm direito de dar opinião, mesmo que não saibam nada sobre o assunto.
Vivemos em uma epidemia de burrice! Estupidez é justamente o “achar que sabe”. Vemos isso constantemente na escola, na rua, no barzinho com os amigos, todavia, é nas redes sociais que se concentra a maior equipe de especialistas do Brasil. Não importa se você é formado em filosofia ou em medicina, pois qualquer pré-adolescente retardado, que passa horas no facebook, na balada, na praça (falando de desenho animado), ou no banheiro se masturbando; acha que sabe mais do que você; que tudo o que fez nos últimos cinco anos, foi se dedicar aos estudos.
Essa doença do “achar que sabe” reflete de modo significativo na política. Vemos diariamente pessoas repassando informações sem observar a veracidade da informação que estão compartilhando (pesquisar vai dar muito trabalho). Se você que acompanhou o mundo político durante os últimos vinte anos, cometer o erro de informar ao seu amigo que o que ele compartilhou não corresponde com a realidade sofrerá as consequências. Imediatamente aparecerão outros gênios do facebook para dizer que você é um analfabeto.
As pessoas que realmente estudam não têm muito tempo para gastar com as redes sociais. Por essa razão a bestialidade é repassada com maior frequência e em número bem maior. É indiscutível que um vídeo da TV senado tenha tido milhões de acessos a menos que uma pessoa soltando um pum no parque (pode pesquisar). A menina tira um foto no espelho fazendo biquinho, não importa se ela já tenha duas mil fotos no mesmo espelho, no mesmo quarto, com mesmo biquinho, ela terá mais visualizações (ou curtis) que a noticia do Estadão, Folha de São Paulo, ou até mesmo, um vídeo explicando uma nova lei.
As consequências desse mundo que reflete bem a ideia do “imbecil coletivo” são gravíssimas e constatadas rapidamente após as eleições. Não há um debate, ou alguém com capacidade para debater. Até assuntos dos mais simples e conhecidos como: Inquisição, história do Brasil, Segunda Guerra Mundial, Nazismo etc. São estudados apenas de modo superficial e a maioria das pessoas que se acha capaz de conversar com coerência não leu sequer a bibliografia básica de cada assunto.
Um texto como esse que escrevo, por exemplo, será lido por poucos, pois tem mais de dez linhas. Tudo o que for muito extenso e muito complexo não é bem vindo nessa tão rica fonte de conhecimento. O professor Olavo de Carvalho, diz que para estar bem informado, um profissional deve ler no mínimo oitenta livros por ano (apenas da sua área).
Um país que não lê nunca vai entender “fulguras do Brasil florão da América”. Nunca entenderá o que o candidato diz. Nunca verá qual a opção “menos ruim”, nunca saberá diferenciar assistencialismo de trabalho de verdade. Vou parar por aqui e esperar que a imbecilidade coletiva não se prolifere, saindo do facebook e invadindo o mundo físico da sala de aula.
Por Pierre Logan
VOCÊ SABIA?
O Panelaspernambuco.com está desde 2009 na Internet, nas mídias sociais, e com centenas de acessos todos os dias. Com o objetivo de compartilhar e divulgar informações do município e região.
SÃO MAIS DE 5 MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES.
OBRIGADO POR FAZER PARTE DESSA COMUNIDADE E RECEBER NOSSAS ATUALIZAÇÕES!