“Talvez seja hora de aderir ao voto secreto, não colar nenhum cartaz em sua parede, libertar-se das bandeiras dos partidos”
Grupos se movimentam. Inaugurações são feitas. Grupos políticos marcam e desmarcam reuniões. Obras andam a todo vapor até chegar mais perto da eleição. O cidadão reclama dos políticos do país, do Estado, do Município e com razão queixam-se da malversação do dinheiro público, da violência, da falta de saúde e do mínimo necessário para ter uma vida digna. Reclamar dos políticos é normal, mas por que depois disso tudo correm com bandeiras, aplaudem, cantam “hinos” e lutam para defender os políticos nas eleições?
“As pesquisas sempre mostram como desaprovamos quase todos os políticos fora das campanhas e como sempre os aponhamos durante essas.”
Curioso como as pesquisas sempre mostram como desaprovamos quase todos os políticos fora das campanhas e como sempre os aponhamos durante essas. Já parou para pensar como dificilmente você encontra um político em sua vila fazendo alguma coisa de útil fora de campanha? Então, durante a campanha você também não os vê fazendo algo de útil, a única diferença é que na ultima você aplaude.
Essa tendência beligerante que a política municipal tem sempre nos deixa animados porque parece festa. Carros de som, músicas que chamam o outro lado de perdedor, gritos que ofendem os que não estão com “nosso grupo” e aquele sentimento de que por mais inútil que uma pessoa tenha sido durante quase toda vida, ela pode ser útil para eleger um político que não dá a mínima para ela ou para Cidade e, quando a eleição acabar, ela voltará a ser inútil novamente.
É de doer o fígado ver pessoas ditas “politizadas” ou que têm curso superior dizendo que: Não sabe quem Sérgio vai escolher, mas terá seu voto porque Sérgio escolheu. Outras que estarão com “qualquer um” desde que este seja da oposição provocam a mesma sensação. Ora, será que não pode haver alguém fora dessa polarização imbecil? Será que não há possibilidade de argumentos sérios e construtivos? Será que o próprio cidadão não pode começar por ele a mudança que espera ver nos políticos?
Um ato simples pode mudar muita coisa. Fazer algumas perguntas simples para si mesmo pode mostrar uma verdade que é evidente. Quantas festas do dia das crianças alguns “candidatos” fizeram ano passado ou retrasado? Quantas fizeram esse ano? E almoço com professores? Muito bem. Se a resposta for alguma para esse ano ou para o próximo e nenhuma para os anos anteriores, então, há apenas interesse político e não vontade de mudança. Mas isso vocês já sabem. O que não se sabe é o motivo de não questionarmos, repudiarmos ou ao menos demonstrarmos algum grau de desaprovação por essa atitude desprezível que chamamos de demagogia.
Será que ao participarmos da “festa” não estamos simplesmente “indo com as outras”? Todos caminham para um mutirão de pessoas que não leram nada sobre política, não participaram de reuniões durante três anos, a maioria sequer ler jornal, quase ninguém frequentou a Câmara de Vereadores (muitas vezes nem os vereadores), mas de repente sabem o que é o melhor para Panelas. O pior é que são seguidos por centenas, em direção ao penhasco que Maria quebrou a patinha na história da ovelha que sempre seguia as outras ovelhas.
“A democracia sempre traz à tona a força numérica dos idiotas.”(Nelson Rodrigues)
Quebraremos a cara mais uma vez. Digo que quebraremos (no plural) porque, nas palavras de Nelson Rodrigues, a democracia sempre traz à tona a força numérica dos idiotas. Veja quantas vezes Sérgio Miranda foi reeleito sem fazer absolutamente nada e me diga se tem como discordar do saudoso Nelson. Até os defensores do prefeito não sabem dizer o que ele fez de bom, pois sempre partem para abstrações. Entender o que Lourinho fez como político para o município é ainda mais difícil, já que como oposição ele foi um bom farmacêutico.
Acredito que a sociedade esteja mudando aos poucos no sentido de não seguir partidos ou posições partidárias do modo infantil que fez nesses últimos anos. Penso que o cidadão esteja cansado de ser explorado durante todo tempo e nas campanhas eleitorais perder o sono com o barulho e a convocação para o “exército da salvação política do município”. Se você está cansado de ser “enganado” por tantos “Manés Caboclos”, “Juacis”, “Micas” ou “Sérgios” da vida, talvez seja hora de aderir ao voto secreto, não colar nenhum cartaz em sua parede, libertar-se das bandeiras dos partidos, olhar para o seu espelho interior e dizer: Maria, não vá com as outras!
Coluna Política // Por Pierre Logan
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