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CARTA ABERTA PARA MANUEL CABOCLO

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Publicado em 12/12/2016 | Atualizado em 21/02/2022

É com imenso respeito que venho publicar mais um texto sobre vossa excelência. Desta vez optei por esta carta para deixar claro que não tenho nada contra sua pessoa e pedir desculpas por ter deixado evidente sua personalidade gelatinosa, execrável e ignominiosa. Permita-me chama-lo doravante, carinhosamente, de Mané presidente, pois foi assim que o chamei durante seu mandato ridículo e repleto de canalhice e subserviência.

Vossa excelência talvez não tenha capacidade cognitiva para entender o que lê; não é demérito. Ridículo mesmo, caro Mané presidente, é fingir ser algo que não é, estar comandando um dos três poderes e, ainda assim, viver de pernas abertas para o executivo. Peça para outra pessoa traduzir esta carta singela, mas cuide para que não seja a mesma que escreveu um texto e, fingindo ser sua pessoa, citou-o na terceira pessoa. Não espero que entenda esse meu gesto carinhoso e cheio de amor por sua pessoa que, ainda que baixa, repugnante e completamente calhorda, merece reconhecimento por ter assumido sua incapacidade e não ter tentado a reeleição (ainda que a ideia não tenha sido sua), mas espero que faça um esforço para compreender que tenho motivos para escrever-te uma vez mais.

Caro Mané presidente, não sei se está lembrado que quando vossa excelência assumiu a presidência da Câmara de Vereadores de Panelas prometeu que seria o mandato mais transparente. Prometeu que teríamos acesso ao vivo pela internet às reuniões da Casa. Prometeu que divulgaria informações e tudo o que fosse necessário para o devido acesso a informação dos cidadãos carentes de representatividade.

Como é evidente pelo nível de solidez opaca e embaciada de sua inflexível ignávia e pusilanimidade, não tivemos o mínimo necessário para dizer que o ilustre edil chegou a tentar cumprir o prometido. Seu trabalho na Câmara legislativa foi desleixado e perverso; seus discursos foram fétidos e estultos; sua postura foi infantil e completamente retardatária. Adjetivei com essas cabíveis palavras para não dizer que sua presença na Casa do povo foi inútil. Perdoe-me pela honestidade e permita que eu volte ao começo, pois penso ter ido direto para o final.

Antes de iniciarmos nossos atritos eu pensei, inocentemente, que não poderia toma-lo como inimigo por acreditar que não deveria ter inimigos desprezíveis. Trocamos algumas palavras pela rede e continuei tendo a mesma impressão. Foi somente quando tive a infeliz oportunidade de conversar pessoalmente com vossa excelência, presidente Mané, que notei que estava redondamente enganado. Mediocridade seria um mero eufemismo. Quando o procurei diversas vezes no seu “gabinete” e não o achei, pensei que poderia estar me evitando. Quando decidi publicar um anuncio na rádio dizendo que o procurava para me inscrever para usar a tribuna, já sabia que vossa excelência não me deixaria falar. Pensou alto demais e eu pego no ar. Fiquei curioso para saber o que faria pessoalmente, já que não teria como escapar. Fiquei surpreso com sua atitude.

Quando lhe mostrei meu oficio, feito por uma funcionária da Casa, vossa excelência me deu as costas e pediu que fosse até sua sala. No apertado gabinete, talvez por não me conhecer, quase cometeu o maior erro da sua vida: tentou me intimidar. Recordo como se fosse hoje. Cortei sua frase pela metade e atropelei antecipadamente meia dúzia de argumentos seus sobre meu artigo (Manuel Caboclo é um simulacro?). Não que eu fosse neurastênico, mas chega um momento que já passamos por tanta coisa na vida que não toleramos mais certas truanices. Ver vossa excelência mudar de cor e tremer durante toda reunião da Câmara foi tedioso, mas lembrei do recado que me mandou por um amigo em comum: “Diga a ele que o castelo dele é de areia e vai desmoronar” (algo assim) e decidi entrevistar vossa excelência tratando-o ironicamente por “dotô”. Não vou descrever o resto da cena porque está disponível em vídeo pela internet e todos podem ver (Assista ).

Um amigo filósofo, Nietzsche, certa feita disse que quem não sabe desprezar não sabe respeitar”. Portanto, fica claro porque disse na primeira frase deste texto que meu respeito é imenso. Talvez essas palavras duras que direciono a sua pessoa, exclusivamente pela importância do cargo que ocupou tão miseravelmente, sejam as mais honestas que já leu. Muitos “amigos” seus não são amigos, pois vieram concordar comigo “in boxes” da vida, mas pessoalmente deram tapinhas nas suas costas e tentaram dizer palavras de carinho e apoio.

É importante, caro Mané presidente, que não entenda esta breve carta como uma ofensa pessoal, ou mesmo uma colocação de um cidadão que reclama de ter tido seu direito de usar a tribuna negado antidemocraticamente pelo Presidente do legislativo de sua própria cidade. Entenda como um cidadão que ouve, anota e cobra as promessas feitas pelos representantes do povo. Sou um panelense comum. Uma pessoa que não constrói castelos de areia porque saneou sua vida com conhecimento e solidificou sua personalidade depois de ter passado pelo inferno da solidão, da dor, do abandono, da fome, da pobreza, do analfabetismo, do medo e tudo o que se possa imaginar. Coisas importantes para o fortalecimento. Coisas que sua acomodação e segurança familiar não permite que conheça. Enfim, não vem ao caso. O que vem ao caso é que o ano está acabando e talvez esta seja a última oportunidade que eu tenha de falar com o presidente da Casa do povo, já que seu mandato acabará e vossa excelência volta a ser somente o Mané que era antes de ser vereador.

A razão pela qual decidi escrever esse último recado, além das outras razões, foi simplesmente os recentes desrespeitos feitos pela Casa do povo para com o povo. Publicamos neste site a reunião que fizeram em minutos sem dizer nada com coisa nenhuma. Semana passada as portas da Câmara estavam fechadas e a população não havia sido avisada. Quem foi perdeu a viagem. Como chegamos a este nível de desrespeito, presidente Mané? Como dizer que minhas palavras são duras se suas ações são nocivas e sua inação pior ainda para com uma população inteira? Será que sou ruim por levantar-me e enfrentar sozinho, da forma que posso, suas atitudes desprezíveis? Não é de minha natureza recuar diante da malversação do dinheiro público e da covardia. É meu papel, excelência, levantar minha espada e combater com minhas ideias o desserviço. Espero de coração que saiba que não estou contra sua pessoa necessariamente, assim como entendo o lado que se colocou, entretanto, saiba também que daria minha vida para impedir que o sistema atual prosperasse em detrimento do povo.

Finalizo com a gratidão de ter tido vossa excelência como um exemplo do que não quero ser como pessoa. Agradeço a vossa excelência por me inspirar e ter um ponto de referência. Sim, vossa excelência é um ponto do qual pretendo me distanciar cada vez mais e me esforçar para nem parecer com o que se tornou. Não posso lamentar, infelizmente, pelo ocorrido, pois foi necessário para mostrar ao povo o quão discordo dos politiqueiros da cidade. Desejo saúde, força, fé e muito tempo para que vossa excelência possa se arrepender dos pecados e pedir a Deus que o ajude a mudar. São meus votos de ano novo.

São Paulo, 12 de dezembro de 2016.
  

Coluna Política // Por Pierre Logan

Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. OAB-SP 218968E.


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