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PANELENSE: UM POVO HUMILHADO

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Publicado em 20/03/2017 | Atualizado em 21/02/2022

Como se já não bastasse dizer que “não faço concurso público em Panelas porque o povo não tem condições de passar, e gente de fora tomaria o lugar” o ex-prefeito do município de Panelas, Sérgio Miranda, tira a dúvida das cabeças que acreditam que ele é um grande idiota, toma a frente de uma entrevista que deveria ser com a autoridade do executivo (se é que não foi), chama todos os vereadores de irresponsáveis e estabelece argumentos e posições tão ridículas que penso que a população só não leva para o pessoal por conta da conjuntura social e sentimento de abandono que vive hoje.

“O objetivo aqui é oferecer o contraditório para que o debate democrático seja posto nas discussões antes, durante e depois das eleições”

O objetivo aqui não é ofender a pessoa do ex-prefeito de Panelas, não obstante as constantes ofensas que ele tenha feito a inteligência dos cabanos panelenses. O objetivo é oferecer o contraditório para que o debate democrático seja posto nas discussões antes, durante e depois das eleições. O povo do município deve encontrar caminhos por meio de um processo dialético e criar um ambiente propício as boas ideias e ideais que contribuam para o desenvolvimento social, político e psicológico da sociedade. Tudo o que queremos fazer é passar uma mensagem. Algo que diga que não é com sofismas imbecis e argumentos ridículos, sobretudo, com a realidade escancarada e atropelando tudo o que foi dito por essa figura que desgovernou Panelas durante cerca de vinte anos, que vão afundar ainda mais a população na raspa do fundo do poço. Vamos a entrevista.

Primeiro o ex-prefeito de direito dá a opinião dele sobre a reforma da previdência e se coloca a favor da reforma, dizendo que devido a situação econômica do país a reforma é necessária. Muito bem, a opinião tem que ser respeitada, mesmo que não tenha fundamento nenhum, especialmente quando vem de alguém que não vai precisar do INSS como ele. Me parece que quando se refere a política nacional o que sobra é a “doença partidária” que fala mais alto porque ele tratou do governo Lula e Dilma de um ponto de vista diferente do que tratou o governo Temer, esquecendo que há pouco tempo todos eram o mesmo governo. Da época do “Lula lá e Sérgio Cá” ninguém se atreveu a falar, das torneiras de dinheiro utilizadas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou dos mais de 50 milhões enviados para Panelas em 2015 nada também. Muitos pesos e muitas medidas. Minha opinião é que se cortar a verba da corrupção sobra para a previdência.

O ex-prefeito também fala que as obras que estavam em andamento para, pelo menos, minimizar a situação da barragem que deveria abastecer a cidade não poderia ser feita porque a lei de responsabilidade fiscal impede e que o TCE poderia rejeitar as contas da atual digestora de direito. Primeiro o TCE não rejeita contas (só para começar), ele sabe disso porque já teve contas rejeitadas, mas não foi pelo TCE e sim pela Câmara de Vereadores. O que o TCE faz é recomendar a rejeição. Sabendo disso, fica fácil deduzir que o comentário feito por ele foi infeliz, já que existe um documento assinado por unanimidade na Câmara pedindo que a obra fosse feita, ou seja, não seria por esse motivo que as contas seriam rejeitadas pelos vereadores. Ademais, para quem já teve processo criminal por burlar licitação, ter contas rejeitadas por salvar a população da seca não seria nada. Ou seria?

Depois ele fala da irresponsabilidade de quem critica o posicionamento e quem faz vídeo criticando o fato. Ora, todos os vereadores são irresponsáveis? A prefeita que ele elegeu e que autorizou a obra é irresponsável? O competentíssimo presidente da câmara é irresponsável? Todo mundo é irresponsável menos o desgovernante que não repassa recursos do FUNDEB para os professores? Caro leitor, sejamos sensatos, aparecer com um “parecer jurídico” para aprovar a tese de quem pediu o parecer é moleza. Eu consigo um dizendo que pode autorizar a obra e fundamentando na mesma lei, na moral e nos bons costumes. O papel aceita tudo, “amigo velho”.

A pergunta que fica, partindo do pressuposto que o município não poderia realizar a obra (mentira, dá para fazer com os famosos recursos próprios), seria cobrar do governador que ele ajudou a eleger em regime emergencial, mas, segundo o ex-digestor, muitos municípios estão em situação parecida. Ora, se é para entrar na fila de todos municípios porque diabos ele dizia que deveríamos votar no candidato dele para governador porque o mesmo “trabalharia junto”? Certo, se o governador (seu amigo) não ajuda então que use os 4 milhões de caixa que deixou para Joelma.

Tirando essas bobagens as maiores bobagens ditas pelo atual digestor de fato e que considero humilhação para os trabalhadores da prefeitura, foi quando tratou das contratações. Falando do sistema mantido por ele, ele critica o sistema mantido por ele como se a culpa fosse dos que não conhecem outro sistema. Ele fala das contratações como se fosse favor e em momento nenhum trata como se exigisse algum grau de competência, denotando, obviamente, a seriedade com que trata o funcionalismo público.

Conversando certa feita com o Dr. Edson Rufino, fui informado de que o ex-prefeito tem um processo contra Edson por danos morais. Estou ansioso para saber onde o vereador encontrou a moral em Sérgio para conseguir ofende-la. Quanto mais leio os processos, ouço entrevistas, acompanho os fatos me decepciono mais com esse senhor. Essa última entrevista me deixou ainda mais consciente da situação patética em que Panelas vive. Muitos dizem que ele se manteve no poder pela democracia, todavia, a democracia pressupõe alternância de poder, articulações políticas e força numérica dos idiotas; especialmente, os que criticam presidentes que se mantiveram no poder durante muito tempo utilizando o mesmo método que ele. O panelense é um povo humilhado por ter representantes sem senso do ridículo. 

Coluna Política // Por Pierre Logan

Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. OAB-SP 218968E.


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