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PANELAS, O PÂNICO E O MESMO

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Publicado em 10/07/2017 | Atualizado em 21/02/2022

Nada mais repetitivo em Panelas do que falar em mudança. Você encontrará discursos de liderança, proatividade, desenvolvimento, mudança e ‘fugas das caixinhas’ na boca de muita gente que nunca liderou, nunca foi proativo, jamais se desenvolveu, só mudou para pior e só saiu de uma caixa quando encontrou outra para pensar “quadrada-mente”. Falei no meu texto anterior que os medíocres estão sempre confundindo tragar com digerir e acumulação com aprendizado, mas aqui abordaremos essas coisas de uma forma diferente deixando patente muitos pontos importantes, e, quem sabe, até deixando ainda mais visível que ninguém que se acomode por anos numa prefeitura pode jamais falar de proatividade e empreendedorismo.

Não sei como, nem quando e nem o porquê de a população de Panelas ter desenvolvido tanto pânico da mudança. Seria necessário alguns anos de pesquisa para compreender esse fenômeno. Todavia, as provas estão expostas nas escolas, no desgoverno, nas ruas, na cultura e no comportamento da maioria das pessoas do município. Perceba que evitei usar a palavra ‘medo’ e a substituí pela palavra ‘pânico’. Fiz propositalmente porque sei que a única forma de combater os demônios é chamando eles pelo nome real.

Panelas não tem medo porque o medo é o que te mantem alerta. O medo é tudo aquilo que te impede de ser inconsequente. Medo é algo necessário para a sobrevivência de todo ser humano. O medo pode ser causado pela percepção de algum perigo real ou pelo excesso de imaginação. Esse sentimento muitas vezes provoca mudança. A mudança muitas vezes é o resultado proporcionado por esse sentimento porque a sensação de que é necessário se proteger faz com que o indivíduo se adapte, modifique seu ambiente e altere suas relações de modo que assuma o controle para evitar qualquer tipo de manutenção da ameaça. De alguma forma o medo melhorou. O evolucionista Charles Darwin (1809-1882) nunca usou a palavra evolução para significar melhora, mas sim mudança. Tudo o que se move evolui (muda). Como nossa cidade não evoluiu muito porque não mudou podemos concluir que confundimos o medo com outra palavra.

Sim, confundimos o medo com o pânico. Pânico, ao contrário do medo, te anestesia, te paralisa, te impede de tomar qualquer decisão racional. O Pânico te desorienta e faz você perder qualquer noção da realidade, ele te toma e, muitas vezes, te enlouquece. As subjetividades transformam-se em objetividades e boicotam sua vida de um jeito absurdo. A parte inconsciente da sua mente literalmente retroalimenta esse boicote até te reduzir a um autômato domesticado a serviço daquilo que te causa pânico.

Está claro que a classe política da cidade causou o medo que não foi tratado com a devida atenção e evoluiu para pânico. O medo da necessidade de emprego virou pânico do desemprego; o medo do enfrentamento político; virou pânico pela luta por direitos garantidos; o medo de ser subjugado pela classe desgovernadora do município virou pânico pelo mínimo grau de suposta autoridade ou influência que alguém possa ter na prefeitura. Chegamos a um ponto em que os funcionários (leia-se empregados) acham que tem alguma autoridade sobre as pessoas que os procuram. Pessoas com qualquer cargo, por mais baixo (hierarquicamente) que seja, se sentem no direito de tratar mal, falar alto, desrespeitar quem se incomoda com o tratamento nos locais públicos.

O pânico pelo escândalo faz com que as pessoas comuns fiquem quietas diante dos maus-tratos do funcionalismo público (contratado) panelense. As pessoas que servem ao público perderam a noção do perigo e agem como ofensores daqueles que são a única razão para seu emprego existir. Se a população tivesse medo, ela mudaria o cenário para se proteger; mas como o que ela sente é pânico, está estagnada, inerte e vive com a ilusão de que a manutenção do mesmo é a zona mais segura.

A solução é tão simples, tão fácil que te assustaria se você tentasse pelo menos uma vez. Para romper com essa nefasta realidade:
  1. Medo não constrói caráter e nem educa o coração, nem produz sensatez, nem auxilia em bondade, portanto, não o alimente e não deixe esse monstro crescer. Se ele crescer vai virar pânico e boicotar diariamente a sua vida. Tome a decisão de enfrentar seja lá o que te amedrontar.
  2. Evite a auto-vitimização.
  3. Olhe para sua situação e reflita sobre os motivos que te empurraram para ela. Tente pensar o que te levou para situações que te aprisionaram e te suprimiram a ponto de você não saber o que fazer.
  4. Tente ser firme e coerente nas pequenas coisas do dia-a-dia, comente sobre as coisas importantes que te circula sempre que puder na sala de sua casa, na roda de amigos, nas festas de família. Torne as conversas sobre o desenvolvimento social e a realidade do município uma coisa comum. Não se prenda ou tenha medo de que tenham opiniões diferentes das suas. Umas horas a gente acerta, outras horas a gente erra. É natural.
  5. Aprenda a confiar na sua própria capacidade. Se achar que não tem capacidade, pense no que fazer para desenvolver a capacidade necessária para que você confie em si mesmo a ponto de não precisar de favores políticos.

“Quando mudamos a nós damos o primeiro passo em direção da mudança do mundo”

Esses toques na verdade nos ajudam num tipo de ‘processo de reciclagem’ que nos transforma em algo melhor e maior. Não é algo rápido, mas com a luta diária você muda você e sabemos que quando mudamos a nós damos o primeiro passo em direção da mudança do mundo. As coisas vão melhorar e será maravilhoso para você saber que você fez parte disto.

Coluna Política // Por Pierre Logan

Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. OAB-SP 218968E.


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