Fundação de Panelas-PE se deu na região pertencente a uma sesmaria.
Sesmaria do Ararobá
Com sua sede na Vila do Jupi, a Sesmaria do Ararobá era uma extensão de 14.400 quilômetros quadrados, a sesmaria era dividida em três partes que pertenciam aos concessionários: Bernardo Vieira de Mello, Antônio Pinto Pereira, Manuel Vieira de Lemos. Cada um caberia uma área de aproximadamente 4.800 quilômetros quadrados, porém Bernardo Vieira (pai) comprou a parte de Manuel Vieira e ocupou a de Antônio Pinto, que havia abandonado e se ausentado.
Esta sesmaria compunha-se do território cujos limites eram as águas pendentes para o rio Ipojuca e o riacho Mentirosos, a meia distância da confrontação da cidade de Caruaru e das nascentes do dito riacho, e descendo em rumo para o sul cruzava os rios Una e Pirangi, até uma légua de distância para sul deste último rio e, conservando essa distância, seguia para oeste paralelamente com ele acima, indo até as confrontações com a atual cidade de Quipapá, de onde rumava à barra do riacho Água Vermelha no rio Canhoto e, pela margem esquerda do citado rio Canhoto ia às suas cabeceiras, subindo daí para o norte, passando pelas cabeceiras do rio Una e pela serra do Bucu atingia o rio Ipojuca, nas suas nascentes, e seguindo para leste pelo rio Ipojuca abaixo alcançava a foz do riacho Bituri, da qual rumava diretamente para a serra da Taquara e, pelas águas pendentes desta serra, entre os rios Ipojuca e Una, chegava até onde começava.
Dos três concessionários da Sesmaria do Ararobá, somente Bernardo Vieira de Mello se empenhou na sua exploração e colonização. A exploração de fato dessas terras começou em 1698 por iniciativa do Capitão Antônio Vieira de Melo, filho do concessionário Bernardo Vieira, conquistando os tapuias bravios e os negros rebeldes do Quilombo dos Palmares para apoderar-se de suas terras.
Vasta área territorial explorada e colonizada a partir das ações arbitrárias e violentas do capitão, Antônio Vieira de Melo, senhor de terras, fundou inúmeros sítios que, posteriormente, originariam municípios como Panelas, Quipapá, Lagoa dos Gatos e Cupira. Após a sua morte essas áreas territoriais foram legadas a seus filhos: Josefa Maria do Ó, Francisco José Bezerra de Melo, Antônio Vieira de Melo, Alexandre Muniz de Melo. A sua descendência se espalhou pela região e originou algumas das principais famílias de Pernambuco.
A fundação e fundadores de Panelas-PE
A fundação de Panelas-PE, se deu na região pertencente a uma sesmaria (concessão de terras com o intuito de desenvolver a agricultura e a criação de gado), denominada Ararobá.
A povoação da cidade de Panelas, na época Sitio Olho D’ água das Panelas, teve início por volta de 1796 (mais de trinta anos depois do falecimento de Antônio Vieira de Melo em 1764), período em que o capitão Francisco Rodrigues de Mello comprou as terras de Alexandre Muniz Mello, neto de Bernardo Vieira de Melo. Na localidade, o capitão Francisco Rodrigues ergueu uma capela sob a invocação do Senhor Bom Jesus dos Aflitos (Remédios).
A vila, que se expandia em torno da capela, com um povoamento cada vez mais significativo, tornou-se distrito pela Lei Provincial nº 157, de 31 de março de 1846. Esse distrito perdurou até 18 de maio de 1870, quando teve a sua emancipação assegurada pela Lei Provincial nº 919.
A descendência do fundador de Panelas, Francisco Rodrigues de Melo, e sua esposa, D. Ana Maria dos Prazeres, se espalhou pela região e originou algumas das principais famílias de Panelas e com grande participação na vida política e social do município.
Alguns descendentes do fundador de Panelas-PE:
- José de Miranda Santiago;
- Euzébio Cavalcanti de Albuquerque;
- Manoel de Miranda Santiago;
- Manoel Guilhermino de Miranda;
- Demócrito de Barros Miranda.