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MORTE PARA MUDANÇA!

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Publicado em 01/01/2018 | Atualizado em 21/02/2022

Nossa sociedade evoluiu em tecnologia e suas formas de manter a comunicação. Depois disso agilizamos as formas, os modelos, a velocidade e hoje podemos nos comunicar com qualquer indivíduo do outro lado do mundo em milésimos de segundos. Podemos chamar isso de mudança. Sim. Mas uma mudança externa que apenas diz respeito a maneira com que fazemos as coisas. Não diz absolutamente nada sobre o que somos. Nos preocupamos em agilizar a comunicação e quais seriam suas formas, mas esquecemos de investir tempo nas pessoas que constroem e prolatam ideias. Em outras palavras; evoluímos os meios para alcançar determinados fins, entretanto, não nos evoluímos para que a informação seja digna de atenção e construção do conhecimento. Estamos presos num universo em que a mudança é pregada como um evangélio e repetida como um mantra, todavia, não praticada. O que é preciso para que haja mudança verdadeiramente significativas em nós?

Acredito na felicidade com possibilidade de satisfação momentânea de vontades que vão passar. Acredito que a felicidade seja um tipo de sentimento como, por exemplo, dor, tristeza, calor, frio, medo etc., mas, se me permitem discordar dos doutrinadores e ditadores da felicidade; eu, particularmente, acho a felicidade algo sem importância nenhuma. Uma sensação que pode ser resumida na frase de um pensador que não me recordo o nome: “a felicidade é algo que acontece quando você está distraído”. Se paramos para pensar veremos que, biblicamente, não há proposta de felicidade neste mundo. Na verdade, a proposta de Jesus é que se ignore as coisas mundanas (isso inclui a felicidade) e busquemos algo que existe além do homem. A mudança é necessária e possível, desde que estejamos dispostos a pagar o preço.

O preço que Jesus pagou pela remissão dos nossos pecados foi a cruz. O preço que os apóstolos Dele pagaram pela divulgação do evangélio foi a perseguição e morte. O preço que se paga todos os dias pelas distrações facebookenas é a eterna perda de tempo ou, na melhor das hipóteses, a impossibilidade de raciocínio contínuo. Estamos sempre parando nossa vida para dar uma ‘zapeada”. Cada janela que abrimos nos nossos aparelhos é uma janela a menos para o mundo que perdemos. Aos poucos vamos deixando de aceitar a dor da mudança, da transformação, das coisas duradouras. Basta o incomodo surgir que postaremos e abriremos janelas para vidas que, aparentemente, são mais felizes que a nossa. A mudança exige dor. A mudança exige dedicação. A mudança exige sofrimento. A mudança exige trabalho. A mudança exige dedicação. A mudança exige incomodo. A mudança exige arrependimento. Em suma, a mudança exige morte.

É por todos esses fatores que dificilmente a mudança acontece. Ninguém discordará que para que uma árvore cresça é preciso que a semente morra. Ninguém duvidará da dor e do incômodo causada na ostra por um simples grão de areia para que surja a pérola. Ninguém dirá que não a dor ou incomodo no parto. Geralmente o nascimento de uma vida começa com dor. Partos são sangrentos e dolorosos. Por que você acha que com você em qualquer aspecto da sua vida a mudança será calma e suave? Isso é ilusão de doutrina americana de autoajuda. Não sei se vocês sabem, mas americano acha que americano não pode sofrer. Vendem isso e a gente compra. Não! Sem dor não há crescimento. Sem movimento não há mudança. Mas somente a dor não constrói nada.

“Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você” – Jean Paul Sartre

Existe a dor útil. A dor útil é aquela que te deixa forte. Que te prepara para enfrentar o mundo. Existe a dor inútil. Aquela que só serve para sofrer mesmo. O lado bom é que quem determina para que ele vai servir é você. O sofrimento não determina nada. Você determina para que o sofrimento será utilizado. Então, chegamos em Sartre; “não importa o que o mundo faz com você, mas o que você faz com que o mundo fez com você.

“Mude, pois só assim poderá garantir que algo será diferente”

Portanto, e, diante disto, não desejo uma felicidade facebookeana. Desejo que a dor não seja inútil, porque saiba (e você sabe) ela virá. Desejo que você se construa e melhore a si com as coisas que lhe acontecerem de bom e ruim. Que você não se torne o monstro contra quem luta. Que seja melhor que ano passado. Que não cometa a loucura de se entregar à normalidade idiota do mundo. Que esse ano seja de mudança em você. Que você faça o melhor para o mundo com o pior que o mundo te der. Que seja o melhor para o mundo que melhora para as outras pessoas. Morra para renascer. Sofra para se melhorar. Seja a mudança que você quer ver no mundo. Não morra para a morte. Morra para a vida. Mude, pois só assim poderá garantir que algo será diferente. 

Coluna Política // Por Pierre Logan

Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. Contato: [email protected] 


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