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SÍNDROME DE OPOSIÇÃO

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Publicado em 15/01/2018 | Atualizado em 21/02/2022

Este talvez inaugure a sequência de artigos mais honestas que escreverei por aqui. Não que eu tenha mentido em algum, mas sempre coloquei eufemismos para diminuir a intensidade. Testosterona, falar grosso, usar palavras fortes e verdadeiras, são tomadas no município como ofensa, opressão, desequilíbrio, maleducação (sem hífen), indelicadeza, descortesia, ‘fúfialidade’ (desprezível), em outras palavras, ser verdadeiro não elege. Já me “deram um toque” até porque eu ria muito quando comentava as palhaçadas dos politiqueiros municipais. Para aquele momento entendi que algumas pessoas tinham razão e acatei alguns conselhos. Analisei com cuidado as expressões e palavras dos cidadãos, dos políticos, dos amigos conhecidos e dos que apenas sabem quem sou. Cada segundo em silêncio foram anos de reflexão. Uma amiga das antigas, passou por mim num desses momentos e me mandou uma mensagem: “passei e te vi triste. O que houve? ”. Expliquei que apesar de falar muito, ouvia, via e pensava mais do que falava. Pensar na realidade pode até me deixar puto, todavia, não fico triste quando vejo que tenho que resolver um problema. Eu desço para o play e resolvo. Então vamos ao que importa.


“O homem é um animal político” (Aristóteles). Se você é um cidadão que presta, se importa com política e quer participar da mudança, então, este texto é para você. Os idiotas podem parar por aqui, continuar reclamando do governo, batendo punheta na internet e paquerando todas as meninas do Facebook porque acham que todas no fundo querem dar para ele. São os típicos idiotas inúteis. Perdoem-me por ter gastado mais de uma linha com esse tipo de gente.

O grande problema de Panelas hoje é a falta de brio dos panelenses. Não me venha com posturas derrotistas, coitadismos baratos ou síndrome de oposição. A culpa é de quem tem a culpa e ela é grande demais para ser carregada sozinha. A culpa não é de um único “coisa”. A culpa não é somente do agressor quando a vítima, tendo como se defender, se acovarda. Todos temos em nós a capacidade de lutar. Só não se pode viver numa ilusão de que a luta será vencida sem pancadas, cortes, sacrifícios pessoais e, até mortes. Cada um tem um celular na mão, pode filmar uma situação, denunciar através de vários meios de comunicação, procurar um vereador de oposição (temos dois corajosos) e mostrar-lhes o problema. Isso é possível, mas somente se tivermos um pouco de coragem. A maioria (isso inclui pessoas comuns da oposição) preferem não se envolver. Só que numa democracia, os que não se envolvem ou não participam; não existem. É daí que vem a velha máxima política: “os ausentes não têm voz”.

É aí que entram os discursos coitadistas (de pessoas de situação na maioria): “Eu não posso me envolver por isso…”, “meu irmão trabalha na….”, “minha mãe é funcionária da escola…”, “eu recebo de…”, em suma, todo tipo de desculpas para a falta de culhões. Querem desculpas para não se envolver em política? Eu posso dar várias, mas querem saber…, minha dignidade impede que eu seja omisso. Perder um contrato, um amigo, uma esposa, um colega etc., não é o fim do mundo. Existem mais de 7 bilhões de pessoas no planeta. Vocês acham mesmo que o mundo começa no trevo de Panelas e acaba encima a serra da bica? O mundo não foi construído com massagem, apadrinhamentos políticos e conversa afiada. Nosso presente foi construído com porrada, sangue, luta, espadas, balas, mortes e insubordinação. Nossa história foi traçada por coragem que é o que constrói a realidade. A covardia só constrói o covarde e todos sabem que o covarde é seu próprio fim em si mesmo. Nem uma dessas palavras elege um representante, mas adivinhem…., eu não sou candidato e não preciso de mais ninguém para me representar. Eu me represento! Daqui a 150 anos pode ser que minha postura ainda surta efeitos. Ano que vem nem sua covardia será lembrada.


Muito bem, isso faz de mim ou dos que provocam a mudança melhores dos que os que competem seu preço com os das bananas? É claro que faz! Pessoas que se sacrificam pelo todo (seja por amor a causa, ou como eu, porque quero) valem muito mais que quem vive para sua pobre, ridícula e desprezível vida facebookeana. Pessoas que gastam seu tempo por uma educação pública melhor, um hospital público melhor, mais segurança vale muito mais do que quem vive sua vida para si, ficando rico as custas dos outros, para, as custas dos outros pagar uma escola particular para seu filho, um hospital para si próprio e contratar seguranças etc., isso é evidente. Quem vive para provocar o melhor para todos vale muito mais do que quem vive para seu próprio umbiguinho sujo.  Sem esse papozinho barato de que “ninguém é melhor do que ninguém”. É só olhar que as mesmas pessoas que puxam saco de “autoridades”, ou seja, intimamente acreditam que são melhores que eles. Nenhum igual bajula seu igual.

Se me dizem: “Pierre, não gostei de como você fala”. Eu digo: o problema é seu. Se dizem: “Não acho certo falar desse jeito”. Eu digo: Não fale desse jeito então. Se dizem: “Pega leve”. Eu digo: Se endureça para aguentar o tranco. A democracia pressupõe a coexistência da pluralidade de opiniões. Muita gente não gosta do meu jeito e não são obrigadas a me ler ou me aturar. Eu não gosto do jeito de muita gente e também não sou obrigado a aturar ninguém. É a vida. Lourinho foi o candidato perfeito para quem queria colecionar frustração. Foi ele e não outro o grande inventor da síndrome de oposição. Fora de contexto? Vocês acham que eu passei o texto inteiro falando de quem?


Coluna Política // Por Pierre Logan


Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. Contato: [email protected] 


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