Publicado em 23/01/2018 | Atualizado em 21/02/2022
Quem não respeita a história do seu povo acaba borrando sua própria história. Quem não viu o tal acontecimento da cruz que havia sobre a serra da bica? Supostamente, um jovem com problemas psicológicos acabou surtando e quebrando um monumento histórico/religioso com uma marreta. Genilson Lucena (PSB) foi até a rádio Bom Jesus FM e disse que resolveria, fazendo rapidamente uma bela obra, mas Joelma Duarte (PSB), prefeita de direito da cidade, tendo um ataque político de cristandade, correu na frente e se precipitou em fotos, promessas e discursos. Seria um comportamento lindo se tivesse alguma verdade nele, mas pelo jeito foi somente mais um capítulo do boicote ao trabalho do presidente da Câmara. Depois desse introito, cabe lembrar aos queridos leitores que o cruzeiro ainda está em pedaços.
Um parágrafo foi o bastante para resumir uma história antiga de quase 30 anos de atraso e dois anos de desgoverno acerólico (todo mundo sabe que uma acerola vale por mais de vinte laranjas). Evitemos falar em agricultura agora, falemos apenas de cultura. Todos sabem que cultura significa toda produção humana. Sim. Uma das coisas que construímos bastante e paulatinamente são os costumes. Era costume da maioria dos panelenses subir a serra a pé, fotografar, filmar, levar parentes para conhecer o nosso ponto turístico mais importante (para não dizer o único). Foi preciso um “maluco” com uma marreta quebrar tudo para que os “normais” entendessem a loucura que era deixar um ponto tão importante abandonado durante anos. Basta olhar para as fotos do dia em que o jovem quebrou tudo para perceber que tinha até mato crescendo ao redor do monumento.
Muita gente se comoveu pelas redes sociais. Foi maravilhoso saber que tanta gente dava importância aquela imagem, mas como o governo raramente representa o povo…. Ele simplesmente não enxergava o valor de um símbolo como aquele. O tempo passou e as pessoas ficaram só com as promessas mesmo. Será que a prefeitura precisa fazer licitação para uma obra de pequeno valor? Ainda que precisassem, já começaram? O que há? Por que o atraso em começar? Esperar chegar mais perto da campanha eleitoral para poder inaugurar com todos aqueles palhaços candidatos? Estão esperando o quê? O festival de Jericos passar? O que falta mais, além de uma prefeita com vontade própria e um presidente de câmara com peito e coragem para dizer: “se não fizerem eu faço; quer queiram quer não”. Afinal, o terreno é dele, pelo que dizem.
A verdade é que não sou muito de acreditar no que as pessoas dizem, então vou eu mesmo investigar e descobrir de quem é o terreno. No nome de quem está aquele “amado” pedaço de terra. Por que a falta de vontade para reconstruir o que o próprio governo destruiu com sua loucura não precisa mais ser encontrada. Ela foi eleita. Quando Joelma foi eleita algumas pessoas comemoraram o fato da primeira mulher ter logrado êxito numa campanha municipal, mas a verdade é que o simbolismo por trás do fato foi um desastre. Ela se mostrou fraca, demagoga, subserviente, conivente, submissa e, até covarde. “Mas ela é boa pessoa, Pierre”. Eu particularmente acredito que não se pode ser bom e covarde ao mesmo tempo. A bondade e a covardia não cabem no mesmo saco. Ser bom é ser bom independentemente das consequências que sua bondade possa trazer. Ser covarde e submisso não pressupõe nenhuma bondade, pressupõe apenas fraqueza de caráter. Pensamento meu. Ninguém é obrigado a concordar e, honestamente, prefiro que não concordem mesmo. Fique cada qual com o que é seu. Cada um só pode dar o que tem. Quem não tem nada não pode dar nada além do apoio a quem possa entregar-lhe alguma coisa. Fiquem do lado que estão. É mais seguro do que o caminho estreito.
“Cada um com sua cruz… A cruz de Panelas é o seu governo”
Concluindo este pequeno texto, saibam vocês que o entulho que hoje ocupa a serra da bica é só um sinal de despreocupação com o sentimento do povo. É um patente aviso do atraso do que importa. É só uma mensagem de que as coisas caminham a passos largos para o inferno, o famigerado inferno dos que só se mexem pelo interesse das aparências e diluem a mentira nos sorrisos para arrebatar espíritos necessitados e promover aplausos mentirosos dos interesseiros municipais. Nem o escândalo da cruz foi suficiente para levantar a moral dessa gente. Penso que o povo já não tem sangue para dar, face para oferecer e talvez só finja que ainda acredita em alguma coisa. Panelas é a imagem perfeita dos que costumam pagar boa sorte com má vontade. Cada um com sua cruz….A cruz de Panelas é o seu governo.
Coluna Política // Por Pierre Logan
Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. Contato: [email protected]
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