Publicado em 05/02/2018 | Atualizado em 21/02/2022
Eu nunca disse que era boa influência. Nunca disse que ensinaria ninguém a ser santificado pelo batismo tosco da hipocrisia. Nunca disse que era contra a violência, na verdade eu sempre disse que a violência poderia ter bom uso. Sem a nostalgia falsária das memórias fracas ou da falta do raciocínio histórico; crescemos num ambiente violento. Somos um povo violento. Sofremos ainda com a violência. Não neguemos nossa condição animalesca de quem é domesticado apenas pelos interesses e controlados com rédeas curtas pelos algozes coronéis da política. O que queremos com os sorrisos pré-fabricados para agradar “o próximo” a esconder nossa real condição? Nosso desejo de pedir respeito numa sociedade que não se respeita é inútil.
Crescer num lugar onde o simples sinal de pensamento próprio parece uma ideia perigosa que deve ser no mínimo evitada, e se produzida; nunca revelada é sobreviver num ambiente insalubre. Nascer e crescer numa cidade onde falar o que se pensa quando é necessário é sinônimo de falta de educação, num lugar onde a bebedeira e a putaria é tomada como virtude, que defender político comprovadamente corrupto é regra; ou viver onde a “justiça” parece ser conivente com os mesmos fabricantes e propulsores da injustiça é nocivo. É anticristão. É suicídio. Por isso, em verdade vos digo; quando a leis de um povo se mostram maléficas e oprimem os menos favorecidos, cabe ao fora da lei fazer o seu papel. Por esses e outros motivos, ensino agora as crianças e jovens entediados pela mesmice, as 10 lições para enlouquecer uma cidade e provocar o caos.
Lição 1 – Compre alpiste e laxante. Distribua bastante alpiste sem laxante durante a tardinha, mas pela madrugada misture alpiste com laxante para pombos e pardais, espere o dia amanhecer e verá que os passaram, sem querer, vão representar perfeitamente a sujeira que os políticos produzem. No meio de tanta sujeira, os pássaros serão notados, os ratos continuaram “limpos”.
Lição 2 – Políticos gostam de mentir e dizer que são o suprassumo da honestidade. Pesquise na internet as acusações e os processos que achar de qualquer político eleito. Depois disso, coloque uma foto e fabrique um cartaz de procurado. Tire xerox e espalhe por toda cidade, entregando principalmente nos prédios públicos e departamentos de atendimento ao público. Distribua nos ônibus escolares, espalhe na escola, na rua, nos vidros dos carros, cole nos postes e muros, de preferência por cima de cartazes de festas.
Lição 3 – Políticos geralmente são escorregadios. A justiça tenta, mas nunca pega. Então guarde olho de cozinha usado e quando tiver litros e litros coloque na porta de entrada da câmara, da prefeitura, dos bancos de praça onde geralmente funcionários ficam conversando na hora que deveriam estar atendendo o povo. Isso pode ser feito com lixo também. Bote esse ponto em prática apenas quando tiver com bastante material.
Lição 4 – Como sabemos nossa cidade é pessimamente servida com transporte público, então, esvazie os pneus dos carros, coloque placas de recursos próprios nos carros que fizer isso e certifique-se de que só fará isso com carros de políticos e funcionários públicos de alto escalão. Eles terão que pegar ar ou ir de transporte público.
Lição 5 – Durante muitas décadas a pichação foi um ato de rebeldia. Piche buracos nas estradas com “concerte aqui”. Piche portas da prefeitura com “proibida a entrada de honestidade”. Cole cartazes na câmara: “não fiscalize”. Depois você pode usar a criatividade….piche latas de lixo com “não aceitamos políticos, por favor procurar local apropriado para materiais tóxicos”. Não se esqueça de deixar pelo menos uma inscrição na casa dos próprios políticos eleitos. Cole cartazes nos carros dos vereadores e prefeitos: “promessa não cumprida”.
Lição 6 – Pegue calça cumprida, camisa de manga cumprida, encha-os do que quiser, fabrique bonecos do tamanho de pessoas, passe tinta vermelha, jogue um pequeno pedaço de lona espalhem por vários pontos da cidade e poste na internet dizendo que foram encontrados vários corpos em pontos diferentes da cidade. Você pode colocar túmulos também, com nomes de pessoas que foram assassinadas. Ligue para rádio, comente nas redes, nas ruas…. Denuncie a violência de maneira artística.
Lição 7 – Chame ironicamente nas ruas políticos de “vossa majestade”, “meu rei”, “Rei do mundo”, “vossa santidade”, diga que são “deuses gregos”, “elogie ironicamente a inteligência deles. Peça música na rádio com críticas a políticos e ofereça para eles. Qualquer música com temática de corrupção serve. Seja irônico e se eles vierem tomar satisfação continue com falsidade, dizendo que fez sem más intenções, diga que os ama, que são superiores….abuse da ironia.
Lição 8 – Pegue uma ficha do banco ou atendimento em prédio público, reproduza muitas idênticas no computador e distribua para todo mundo que estiver numa fila com mais de vinte pessoas, assim terão várias fichas número 1, várias número 2 etc. Quem sabe a promessa de que virão outros bancos para cidade não será cumprida.
Lição 9 – Compre duas ou três caixas de ovos, enterre e espere apodrecer. Depois você pode esperar um projeto como reajuste dos professores, aumento dos salários dos políticos, concurso público, aprovação de contas….. jogue nos prédios públicos, nos políticos, nos carros, no chão na frente da câmara, nas escolas, nas ruas principais, espalhe o caos fedorento para que fique claro a sujeira do comportamento daqueles podres representantes dos ricos.
Lição 10 – Quando encontrar algum vereador vagabundando pela cidade, bêbado de preferência, esvazie o pneu do carro dele (os quatro), piche o carro dele com “#mauexemplo”, quebre ovos podres no carro e nele, coloque cartazes de “não dirigir embriagado”, amarre latas com cordas no para-choque traseiro para todo mundo olhar quando o idiota passar. Não se esqueça de não provocar nenhum dano ao veículo.
Lembrando que todas essas lições podem ser aperfeiçoadas e não são consideradas crimes graves. Algumas são pequenas contravenções e, como geralmente os políticos estão embriagados, eles não vão ter como denunciar sem se denunciar. A maioria dessas ações são meras manifestações artísticas. Viva a arte! É sempre bom deixar claro que, mesmo a maioria dessas condutas não sendo crime, é importante fazer de maneira furtiva (as que forem possíveis). Algumas outras não tem jeito mesmo, tem que mostrar a cara, mas como dizia meu amigo “V”: “o povo não deve temer seu governo, o governo deve temer o seu povo”. Prontos para mais uma lição?
Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias. Contato: [email protected]
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