Publicado em 24/06/2019 | Atualizado em 21/02/2022
Alguns comentários sobre meu artigo da semana passada me deixaram com a sensação de que algumas pessoas não precisam de representação; precisam de curatela. Essas pessoas chegaram a conclusão de que o meu texto anterior era bonito no discurso, mas dificilmente de ser concretizado na prática. Vamos recapitular os principais pontos ditos por mim:
1) Eleger algum professor para representar a classe;
2) Não reeleger nenhum vereador que não cumpra o papel de fiscal do executivo;
3) O cidadão panelense investir mais na própria educação.
Não vejo nenhuma atitude impossível de ser concretizada na prática. Tendo em vista o número de professores que temos no município, não ficaria difícil eleger alguém da classe para o cargo de vereador e ter, dessa forma, uma representação na Câmara. Já falei e vou repetir: “o que temos hoje no poder legislativo do município é analfabeto representando professor e vagabundo representando quem trabalha. Fica difícil imaginar que alguém que não valorizou a educação a ponto de se educar vá valorizar um educador por educar os cidadãos do município (vide a forma com que atacaram o bolso dos professores de Panelas).
Também não há nenhuma dificuldade em não reeleger nenhum vereador que não fiscaliza o executivo. Ora, dizer o contrário disso é na verdade uma ofensa para com a população do município, já que é idêntico a dizer que o povo não tem capacidade de discernimento. Isso é o mesmo que dizer que nossos cidadãos não têm condições de saber diferenciar o certo e o errado. Nosso povo tem total condição de escolher, é um povo inteligente independentemente do que a classe política tenha feito com ele. Nossa população tem ouvido um monólogo durante mais de vinte anos. É injusto exigir que a população, refém de um desgoverno despótico e autoritário, mude sua postura de uma hora para outra. Basta não reeleger corrupto, isso já é um bom começo.
O terceiro ponto é ainda mais simples. Se pensarmos bem trata-se de uma atitude individual que dispensa a força numérica. Nos outros pontos tínhamos uma atitude individual que somada com outras atitudes individuais produzem um efeito forte sobre questões sociais e políticas. No entanto, nesse terceiro ponto, estamos diante de uma questão em que o cidadão investe tempo, dinheiro e tudo mais nele mesmo. Algo que não depende de força política, partidos e nada do gênero. É uma questão de hábito. Funciona mais ou menos assim: o indivíduo escolhe os estudos em vez da vadiagem televisiva, opta por livros em vez de bebidas, festas e futilidades. Em algum tempo a cultura irá sendo moldada, mas ao contrário dos outros pontos, se a “coletividade” não ajudar, o cidadão que se dedicou aos estudos não perde nada com opção do grupo. É quase uma “aposta de Pascal”.
Diante disso tudo fica muito fácil deduzir que o texto passado não falava de algo de outro mundo, mas de uma mudança possível. Por incrível que pareça fazer de Panelas uma cidade pior é uma tarefa ainda mais fácil. Basta não fazer nada. Não estou dizendo que se você, caro leitor, deixar as coisas como estão elas ficarão como estão. Estou dizendo que as coisas vão piorar bastante. Uma vez uma pessoa muito inteligente me disse que quando nós paramos de nos atualizar, não ficamos parados no tempo, vamos ficando para trás e de alguma forma andamos para trás. Com o município é a mesma coisa.
Se somarmos a receita do município de Panelas durante quatro anos, vamos ter uma faixa de mais ou menos R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais). Calma que essa é a soma de quatro anos apenas, o cálculo de vinte anos eu deixo por sua conta. Acreditem, não é por amor que uma manada estrangeira de calhordas se instalou na nossa cidade. Tem um motivo óbvio para a população ser chamada de carente (e até miserável) na década de noventa, os políticos eleitos terem ficado milionários, e a população continuar carente até hoje.
O município não precisa de muita coisa para piorar mais ainda, basta o silêncio dos bons. Só precisamos que nossos educadores não “sugiram” aos alunos que pensem bastante antes de votar. Que a classe da educação não se organize. Que o cidadão de bem não fique indignado com a roubalheira. É uma história antiga e um ditado verdadeiro: o caminho errado é mais fácil, o caminho certo é mais difícil, porém, um dos dois é a saída do atraso.
Coluna Política // Por Pierre Logan
Advogado, Bacharel em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Pós-graduando em Direito Processual Civil pela Escola Paulista de Direito. Filósofo e licenciado em filosofia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Membro do Seminário de Filosofia – Olavo de Carvalho e da Jovem Advocacia de São Paulo. Compositor e intérprete, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente faz parte do Sindicato dos Compositores e intérpretes do Estado de São Paulo, também é comentarista político na Trianon AM 740 e colunista do Jornal SP em notícias.
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