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PANELAS: UM HOSPITAL QUE MATA?

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Publicado em 12/11/2019 | Atualizado em 21/02/2022

Existem boatos que circulam pela cidade sobre os motivos que fizeram com que eu organizasse o grupo intitulado Movimento Cultural. Cada um, buscando o reflexo de si mesmo, entende o que quer e poucos, inteligentes, têm a humildade de perguntar. Poucos sabem que eu passei pelo Projeto Renasce uma Esperança, passei pelo programa da Emergência (limpando mato), Agente Jovem, Valorização Humana e até fui contratado pela prefeitura. Sim, eu vivi na pele cada fase do atraso panelense. Cuspindo no prato que comeu? Não! Gente como eu, e como muitos do nosso povo, não poderia cuspir no prato que comeu porque não tinha prato e nem lugar na mesa. O governo sergianista alimentou o povo com migalhas em todos os sentidos.

Tenho ouvido muitas reclamações sobre a saúde no município. O secretário de saúde, Aurélio, foi meu professor de geografia durante o ensino médio. Foi um bom professor. Não sei quais as especializações que ele fez, porém, se fez, não aprendeu muita coisa na área da saúde. Aliás, ele não é secretário da saúde, é secretário do secretário de governo, que na verdade não é secretário, é prefeito de fato, que substitui a prefeita que não é prefeita de fato. É um pouco complicado para quem não é panelense, mas quem é da cidade sabe do que estou falando. É um jogo de aparência. Uma administração pública que não está no mundo real, mas no mundo pequeno da pequenez dos que fazem parte dela.
Hoje publiquei um vídeo feito por uma cidadã em que ela mostra várias cartelas de remédios jogadas no meio de pedras, onde aparentemente tentaram incinerar, porém até nisso fracassaram, e acabaram deixando expostos para qualquer criança pegar e ingerir.
Recentemente um rapaz da zona rural se envolveu numa confusão e acabou levando uma pancada na cabeça. Um amigo da vítima disse que ele foi encaminhado para o hospital de Panelas, horas depois foi transferido para Caruaru, salvo engano, onde faleceu. Traumatismo craniano.
Hoje, 11/11/2019, a médica faltou, segundo denúncias de alguns cidadãos, outro dia uma cidadã me comunicou que seu pai doente foi enviado para casa, não aguentou, buscou socorro em outra cidade, precisou de ambulância e a informação da responsável de plantão foi que: “se deu entrada em outro hospital, então, o hospital panelense não tem obrigação de enviar ambulância”. A moça teve que passar a noite em Caruaru. No outro dia, milagrosamente, o hospital de Panelas enviou uma ambulância… estranho.
Obviamente, qualquer funcionário que se sentir atacado com essas informações pode, num surto absurdo de partidarismo, inconscientemente defendendo-se de um ataque que acredite ter sido dirigido a ele, ainda que não tenha sido, dizer que tudo isso é mentira. Que é um paraíso onde as pessoas são bem tratadas, nunca falta médico e as pessoas não sofrem. Então, vamos voltar a um dos motivos (um dos) da criação do Movimento Cultural e porquê o título do artigo é “um hospital que mata”.
A maioria da cidade conhece minha história de vida. Nascido no Jundiá, família dividida desde cedo, morei na rua, acabei sendo criado por um tio deficiente. Diniz Torres, tinha apenas um braço e me criou como se fosse seu filho. Ele era apaixonado pelo ex-prefeito, Sérgio Miranda, como eu, na época, também era. Adoeceu, como havia cuidado de mim na infância, eu cuidei dele na sua velhice. Trocava fralda, dava banho, alimentava etc. Um dia ele adoeceu, o levei até o hospital, o médico, enfermeiro, sei lá, não o examinou, deu qualquer remédio e depois mandou para casa. Eu era muito burro na época para entender o que estava acontecendo (era um sergianista descerebrado). Em casa piorou. Levei novamente para o hospital. Deram injeções sem fazer exames, remédios sem exames, soro, enfim, qualquer coisa menos exames e mandaram para casa. Eu me lembro das condições do hospital na época (péssimas), mas eu às negava (era um sergianista). Alguns dias depois de ser mandado para casa, o único pai de criação que eu conhecia na vida, morreu nos meus braços.
Histórias parecidas com essa são repetidas ano após ano. Eu poderia acreditar que talvez tivesse sido um caso isolado, mas como falei; eu passei pelo Projeto, pela Emergência, pelo Agente Jovem, pela Valorização Humana, pela contratação temporária. Conheço todo o sistema, pois passei por todas as fases. Minha vida só teve melhora depois que rompi o ciclo sergianista de retroalimentação da desgraça. Depois que sofri para entender que o mundo não começa, mas termina em Panelas para muitas vidas, inclusive, essas apaixonadas por uma figura irresponsável percebi o erro cometido. A administração da época foi irresponsável, o secretário da época foi irresponsável, o médico (se era um médico) foi irresponsável, eu fui irresponsável. Hoje eu me responsabilizo pelo que faço, digo e sei, e é somente por isso que vejo a necessidade de ser mais preciso com o título: hospital não mata pessoas, irresponsabilidade de pessoas é que matam pessoas.


Coluna Política // Por Pierre Logan
Advogado, Bacharel em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Formado em Filosofia, é licenciado pela Universidade Cruzeiro do Sul, Pós-graduando em Direito Processual Civil pela Escola Paulista de Direito. Filósofo. Membro do Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho, da comissão de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil e  Jovem Advocacia de São Paulo. 






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