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A CULTURA POPULAR E AS PEDRAS DO CAMINHO

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Publicado em 11/03/2011 | Atualizado em 21/02/2022

O artigo escrito por Bosco Maciel trata-se de um assunto que todos nós brasileiros compartilhamos ou pelo menos deveriamos, a cultura popular, uma riqueza de uma nação que por alienação ou em alguns casos a falta de apoio dos governantes,  está deixando de ser cultivada e retransmitida a nossas crianças. Realmente, é preciso que mudemos nossos velhos paradígmas. Que finalmente, passemos a tratar a educação e a cultura como prioridades absolutas.
 Fonte da imagem: culturanordestina.blogspot.com

Resumo do Artigo de Bosco Maciel

A cultura popular e as pedras do caminho

Segundo Luis da Câmara Cascudo (Grande folclorista brasileiro), Cultura popular “é a cultura tradicional e milenar que nós aprendemos na convivência doméstica. É aquela que até certo ponto nós nascemos sabendo. Qualquer um de nós é mestre, que sabe contos, mitos, lendas, versos, cantos, danças, superstições”. E, é esta cultura que carrega beleza e encantamento herdados de nossos índios, negros, portugueses, espanhóis, e árabes. Cite-se que o clássico e o erudito, invariavelmente nascem da cultura popular. E, no contexto em que a educação e a cultura são a base transformadora da sociedade, a Cultura popular é ponta-de-lança, por ser ela a geradora da “identidade cultural” de cada cidadão. E, somente cidadãos com “identidade cultural”, transformam qualquer País em Nação.

Entretanto, no Brasil, desde o nascimento da república, existe uma dificuldade de diálogo entre o Poder público e os Fazedores de cultura popular, apesar de um estar umbilicalmente ligado ao outro. Enquanto os Fazedores de cultura popular necessitam do apoio do Poder público para suprir deficiências burocrático-administrativo-financeiras no processo de produção cultural, – pois artista sabe fazer arte e não sabe mexer com burocracia -, o Poder público necessita das ações dos Fazedores de cultura popular para criar meios que ajudem na formação de cidadãos conscientes de nossa riquezas culturais. E, dentre as dificuldades encontradas pelos Fazedores de cultura popular junto ao Poder público, destacam-se: A complexidade para preenchimento de formulários exigidos nos editais voltados a projetos culturais. A excessiva quantidade de documentos exigida por estes mesmos editais.

Por exemplo, para a compra de um apartamento, a tramitação burocrática é feita por um corretor de imóveis. Para o licenciamento de um carro, a liberação dos documentos é realizada por um despachante. Porque não, para a obtenção de recursos do governo para a produção de um projeto cultural, não se dispõe de um `especialista` que acessore o requisitante, na tramitação burocrática.

Em função do exposto, percebe-se que existe a nessessidade de aperfeiçoar-se a estrutura governamental no que concerne a `Administração cultural`, no sentido de se valorizar na forma devida, os artistas e produtores culturais que lidam com a “Cultura popular”. Cultura esta, rica em diversidade, história, preservação de costumes, e encantamento. Isto tudo, com baixo custo. E, só com Artistas e Produtores culturais valorizados será possível reverter o quadro que já se estabeleceu em nosso país.

Por exemplo, hoje assistimos em nossas tv`s `Reality shows`, `novelas`, e, `programas` de nível cultural tão baixo, que por vezes, ultrapassam a linha tënue da ética e da moral, promovendo de forma rápida, a degradação e o aniquilamento do pouco que ainda resta de nossas reservas culturais. A Internet disponibiliza a informação cultural de valor. Mas, a imensa maioria do povo brasileiro não acessa a Internet para buscar informações educativas e culturais, dispondo apenas da TV como meio de informação, cultura, e lazer. E esta falta de opção é extremamente nociva. Porisso, é urgente que a reversão desse quadro ocorra logo. Senão, muito brevemente teremos um país de acéfalos. Aí sim, com prejuízos incalculáveis para a nação, cujas cobranças serão debitadas aos que hoje são responsáveis pela implantação e manutenção de políticas culturais, no Brasil.

Cidadania no acompanhamento e fiscalização das ações públicas do governo, na proposição de idéias e projetos, mas, acima de tudo, na atuação como agentes geradores da própria história. É oportuna a célebre frase de John Kennedy ”Não pergunte ao seu país o que ele pode fazer por você, diga o que você pode fazer por ele”.

É chegada a hora de assumirmos que um “Novo Brasil” está nascendo com perfil de país emergente. E porísso mesmo, com novos e grandes desafios que devem ser equacionados exatamente por esta geração, que ora se forma com a `educação` e a `cultura` que dispomos; sendo esta a razão maior de nossa inquietude.

Urge então, que mudemos nossos velhos paradígmas. Que finalmente, passemos a tratar a educação e a cultura como prioridades absolutas. Que ensinemos aos nossos filhos e netos, que os nossos valores culturais estão prontos para serem descobertos e cultivados. Enfim, que busquemos alternativas para a construção de uma sociedade mais humana, educada, e, culta, que seja motivo de orgulho para as gerações vindouras.

Veja o artigo completo no link abaixo: 
A cultura popular e as pedras do caminho 


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