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Panelas e sua história mal contada

Publicado em 21/07/2014 | Atualizado em 21/02/2022

A história de Panelas está mal contada

Não sou historiador. Não sou professor de história. Conheço vários historiadores e professores de história de diversas universidades do país. Durante ensino médio conheci e estudei com vários professores dessa matéria. Alguns preparados para ensinar e outros nem tanto (pelo que me lembro). Quando o assunto é história do Brasil notamos um conhecimento meio que superficial, mas quando o assunto é história do nosso município, é um verdadeiro desastre.
Li a pouco tempo e reli, para escrever esse artigo, alguns livros que considero importantes como o da Adriana Malaquias (Paróquia do nosso senhor Bom Jesus dos Remédios) que me fez sentir vontade de voltar a frequentar a igreja católica, depois de anos. Outro livro que considero importante é o de Demóstenes Miranda (Tudo e nada) que a pesar de ser constituído de poesias é um dos livros mais importantes que já foi escrito sobre Panelas. Outros, como os de Newton Thaumaturgo e Luís Manoel, recomendo a leitura, mas com certa desconfiança.
Vamos pular a parte em que você pergunta o que isso tem com a política e eu começo a falar da relevância que a história de um povo tem, segundo centenas de livros de ciência política. Parto do pré-suposto de que você já saiba a relevância que tem a história para sua vida.
Quando fiquei sabendo que Oberdan Andrade estava escrevendo um livro sobre a história do município pensei: “finalmente, um livro sério sobre a história da nossa cidade”. Até o momento os livros que foram produzidos sobre este tema estão repletos de erros monumentais e carentes de provas, muitas vezes por falta de capacidade dos autores, outras vezes por falta de incentivo da parte de quem realmente deveria se importar, neste caso, a secretária de cultura. O fato é que fomos enganados pela ignorância e a negligência de autoridades políticas do município (inclusive na parte histórica). Nossos líderes são analfabetos disfuncionais!
Como o tema é extenso vamos tratar de apenas um ponto, segure-se para não cair da cadeira. Falaremos da idade do nosso município. Vamos começar definindo emancipação política; emancipar significa tornar livre, ou independente. Segundo um dos documentos da biblioteca do IBGE, A lei Estadual n° 991, de 01/07/1909, elevou Panelas a condição de cidade. Se este documento estiver correto Panelas tem 105 anos de emancipação e seu aniversário deverá ser comemorado em primeiro de julho.
Agencia Estadual de Planejamento e pesquisa do município CONDEPE/ FIDEM publicou em 2007, uma informação retirada do TRE e diz que Panelas foi “constituído em município autônomo em 27 de fevereiro de 1893, com base no artigo. 2° das disposições gerais da lei Estadual n° 52 de 3 de agosto de 1892”. Se esta informação estiver correta nosso município tem 121 anos de emancipação e deve ser comemorada em 27 de fevereiro.
Mas se você pegar as informações da história de Quipapá, que se liga diretamente com a nossa, verá que pode ser pior. Na página do Wikipédia do município de Quipapá fala que este mesmo município foi desmembrado de Panelas, quando o perfil municipal na Secretaria de Planejamento e Gestão diz que foi justamente o contrário (a página do Wikipédia de Panelas confirma essa ultima).
O que podemos perceber é que há uma confusão sobre a definição da palavra “emancipação”, pois uma cidade passa a ser reconhecida como independente, ou seja, emancipada, por uma lei Estadual e não Provincial, já que a lei provincial elevou o povoado de Panelas à categoria de vila. Não estou afirmando uma coisa nem outra, pois existem contradições dentro dos parágrafos dos próprios textos. No livro de Manuel Correia de Andrade, A guerra dos Cabanos, deixa claro que em 1832 Panelas já era conhecida como “Panelas do Miranda” e chamada de povoado.
A secretária de cultura do município de Panelas, não financia nenhuma pesquisa séria. Os políticos comemoram a data de emancipação sem saber o que de fato significa essa palavra. Somos enganados e bombardeados por informações não confiáveis o tempo todo. Em nenhum dos muitos documentos que li, mostra ou prova que Panelas realmente têm 144 anos. Talvez estejamos perdidos dentro de nossa própria história. Não nos achamos no presente e consequentemente não vislumbramos nenhum futuro promissor. Fica aqui minha esperança de que Oberdan Andrade fará um ótimo trabalho e minha decepção (incontáveis decepções) com a “elite intelectual” e os péssimos representantes que tivemos e que ainda temos no poder.


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1 comentário em “Panelas e sua história mal contada”

  1. Fui pesquisar a história de Panela, porque fiquei curiosa com esse artigo. Achei um lugar brilhante, pela participação ativa em um movimento como a Guerra dos Cabanos. Mas devo confessar que tive um problema com essa cronologia de eventos também. Para mim resgatar sua história, seria um ato de resgatar sua força. Coisa que alguns políticos, não iriam gostar muito.

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