Publicado em 27/07/2020 | Atualizado em 21/02/2022
“Lourinho não soma”, essa foi a frase do ex-prefeito, senhor Sérgio Miranda, na rádio Agreste FM 89.5. Isso não parou de ecoar no tempo e no espaço e sempre que alguém diz que uma liderança importante da oposição pode “se virar”, ou seja, passar a apoiar o desgoverno municipal a questão volta. A pergunta que passeia sempre na cabeça de um ser pensante é: “se Lourinho não soma, qual liderança oposicionista tem a esperança de somar no grupo da situação?”. A entrevista foi reveladora e apesar de ter tido repercussão zero, penso que vale analisar o que foi dito, afinal, não é sempre que alguém comete um politicídio no raso.
Iniciando a conversa Rildo explica o que houve em 2016 quando retirou sua candidatura e deixou seu grupo livre. Explica: “Eu não tinha motivo (…) porque não fui candidato ir para situação”. Só errou em seguida quando disse que a família ficou quarenta anos ganhando eleições e não havia comentário de que alguém da família se vendeu, pois desde 2016 há comentário de que um (e somente um) se vendeu. A família sempre foi tida como uma das mais honradas do município, de respeito, séria, cumpridora de seus deveres e ainda é. A família.
Em seguida, respondendo a pergunta de Josival Ricardo, explica que na época a oposição não tinha projeto coletivo, ou seja, Lourinho não tinha projeto coletivo. Após isso, Rildo assume de uma vez por todas seu vitimismo diante da vida política e passa a se coitadizar. Senão vejamos.
Disse ter conversado com as pessoas que saíram da situação, mas que teve uma conversa e depois foi “excluído do processo”. Deixando claro que foi vítima da exclusão de terceiros, como se houvesse sido rejeitado pelo “novo” grupo. Após uma análise superficial e medíocre da situação política (situação vs chapa branca) volta ao seu normal. “Conversei com Lourinho, mas Lourinho não tomou nenhuma decisão”, mas uma vez a responsabilidade seria de outra pessoa por decidir algo. Depois disse que a oposição já não tem liderança desde há algum tempo (obviamente ele não seria uma), mas que tentou e teve muita resistência, novamente a culpa não foi dele, afinal, ele tentou. Para não escapar da contradição, alegou ter dito na época que se “era para oposição ganhar a eleição, não importa o nome”, derrubando seu próprio argumento da “chapa branca” situacionista. Porque se não importa o nome não deveria haver resistência ao de Ruben e Genilson, se é para oposição ganhar a eleição e não importa o nome, pouco importa se vieram da situação.
Depois falou que a oposição o abandonou e a situação o abraçou. Sempre alguém faz alguma coisa por essa pobre alma deixada de lado. Depois explicou que a situação sempre agia com ilegalidade quando violava o princípio da impessoalidade contratando apadrinhados e negando espaços a pessoas que não concordavam com os posicionamentos do desgoverno. Até falou com outras palavras que “aos amigos tudo e aos inimigos a lei”. Nada disso foi mentira do Rildo.
Voltando a ser o Rildo de sempre e interpelado sobre ser ou não ser candidato na chapa com Joelma, ele mais uma vez se coloca no ponto passivo: “se for chamado tenho que ir”.
Resumindo: Rildo não mentiu. Falou tanto a verdade que não conseguiu falar bem da digestão atual. Muitas contradições circularam os motivos da sua ida para o grupo da situação. Aparentemente ele não teve motivo político nenhum, pois se abandonou da última vez e deixou o grupo a vontade para escolher um lado, nas palavras dele “sem interferir”, como justificaria o argumento que sempre teve um lado? Se a situação é basicamente a mesma por que não repetiu a atitude da última eleição? Enfim, muitas contradições e obscuridades. Muitos acreditarão no que foi dito: não houve negociata, não houve compra nem venda porque Rildo não é um produto.
Para mim ficou o sentimento de que ele tentou me colocar no grupo para jogar no colo do ex-prefeito. E não há como me convencer que na última oportunidade houve uma cumplicidade com a situação. Seria o mesmo que nessa altura do campeonato Lourinho lançar uma terceira via sem ter um grupo forte, a prova cabal de que nos vinte últimos anos só quem perdeu foi o povo de oposição, não os políticos. Podemos acusar Rildo de ser contraditório, mas jamais de não ter esclarecido a verdade, pois mais do que nunca, hoje, se sabe o que aconteceu apenas analisando os fatos.
Coluna Política // Por Pierre Logan
Advogado, Bacharel em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Formado em Filosofia, é licenciado pela Universidade Cruzeiro do Sul, Pós-graduando em Direito Processual Civil pela Escola Paulista de Direito. Filósofo. Membro do Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho.
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