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O problema dos argumentos

Temos que assumir que, em um estado democrático de direito, todos tem o direito à palavra, mas nem todos irão utilizá-la com sabedoria.
Para bom entendedor, meio silêncio basta. Pouca gente entendeu meu silêncio na ultima viajem que fiz a Panelas. Alguns souberam do encontro que tive com Aécio Neves e, antes de me dar um “bom dia”, diziam: “como uma pessoa tão crítica pode votar no candidato do prefeito?”. Geralmente minha resposta era que não estava visitando nosso município para fazer campanha; apenas para votar. Algumas pessoas me chamaram para o debate faltando algumas horas para o dia “D”. Achei infantil, mas consegui me conter e não ser tão irônico (coisa rara) ao conversar com pessoas que estavam entrando em uma profunda contradição.
Quero deixar claro que meu silêncio foi para respeitar as pessoas da oposição e não os “políticos de oposição”. A maioria dessas ditas “lideranças” não merece respeito, pois ao contrário do que dizem por aí, respeito não é coisa que se dê para todo mundo. Os argumentos desses líderes foram tão obtusos que quase me convenceram a votar em Sérgio Miranda. Vou explicar.
Antes de tudo, vou provar que você, caro leitor de oposição, entrou em contradição e quando não preparou os argumentos certos caiu em uma armadilha argumentativa que poderá ser usada contra você na campanha para prefeito. Vamos ao caso?
Imagine que há um governo, ou um grupo de pessoas, em determinado espaço geográfico que se mantêm no poder a mais de uma década. Imagine que esse governo usa algum tipo de cabresto para fazer com que as pessoas o apoiem, pode ser um contrato, um subsídio ou cento e cinquenta reais (pode ser mais ou menos que isso). Agora imagine que você vive nesse espaço geográfico e sabe que as obras são superfaturadas, as pessoas são corruptas e a maioria dos dados sobre educação, saúde e segurança são maquiados.
Continuemos imaginando esse cenário, mas agora tente pensar que você sempre usa esses argumentos contra esse governo: “Vocês são manipulados pelo cabresto da ‘prefeitura’”, “É um ditador que quer se manter no poder”, e o pior deles: “temos que tentar um novo”… Estamos indo bem, pois já mostramos que esse sistema de governo é nocivo porque está no nosso município há mais de uma década, governa pelo estômago, subsidia pessoas para mantê-las presas ao seu grupo, maquia números, superfatura obras e o pior é que as pessoas continuam acreditando em tudo o que esse prefeito fala (lavagem cerebral).
Não é interessante? Descrevi a realidade de Panelas de forma precisa, não foi? É! Só que não estou falando do governo de Panelas e sim do governo federal. Estou falando que muitas das pessoas que reclamaram na campanha municipal da “esmola” que o prefeito dava usaram como argumento o Bolsa Família. O que estou dizendo é que muita gente que gritava que nossa cidade precisava de alternância e que deveríamos apostar no novo, usaram como argumento: “não trocar o que já conhece por algo que não sabemos”. Estou tentando mostrar que na campanha presidencial a ‘oposição’ de Panelas era ‘situação’ no Brasil e a ‘situação’ no Brasil era a ‘oposição’ em Panelas. Os argumentos, as ofensas de antes, durante ou depois foram as mesmas. Teve gente (de oposição) que postou no Facebook: “tome outra lapada!”. Argumentos que outrora odiavam porque, segundo eles, só os “babas” do prefeito usavam.
Não estou dizendo que fizeram a escolha errada ou que não deveriam ter votado como votaram. O que estou dizendo é que o problema foram os argumentos, mas não só esses. O problema também foi o comportamento. Pessoas que já respeitei (não respeito mais) jogando milho em cima das mulheres que defendiam outro candidato (sugerindo que as mesmas eram galinhas). O problema é que nunca estamos dispostos a nos colocar no lugar do outro. Nunca paramos para pensar que, em uma analise mais atenta e não partidária, se a campanha presidencial fosse a municipal “Aécio” representaria Lourinho e “Dilma” Sérgio Miranda.
E para evitar qualquer tipo de mal entendido: não sou contra o Bolsa Família ou qualquer subsídio do governo. Não faço parte da bancada de acusação do PT ou de defesa do PSDB. O que defendo é; o respeito (a quem merece), os argumentos coerentes (e não partidário). Temos que assumir que, em um estado democrático de direito, todos tem o direito à palavra, mas nem todos irão utilizá-la com sabedoria. Concluímos que sua posição política, seja ela qual for, é sempre válida o problema são os argumentos.

Por Pierre Logan

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1 comentário em “O problema dos argumentos”

  1. Eu tive problemas com muitas pessoas por causa desses argumentos. Queriam algo novo, mas só se esse novo saísse das mãos de quem já estava no governo. Que lógica há nisso? Se você reelege, não é o mesmo que confirmar que acha que apessoa está indo no caminho certo? Como se espera que ela faça algo diferente, se você disse que ela está certa? Tem argumentos que eu realmente não consigo entender

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