No dia 25/05 (segunda-feira) as inscrições para a edição 2015 do Enem foram abertas, o prazo se estenderá até o dia 05/06. E antes de justificar o título desse artigo no corpo do meu texto, trago algumas informações para que possamos refletir sobre a dimensão que o Enem vem tomando ao longo das edições. Depois dos ajustes nessa edição, o que o candidato poderá fazer com a nota do exame? Resposta: várias inscrições. Seleção para Universidades federais e outras instituições (Como único método, pelo Sisu ou em combinação com o vestibular da instituição), PROUNI (bolsas de estudo), FIES (para financiar o curso almejado), SISUTEC (seleção para ensino técnico), Ciências sem Fronteiras (para bolsas de intercâmbio em diversos países) e, por fim, Certificação do Ensino Médio (para os maiores de 18 anos que não o concluíram). Apesar de muitos problemas relacionados a esses programas, podemos dizer que essas oportunidades são motivos de sobra para dar uma sacudida nessa galera que vai encarar o Exame.
Passado esse momento de gênero textual informativo, vamos para a tomada de posição e exibição de informações, típico hábito dos que precisam dissertar. No início desse ano, lamentações pós-divulgação das notas do Enem 2014 tomaram meu feed de notícias. Tão absurdas quanto às falhas de segurança na execução do Enem (vazamento de informação, ‘selfies’ com o caderno de provas, e por aí vai) foram os argumentos que li. Coisas do tipo “O governo prejudicou a nota de todos q fizeram o Enem” ou “O governo não quer mais pagar pra filho de pobre estudar de graça” ou ainda, “Que ‘maracutaia’ foi essa do governo com as notas das redações do Enem?”. Aliás, falas de pessoas bem conhecidas na nossa cidade. Nesses casos, parece-me que a falta de informação (proveniente do hábito terrível de não ler os editais) prevaleceu sobre o bom senso.
Tomando como exemplo os 529.374 concorrentes que obtiveram nota zero na redação, 217.339 desses estudantes foram reprovados no quesito “fuga ao tema” (uma das sete situações em que o candidato poderia ter a redação anulada, ah e sim, isso também consta no edital). O que fez essas pessoas não conseguirem dissertar sobre “publicidade infantil”? Desconhecimento do assunto não pode ter sido, pois essa geração é a que mais respira propagandas. O cerne do problema está na falta de prática em refletir sobre o que veem. Em termos de analogia, podemos citar um cara que nunca foi à academia e no primeiro dia quer levantar 200 kg, é loucura. O mesmo aplica-se ao nosso cérebro, você detesta ler, nunca quis cultivar esse hábito, e nesses dois dias de provas quer encarar mais de 60 páginas e uma redação? Não dá. Já dizia Mário Quintana: “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem”. Se é tão fácil frequentar uma academia de três a quatro vezes na semana, porque é tão difícil criar um horário de leituras? Até quando a culpa será sempre dos outros e nunca fruto dos nossos hábitos? O cérebro responde ao que você faz com ele, é possível expandi-lo ou atrofiá-lo, depende das séries de exercícios às quais você o submete.
Quanto às lamentações que li no meu feed de notícias, pouco tenho a dizer, na verdade, paro por aqui, pois agora buscarei alguma biblioteca subterrânea, ou vou contrabandear alguns livros, já que o governo, no auge de seu autoritarismo, impede que a sua sociedade leia e se prepare melhor para um exame tão importante e que, teoricamente, avalia o próprio sistema de ensino que esse governo oferece ao país. E só para lembrar, na edição 2015 do Enem se sua nota for 1.000, o mérito é seu, se for 0 (zero), a culpa também é.
Até breve, pessoas!
Por Sheila Alves
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