No último dia 17, o Governo de Pernambuco lançou dois programas voltados para o esporte escolar: o Ganhe o Mundo Esportivo e o Quadra Viva. Esse primeiro seguirá os passos do Programa Ganhe o Mundo, criado na gestão de Eduardo Campos, em 2012, e que já enviou muitos jovens, inclusive panelenses, para outros países com a finalidade de aprender um segundo idioma. O público-alvo desse programa são os jovens entre 14 e 17 anos, matriculados na rede pública e participantes do Bolsa Atleta. Agora em agosto embarcarão 11 atletas, Montreal e Québec, no Canadá, serão os primeiros destinos. O governador ressaltou que no futuro, os jovens poderão representar Pernambuco em competições internacionais, o que é uma boa, já que para as Olimpíadas 2016 será meio complicado.
Ao falar sobre os programas, o governador disse que “esse é mais um mecanismo criado pelo Governo do Estado para motivar os alunos a estudarem cada vez mais, pois acreditamos que essa é a única forma de garantir um futuro para o nosso Estado”, interessante ouvir isso pouco tempo depois do vergonhoso episódio em que o Governo de Pernambuco recusou-se a cumprir a lei federal de aumento salarial para os professores, negando os 13,01% referentes ao piso salarial, mas vamos manter foco. Voltando aos programas, o outro, chamado de Quadra Viva é na verdade a réplica do que já vem sendo feito pelo governo federal desde 2011 (falarei mais à frente), e tem por objetivo nessa primeira etapa, realizar intervenções – construção ou cobertura de quadras – em 100 escolas de 54 municípios pertencentes a Pernambuco. O investimento, só nessa fase será de 33,4 milhões, custeados pelo Tesouro Estadual e em maior parte pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), que beleza, hein?
Digo que o Quadra Viva é uma réplica porque de 2011 a 2014, o Ministério da Educação (MEC) aprovou a construção de 10.188 novas quadras e cobertura de quadras esportivas em escolas públicas brasileiras. O FNDE disponibiliza não só a verba para as diversas cidades do país investirem na construção e manutenção dos ambientes escolares, como também fornece o projeto arquitetônico, caso o estado ou município queira utilizá-lo. E o que isso tem a ver com Panelas? Bom, agora mais do que nunca, quando se trata de política as pessoas precisam ver para crer, e para os panelenses fica fácil comprovar esse programa do Governo Federal porque fomos beneficiados duas vezes. No site no PAC há uma lista dos empreendimentos finalizados e em andamento no país. Os detalhes das obras realizadas em Panelas aparecem na tabela a seguir:
Órgão responsável:
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Ministério da Educação
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Órgão responsável:
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Ministério da Educação
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Município:
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Panelas
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Município:
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Panelas
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Investimento previsto:
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R$ 488.616,17
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Investimento previsto:
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R$ 491.282,19
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Estágio:
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Concluído
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Estágio:
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Em andamento
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Data de referência:
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31 de outubro de 2014
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Data de referência:
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31 de outubro de 2014
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Uma dessas quadras é a que se encontra no Distrito de São Lázaro, pertencente à Escola Municipal José Felizardo. A outra é a quadra vinculada à Escola Municipal Dom Moura. A execução da obra fica por parte dos governos municipais, o que explica a tentativa da administração de apoderar-se dos possíveis méritos referentes a essas quadras. Outro ponto que deve ser lembrado é a localização escolhida para as construções, a quadra de São Lázaro fica em um terreno distante da escola, mesmo havendo a possibilidade de construí-la aos arredores, como por exemplo, onde hoje se encontra um loteamento. O mesmo acontece com a quadra da escola Dom Moura, localizada na polêmica área para esportes e lazer, onde ficava o conhecido açude da cidade, hoje aterrado. Escola e quadra encontram-se distantes uma da outra, assim como em São Lázaro, o que dificulta a dinâmica de uso da quadra pelos alunos que, teoricamente, deveriam ser os principais beneficiados.
“Investir em paredes sem investir no profissional que dará vida a essas construções é a maior perda de tempo da que se tem notícia.”
Agora falando do programa estadual Quadra Viva, será difícil de os gestores municipais apoderarem-se dos méritos na hora das obras concluídas, pois o programa só beneficiará as escolas da rede estadual. Aqui em Panelas, por exemplo, as possíveis contempladas seriam a Escola Estadual Gregório Bezerra e o Erempa, esta última, apesar dos resultados que traz, não é muito valorizada pela atual gestão, talvez por trazer lembranças de antigas administrações que precisam ser apagadas. Mas pensando um pouco sobre essas iniciativas de investimento em esporte vinculado à educação, uma luz de alerta acende bem na nossa frente, como funciona na prática essa parceria em nossa cidade? Para responder a essa questão basta olharmos para a importância dedicada às aulas de educação física nas escolas. Investir em paredes sem investir no profissional que dará vida a essas construções é a maior perda de tempo da que se tem notícia. Paradoxo isso não acham? Nomear de quadra viva um projeto dedicado a parte inanimada do todo, haja firulas…
Por Sheila Alves
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