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ENTREVISTAS: ANDRÉ MUNIS

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Publicado em 26/09/2016 | Atualizado em 21/02/2022

O que leva alguém a fazer alguma coisa? Perguntinha chata e aparentemente sem sentido. As coisas costumam aparentar muitas vezes seu oposto. Políticos, por exemplo, aparentam portar-se com civilidade, moralidade, seriedade e muitas vezes parece até que sabem mesmo o que estão fazendo. Este site publicou recentemente uma serie de entrevistas com alguns candidatos e as entrevistas mostraram que, em alguns casos, a política municipal está mais para o ilusionismo, pois todos sabem que aquilo é um truque, mas pagam e se encantam com o mágico e com a mágica.

Na entrevista com André Muniz o entrevistador perguntou para iniciar a conversa qual seria o motivo que o jovem teria para se candidatar. Ele respondeu meio que sem jeito que queria “se fortalecer”, até aí tudo bem, já que quando o povo vota em você e te elege você tem certos “poderes” que um cidadão comum não tem, pois quando você é um legislador, você não fala em nome próprio, mas sim em nome de toda população. Entretanto, e, como se trata de Panelas, não tinha como um político completar uma oração sem cometer um erro. Ele disse que queria “ajudar a população através do “legislador” e EXECUTIVO”. Vereador não tem poderes para fazer nada (de forma legal) através do executivo. Ele faz através dos poderes conferidos ao cargo que ocupa no legislativo. Quando ele envia projetos, requerimentos etc., ele não faz através de executivo nenhum, mas simplesmente utiliza as prerrogativas do seu cargo para acionar o executivo ou não.

A segunda pergunta foi sobre a função do vereador e a resposta não foi das piores. O candidato respondeu com clareza duas funções: apresentar projetos e fiscalizar o executivo. Muito bem, como fiscalizar o executivo e ajudar a população através do mesmo sendo você um vereador? Difícil. São partes diferentes do poder. Outro problema com essa velha ladainha é que nenhum prefeito apoia candidato nenhum para fiscalizá-lo. Ora, será que alguém acredita nisso ainda? Algum prefeito escolheria dentro da população as pessoas mais preparadas e independentes para fiscalizar seu trabalho? Não seria mais honesto dizer que estará lá para aprovar tudo oque “seu lado” manda (como os atuais fizeram)? Acho que tem tanta gente despreparada do lado da situação mais ou menos por serem o oposto do “preparo” e independência.

Quais são seus projetos para Cruzes, candidato André? “Implantar fabricos em todo município (Bola, Cruzes, São Lázaro, Pau-ferro e Panelas). Muito bem, mas se eu disser que como vereador pretendo trazer a lua para virar ponto turístico de Panelas a primeira pergunta será: como? Pois é, caro leitor, dizer que fará sem explicar como fará ou como é possível, é um jogo de retórica desprovido de validade. Essa não valeu e o candidato ficará nos devendo a resposta. 

Quando o entrevistador perguntou sobre o que o candidato achava da compra de votos foi o momento da catástrofe hipócrita mais comum entre todos os candidatos. O negócio é ainda mais feio quando é um candidato que apoia o grupo do atual desgoverno. O primeiro passo para quem começa a aprender a malandragem política é afastar o máximo possível de si. Por isso a situação escolhida para representar o sentimento de desprezo pela compra de voto foi “a situação do Brasil” e não a de Panelas. Segundo passo é enrolar e continuar não respondendo a pergunta. Parece mesmo ilusionismo porque se não estivermos prestando atenção o que aparenta é que ele respondeu.

Pulemos para as considerações finais. André fala que vai trabalhar junto com o executivo. Pede voto para si e para sua governanta. Ora, o que são tantos contratos ilegais da prefeitura se não uma maneira aparentemente legal de comprar votos? O que é dizer que vai fiscalizar quem o aponha e ser apoiado por quem deveria fiscalizar? André Munis sempre foi um cara prestativo, um jovem que sempre ajudou pessoas de sua vila e sempre esteve ao lado de seus amigos. Levando em consideração suas características pessoais e sua veia solidária poderíamos sim dar um voto de confiança para que ele possa, na prática, se preparar e paulatinamente construir sua forma de trabalhar. Se levarmos em conta só a entrevista ele não chega nem perto de merecer o voto. 

A entrevista foi algo novo no município. A turma que realizou está de parabéns e os candidatos que participaram também merecem um pouco mais de respeito pelo respeito que tiveram quando aceitaram a mini-sabatina. O respeito deve ser recíproco e proporcional. Essas entrevistas revelam muito sobre o entrevistado e mais ainda da inquietação, preocupação e atitude dos que se propuseram a entrevistar. Cada entrevista terá seu artigo.

Coluna Política // Por Pierre Logan

Formando em Direito, Licenciando em filosofia, possui formação em Direito Eleitoral, Administrativo, Fundamentos do Direito Público, Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Compositor, gravou no final de 2015 o disco Crônicas de Um Mundo Moderno. Atualmente atua na área jurídica e também é colunista do Jornal SP em notícias.


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